Dois corações partidos. Um destino incerto. Os caminhos de Andrew e Helena se cruzam, juntos compartilham momentos, riem, choram, e tentam encontrar uma saída, tentam encontrar cores certas para suas vidas.
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Faz quase uma semana desde que ela partiu. Faz quase uma semana que eu não sinto mais nada. Só consigo me culpar por ela ter ido embora.
Minhas noites agora se resumem às brisas noturnas do mar. Cada lágrima que cai sinto cortar minha pele. Olha só o estado que estou, ela me disse para ser forte, mas agora estou fraquejando. Não faz mal chorar uma vez depois de tantos dias segurando tudo isso dentro de mim, penso comigo mesmo. E como sempre, escondendo as coisas, como um covarde. Mas o que vou fazer? Em minhas poesias só dá você, você. Tento imaginar onde está, e que loucuras estaria cometendo. O mundo girou, todos mudaram você mudou, e eu me tornei obsoleto.
Cinco anos, e só agora eu percebi o quanto ela era importante para mim. Sei que muitas vezes eu aparentava não ligar, não estar lá, mas essa é minha camada de proteção. Parece que todos temos algo a esconder, eu me escondi tanto que acabei me perdendo.
Eu só queria que ela estivesse aqui. Eu, eu diria que era tudo culpa minha, que me perdoasse, que agora seria diferente. Eu... Não seria tão covarde.
Já é tarde estou voltando para casa. Hoje está mais frio que de costume, esqueci meu casaco, espero não pegar um resfriado. Caminho em devaneios, quando me deparo com um carro parado em frente à minha casa. É estranho, uma hora dessas. É então que vejo uma garota de cabelos loiros saltar do banco do motorista, levo um tempo para reconhecê-la. Lena. Meu coração palpita, minhas pernas começam a falhar, meus olhos estão inundados, será um sonho?
Ela corre, corre em minha direção. Só me dou conta de que é real quando seus braços pendem envolvo à mim. Meu coração nem estava preparado, ela sempre impulsiva aparecendo assim do nada. Tento encontrar palavras, mas agora so queria abraçá-la.
— Ben... — arqueja ela enquanto encharca meu peito com suas lágrimas. — Me desculpe pela forma que te tratei, eu fui idiota eu sei. Eu deveria ter te dito o que eu sentia, aquelas coisas que eu disse...
— Lena, não — digo interrompendo-a. Ela me olha com os olhos vermelhos e arregalados, então passo a mão em seu rosto, secando suas lágrimas e tentando acalmá-la. — A culpa é toda minha, eu não tenho sido um amigo de verdade pra você, eu devia ter me dado conta disso, dar atenção para você. Mas só percebi o quanto você era importante para mim quando você se faltou de mim, e isso doeu tanto. É uma dor que não quero sentir nunca mais — Eu a beijei, discipando toda minha tristeza e culpa em seus lábios. Nada mais existia, apenas eu e ela em meus braços, nunca mais a deixaria, nunca mais a magoaria.
— Eu te amo... — Ouvi as palavras aos sussuros entre os beijos. Coloquei minha mão em seu queixo, e olhei em seus olhos, vi a garotinha de 5 anos atrás.
— Eu também amo você, prometa-me que nunca mais vai me deixar — digo digo já arfando.
— Palavras não — disse ela me encarando com um brilho nos olhos —, vou te provar todos os dias que não há motivos para duvidar disso.
Aquela noite já não era mais tão fria, eu tranpirava amor, eu sentia em minhas veias o sangue pulsar mais rápido, agora eu entendia, realmente estava apaixonado.
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