Capítulo 10

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Frank empaca, assim como os outros, no meio do labirinto. 
As presenças adquirem formas humanas, e meio... Verdes?
Era um homem e uma mulher, ambos com a pele Branca demais, talvez por ficar naquele subterrâneo sem sol e nada adequado para plantas, apenas com as luzes artificiais. A mulher tinha frutas enroladas nos negros cabelos, o que era esquisito até pros semideuses. Já o homem trazia plantas de um canteiro por seu corpo: Tomates caíam pelos lados do seu pescoço, coentro e salsa no cabelo e até um pé de Couve pequeno da orelha.
Leo vira de lado o rosto, para eles não verem que ele sorria. Ambos param e fitam os semideuses, parecendo esperar eles se pronunciarem. Antes que os outros se mexam, Calipso dá um passo em frente e sorri.
-Vertuno? Pomona? São vocês mesmo?
Os dois dissolvem um pouco a carranca, mas a mulher mantém um leve brilho nos olhos.
Vertuno se adianta, alegre demais.
-Calipso, é você mesmo? Achei que nunca veria você fora da sua ilha! O que está fazendo por aqui?
Pomona fecha a carranca novamente, e Leo não sabe o que está acontecendo.
Calipso lembra por quê está ali, e fecha o rosto.
-Precisamos de ajuda. Leo está morrendo!
Pomona sorri, e se adianta.
-Veneno de cauda de Campe, certo? Bem, ele vai morrer.
Calipso grita:
-NÃO, NÃO PODE SER.
Quando vê que está gritando, se controla e choraminga:
-Ele... Ele já morreu esse ano! Não pode morrer novamente.
Vertuno analisa a reação dela e pensa se há algo entre eles.
-Vocês -Ele aponta para os dois e levanta a monocelha.
Calipso cora, mas assente.
-Não importa, não agora. Apenas o salvem.
Pomona vê o desespero e acha a chance de fazer o que queria.
-Eu posso cuidar dele. Tragam-no aqui.
E com isso eles vão para o fundo do galpão, passando por plantas extintas, um setor todo delas.
Vertuno diz que precisa cuidar de algumas hortas, pois ser deus dos pomares é difícil, e desaparece no ar.
Os outros nem ligam, mas Frank anda receoso e Hazel deixa uma leve trilha de névoa por onde eles passam. Deuses não são tão bons, principalmente de graça. Ela poderia querer a vida de todos como pagamento.
Pomona pega algumas frutas e espreme onde Leo levara a picada da cauda. O lugar fica menos marrom, mas ainda tinha um tom doentio.
-Bem, por sorte vocês me acharam rápido. Essa planta cura muitas coisas. Agora, daqui a uma hora espremam novamente na ferida e vai curar bem.
E ela olha para eles, e depois de um segundo constrangedor que Hazel entende. Ela pega a planta das mãos da deusa e pigarreia.
-Ah... Então, pessoal, vamos embora? Pomona pode querer... Deixar os seus frutos abundantes pelo mundo, ela é muito ocupada. Vamos deixa-la e...
Viram-se e começam a caminhar para a porta, mas no meio do caminho Calipso engole seco e, quando todos a olham ao mesmo tempo, intrigados, nela surge ponto brilhante, em sua barriga, que se mostra ser uma adaga quando todos reparam e engolem um grito.
Calipso desaba, enquanto vai ficando verde, e Pomona ri, e assobia.
Os braços de Calipso vão ficando marrons e escurecendo, e suas pernas viram raízes.
Frank saca seu arco, e atira em Pomona, mas uma porca Rosa subitamente aparece na outra borda do amplo salão, e Calipso só diz "Porca Camoniana" antes de virar completamente árvore.
Hazel olha tudo ao redor, e vê suas condições, avaliando as chances de vitória: Leo semimorto, fora que o antídoto que ela tinha dado podia ser veneno, então poderia matá-lo. Calipso virara árvore. Frank não sabia no que mirar, pois não tinham inimigos, já que a deusa estava atrás de uma porca blindada. E ela estava ficando tonta há alguns minutos, mas não queria admitir.
Os dois deuses reaparecem, cada um em um lugar, cercando-os.
Pomona se adianta:
-É nisso que dá fazer uma deusa ser traída, vagabunda. E você, Vertuno, está encrencado por me lembrar sequer dessa semi titã e do caso de vocês!
Hazel está com a visão turva, e cai de joelhos. Frank continua em pé, mas está franzindo a testa.
Leo tenta se levantar, mas cai novamente no elevador hidráulico. Cai fogo de suas mãos, mas só chamusca o chão.
Os dois deuses riem perante a medíocre apresentação dos poderes, e acenam com suas mãos.
Os três semideuses são arremessadas pelas portas, no labirinto, e a estufa some. Leo cai do elevador hidráulico, e Frank cai também. Hazel olha ao redor, e em seus olhos tem puro desespero.
Leo para de ficar sonolento, pois o efeito sonífero do remédio curativo dele tinha passado quando os deuses tinham sumido, e ele estava desesperado.
-CALIPSO!
Mas a única coisa que teve em troca foi o eco de sua voz.
Calipso se fora.


Flageotonte e Flagetonte é só questão de tradução, assim como Vertuno e Vertumno.

Percy Jackson E A Ascensão De UranoOnde histórias criam vida. Descubra agora