Capítulo 11

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[Pov Percy]

Me sinto caindo.

Em meio a queda, imagino mil formas de matar aquela deusa depois, mas no momento imagino apenas como fugir e sobreviver. Seria difícil, já que o único rio por perto da Mansão da Noite era o Aqueronte, o rio da dor. Eu particularmente não queria sentir uma dor excruciante, principalmente uma suficiente que me incapacitasse de sair daquele maldito poço ou que me impedisse de tentar matar aquela deusa.
A Mansão da Noite vista de cima era tão deprimente quanto Vista de dentro, pelo meno pelo que eu imaginava que era por dentro, com suas sombras se fundindo e acabando com minhas esperanças de fugir, mostrando meuspiores medos: Meus amigos morrendo, minha mãe e meu padrasto mortos, Annabeth... Annabeth sendo torturada... Depois de tudo... Annabeth ainda mexia comigo. Isso não era bom. 
Espere. Como eu sabia o que tinha dentro da mansão se eu nunca tinha visto diretamente? Como era por dentro? Quanto mais tento lembrar mais esqueço, mas só  de estar vivo já estava bom, eu não ia questionar porque o Universo tinha me dado uma exceção à regra. Talvez a Mansão não quisesse me matar,  afinal. Podia não lembrar das decorações, mas ainda me lembrava das visões, tão agourentas quanto as sombras: O céu negro, o mar descontrolado, o mundo inferior desolado, o Tártaro pulsando... O Tártaro!
Eu não lembrava do deus, mas agora que me lembrava que eu estava andando por seu corpo...
Lembrei de minha impotência diante dele, de como fugira quando meus amigos mais precisavam. Bob e Damásen...
Mas ficar remoendo essas lembranças não adiantariam de nada.
Balanço a cabeça e tento pensar no futuro. Mas que futuro? Para onde ele estava indo? Para onde iria?! Não tinham mais portas da morte, graças a ele, que as tinha fechado, então a entrada pelo Tártaro  do mundo inferior seria a sua única chance, mas aquela entrada...Se desse para subir facilmente todos ali já não teriam fugido dali?
Pisco e percebo que estou a poucos metros do Rio. Maldita mansão! Ela me fizera divagar!
As correntes de escuridão se rompem, não sei como, e as almas do Rio da dor tentam me desencorajar a resistir.
Você merece esse destino, diziam. Você vai ter esse destino. Decida se vai ser com mais ou menos dor!
Ignoro-os e faço com que um gêiser saia da água, e quero que ele seja alguma coisa que não me mate. Percebo tarde demais que não especifique e vejo um rio de fogo me envolvendo, todos os meus poros queimando e minha visão escurece quando água do Flegetonte me engole.

Percy Jackson E A Ascensão De UranoOnde histórias criam vida. Descubra agora