Remember me?

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— Ai, isso dói! – Kaya pestanejou ao sentir Izzy tirar a cera fria de suas pernas. – Ai! – Mordeu o lábio inferior. – MEUS PÊLOS! – Riu, nervosa, e Izzy gargalhou.

— Você tem que reaprender a se depilar, pelo amor de Deus! – Izzy gargalhava. – Mas acabou.

— Amém? – Kaya ofegou.

— Ah! Amanhã você volta para o colégio com a gente. Ansiosa? – Izzy incentivou.

— É legal? – Perguntou Kaya, explorando o próprio estojo de maquiagem. – Que legal. – Brincou com o delineador.

— É. Lá tem bastante gente legal lá. Ah, isso é um delineador. – Izzy explicou e Kaya sorriu. – Vem, vou te ensinar a se maquiar.

— E como ela está? – Max perguntou, curioso.

— Bem! Está se esforçando. Sua inocência é fascinante... – Mike riu. – Acho que a Izzy já vai levá-la de volta pra escola amanhã. – Deu de ombros.

— Bem, isso é ótimo. Afinal, é bom ela retomar os estudos enquanto tem tempo. – Max sorriu.

— É. Mas enfim, Izzy e ela devem estar vendo fotos ou algo do gênero. – Mike deu de ombros.

— EU NÃO ACERTO ISSO! – Kaya choramingou, praguejando o traço torto feito com o delineador.

— Ah, é um saco fazer delineado. Relaxa, é prática. – Izzy incentivou. – Você gostava muito de usar.

— Eu deveria saber antigamente. Porque hoje, não dá! – Disse Kaya, tampando o delineador e desistindo. – Mas eu sei usar outras maquiagens.

— É claro que sabe. Anda, vê se dorme cedo. Amanhã a gente vai acordar bem cedo. – Izzy encostou no batente da porta. – Boa noite. – Sorriu, encostando a porta.

Kaya acenou e ao ver a porta se fechar, correu para o armário e começou a passar os olhos por todas as suas peças de roupa e sapatos. Demorou para pegar no sono. E esse deslize refletiu na manhã seguinte:

— Não! Me deixa dormir, que saco! – Pestanejou. – Sai daqui, Izzy, que saco! – Kaya rosnou.

— Agora que aprendeu a falar "que saco", não para... – Izzy riu. – Vai, anda. Pro banho. – Ordenou e Kaylee levantou-se, desgostosa.

Depois do banho, Izzy indicou qual roupa era seu uniforme e a ajudou a arrumar a mala de escola. Além disso, a ajudou com uma maquiagem leve que escondesse as olheiras. Depois de tomarem café, Izzy e Kaya dirigiram-se à escola no carro de Izzy. Kaylee dormira durante a viagem.

Ao chegarem ao Elite Way, Kaya foi recepcionada de braços abertos de todos e foi bombardeada por perguntas. Respondeu tudo de boa vontade. Mas era nítido que sua presença não agradava a todos...

— Está gostando? – Mike entrelaçou os dedos nos da menina, guiando-a pelo extenso corredor do colégio.

— E como! – Kaya rolou os olhos pelo enorme hall. – Que gigante...

— Vou te acompanhar até a ala das garotas. Não posso passar dali. Mas o quarto de Izzy é um dos primeiros e ela provavelmente já vai estar te esperando. – Mike sorriu.

E assim o menino o fez. Apresentou a escola para a namorada e a deixou na ala do quarto das meninas, como combinado. Beijou-lhe a testa e sorriu, esperando Kaya adentrar tranquilamente o corredor.

A menina andava tranquilamente pelo corredor, procurando por uma porta aberta. Até que esbarrou em alguém:

— Me desculpe. – Disse Kaya, gentilmente, antes de retomar seu caminho.

— Kaylee Foxen... – Disse Mary, com um sorrisinho malicioso em seus lábios. Os olhos azuis gélidos. – Se lembra de mim?

— Não. Nada pessoal, é que eu realmente não me lembro de quase nada. – Confessou Kaya, envergonhada. – Seu nome é? – Perguntou, sentindo uma sensação estranha tomar conta de seu corpo.

— Mary. – A menina fuzilou Kaya com seus olhos azuis e mexeu nos longos cabelos castanhos.

— É um prazer... – Disse Kaya, apreensiva. – Licença. – Virou-se e retomou seu caminho.

Então, encontrou o quarto e as amigas lhe abraçaram. Kaylee fez uma breve avaliação do cômodo e lembrou-se de sua cama:

— Eu dormia aqui! Eu me lembro! – Sorriu, abobalhada. – Nós não temos aula? – Perguntou, inocente.

— Sim, começa daqui a pouquinho. Agora que você tem uma noção de como a escola é, a gente vai te ajudar a pegar as aulas, relaxa. – Mely sorriu. – Vamos? Já já dá oito horas.

E as meninas assentiram. Logo, o trio ria e dirigia-se à sala.

Enquanto isso, na cabana...

— Como assim ela voltou?! – Esbravejou.

— Não grite... Esse nosso esconderijo não fica muito longe do colégio e você não quer que queimem nosso filme, quer? – Disse o menino, sereno.

— Saco. – A menina praguejou.

— É uma honra tê-la de volta, srta. Foxen. – Disse a professora de literatura, satisfeita. – Como se sente?

— Obrigada. Me sinto plena e feliz por estar de volta. Tenho certeza de que nossa convivência será ótima. – Disse Kaya, pomposa.

E Kaya treinou tudo que vinha aprendendo durante a fisioterapia: leitura, escrita, fala... Levaria suas anotações à fisioterapia. E a aula correu tranquilamente. Ao chegar o intervalo, Mike adentrou a sala e Kaya lhe mostrou o fichário:

— Olha! – Apanhou as folhas do fichário e Mike sorriu.

— Quantos post-its... – Riu, notando a quantidade de cores e post-its que a menina usara. – Isso pode te auxiliar na hora de estudar. – Sorriu. – Vamos para o intervalo? – Estendeu a mão e Kaya entrelaçou seus dedos nos dele, assentindo.

— Mike, posso te fazer uma pergunta? – Perguntou Kaya, ainda com os dedos entrelaçados nos de Mike.

— Tudo o que quiser. – Mike rolou os olhos azuis pelo local, em busca dos amigos. O refeitório era grande e era complicado achar as pessoas ali.

— Quem é Mary? Ela veio falar comigo hoje e... Eu não sei, senti uma sensação estranha. – Kaya torceu o rosto acompanhando Mike.

— Ah, você não gostava muito dela. Ignora, ela não é companhia pra você. – Mike advertiu e Kaya assentiu.

Então ambos sentaram-se e começaram a conversar naturalmente, comentando sobre a escola com Kaya.
A menina, por sua vez, adorara o retorno. Assim que as aulas acabaram, a menina adentrou o quarto e retomou os estudos, empenhada. Estava no andar de cima e percebeu que as amigas adentraram o quarto:

— Kaya gostou muito de voltar. – Disse Mely, simples, jogando-se em sua cama.

— Fico feliz por ela. – Izzy sorriu. – Mas com esse stress todo... Nem me lembro o que é transar. – Colocou os dedos sob as têmporas.

— Ridícula! – Melyrune jogou uma almofada na amiga, que riu.

— Sejamos francas! – Defendeu-se, os olhos azuis divertidos.

Kaylee, curiosa, levantou-se do pufe que estava e desceu as escadas do quarto:

— Oi meninas. – Disse ela, sorridente. – Desculpa por estar ouvindo a conversa, mas... O que é transar? – Perguntou, curiosa.

— Oh. – As meninas coraram. – Coisas que namorados fazem... – Disseram em um uníssono.

— Que legal! Vou falar com o Mike, tenho certeza de que ele vai me mostrar o que é! Ele me ensinou a beijar, sabiam? – Disse Kaya, empenhada e inocente.

— Cristo... – Izzy gemeu. – Não Kaya, depois você pergunta... Volte a estudar... – Arriscou.

— Hm... – Kaya fez bico. – Tem razão! – Disse, boba, subindo as escadas.

É...

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