Ao qual Lolla se muda para uma nova cidade

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Eu não estava nem um pouco satisfeita com essa história de Rio de Janeiro, estou no terceiro ano do ensino médio, e tudo o que eu queria era terminar a escola com meus amigos. Desculpa a falta de educação, meu nome é Lolla, venho de Minas Gerais e estou com raiva da ideia de mudar de estado.
Meu pai foi mandado para o RJ e tínhamos uma semana pra terminar as malas, a semana passou e eu não arrumei nada mesmo.
Depois do último dia de aula, cheguei em casa e fui tirando a mochila, joguei na mesa e vi minhas coisas embaladas, eu precisava finalmente lidar com o fato de estar indo embora

- Que isso mãe?

-Suas malas.

-Eu vou ficar com minha avó.

-Ja conversamos sobre isso.

Me vesti e encontrei meus amigos para me despedir, o inevitável aconteceu, eu infelizmente precisava ir, durante a madrugada nós saímos e chegamos pela manhã e tenho que admitir era tudo maravilhoso. Fomos pra nosso apartamento e nos acomodamos, o apartamento era incrível, a sala mobiliada terminava em janelas gigantescas com vista para o mar, na sala, as escadas em mármore davam para uma sala de estudos vasta, onde se via a porta dos quartos, tudo era realmente incrível, mas continuei resistente pela ideia de morar em outro estado, não queria desfazer as caixas, e minha cara demonstrava meu mau humor, meus irmãos exploravam o apartamento, que estava em perfeita ordem, com toda mobilia no lugar.
Fomos conhecer o bairro e eu continuava com a cara de insatisfeita, apesar de as vezes me perder no estado de contemplação, bem perto dali, vi um restaurante bem agradável, com as janelas de uma arquitetura de cidade antiga, sugeri que almoçássemos por la, e todos acharam uma ótima ideia.
Enquanto eles se acomodavam, eu falava ao telefone com Louise, uma amiga da minha antiga cidade.

- O Rio é realmente muito bonito, mas sinto falta de vocês. Eu sei, eu sei. A gente vai combinando. Vou desligar, tenho que almoçar.

Entro no restaurante e me acomodo em uma das cadeiras, fico rolando o feed do instagram enquanto eles escolhem o que vão pedir.

- Eu estou sem apetite.

Minha mãe ignora e pede um almoço para mim, depois de alguns minutos o garçom coloca o prato na minha mesa.

-Obrigada - falo de cabeça baixa.

- Por nada moça - ele responde com aquela voz macia, ergo meus olhos e vejo um rapaz, uns 18 anos, moreno e alto, com o corpo bonito, fico olhando para ele por alguns momentos, depois percebo que estou olhando demais, disfarço e começo a comer.

-Pra quem não tava com fome - minha mãe comenta e ri.
- Aha - respondo sem prestar atenção, fico seguindo o menino com os olhos, depois de algum tempo uma mulher entra no restaurante, agradece o rapz, ela tira o avental e se senta em uma mesa, ele conversa com uns rapazes e duas garotas, foi aí que parei de olhar, me peguei pensando que ele devi ter namorada, em seguida me corrigi, não deveria estar pensando nisso, eu havia acabado de chegar e mal conhecia as pessoas ali.
Só faltava eu para terminar de almoçar e todo mundo estava me apressando.

- Anda menina. -minha irmã resmunga

- Temos muita coisa pra olhar no apartamento. - meu pai completa

Olho pra eles e empurro o prato.

- Pode pagar, já terminei - olho outra vez pro menino, e todos da mesa estão me olhando, desvio olhar rapidamente e sinto meu rosto queimar, vejo que meu pai pagou, me levanto e saio mexendo no celular, olho pra ele de novo e agora só o rapaz me olha, saio pela porta com meus pais e entro no carro.

- Vamos?

Meu pai sai dirigindo até nosso apartamento. Chegando lá, pego minhas caixas no canto e começo a revira-las para pegar algumas roupas, minha mãe entra no quarto sem bater e eu me assusto.
- Ja ouviu falar em privacidade?

Teto PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora