Capítulo 10

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- José?

- Descobriu o Brasil lelu – Merda é daí que conheço essa palavra

- Lelu? O que é isso??

- Você vai descobrir, agora é o seguinte, a vaga é sua, mas não será um estágio, será CLT mesmo, oito horas por dia, te deixarei ir apenas para a faculdade, de resto você é meu

- Peraí, prefiro continuar a ser garoto de programa a trabalhar pra você – digo baixo e com raiva

- Foda-se, lelu você ainda não entendeu, te tenho nas minhas mãos, não te filmei aquele dia comigo pra não me comprometer, mas tenho provas pra te ferrar ainda mais com o grande tubarão do seu papai, a vergonha pelo filhinho putinha que ele tem

- Mas eu nunca mais aceitei homens, só mulheres

- Eu sei, mas o que tenho é o suficiente pra fuder com você e seu pai, acha que não gravei você pagando aquele traficante? – Pqp agora é sério

- O que você quer?

- Simples, seu rabo, você irá trabalhar pra mim, te terei embaixo das minhas vistas, eu sei que foi você que comeu a Fernanda, por isso que não a comi, sou gay sim, mas fodo algumas mulheres ocasionalmente para manter uma fama, se tivesse sido qualquer outro filho da puta tudo bem, mas você é meu, e ela tocou no que é meu

- Peraí não sou nada seu, no máximo seu funcionário

- Por enquanto gatinho, sou paciente, me traga seus documentos, mês que vem você irá viajar comigo pra resolver alguns problemas na matriz na Finlândia, portanto arrume seu passaporte.

- Mas...

- Sem mas, é dezembro, suas aulas terão acabado

- Mas e o natal?

- Talvez voltaremos antes, mas se não te compenso de algum jeito, prometo

- Não tenho escolha né?

- Não, nunca mais voltará a fazer programa, quero seu chip de trabalho agora – o entrego e ele quebra no meio – se eu ficar sabendo que voltou a fazer isso te mato. Amanhã esteja aqui às oito em ponto, pode ir embora agora

- Até mais – saio cabisbaixo da sala pensando no azar de ter encontrado esse fdp e a Fer vem me consolar

- Não deu certo?

- Deu sim, estou pensando em uns problemas aqui – sorri disfarçando

- Vamos comemorar então, está na minha hora, tem um barzinho aqui em frente

- Tudo bem, vamos

Chegamos no barzinho e pedimos nossos chopps com uma porção de batatas

- Que bom que conseguiu, pelo menos terei um amigo naquele lugar enquanto eu estiver lá

- Por favor, não saia, sei que deve estar sendo difícil pra você, mas não quero ficar sem sua companhia lá – na verdade queria dizer não quero ter que ficar perto daquele louco sozinho

- Até o final do ano eu vou me decidir, falta pouco mesmo

- Ebaa, tenho tempo pra te convencer, mas e aí me conta como está sendo superar aquele babaca?

- É simples, não superei, passei por cima de tudo o que acreditava por ele, paguei por sexo, perdi a virgindade com um desconhecido, desculpe – não ofendeu - e agora ele me trata como lixo.

- Linda, não pense assim, ele não merece, um dia você vai achar alguém que a mereça e a faça feliz

- Poderia ser você

- Quem sabe, mas no momento passei por muita coisa também, dois feridos não vão conseguir lamber os machucados um do outro agora

- Tem razão, mas dois amigos podem né?

- Com certeza – sinto meu celular vibrar, uma mensagem

"Gatinho, não adianta bancar de galinho no meu terreiro, aqui mando eu, vá pra sua casa, você é meu"

Ignoro essa merda, quem ele pensa que é, fere a Fer e acha ruim de eu estar cuidando dela, se não fosse verdade o que acabei de dizer iria beijar ela agora mesmo, continuamos conversando e outra mensagem

"Não seja teimoso, já disse que você é meu, vá embora ou seu pai receberá certas fotos ainda hoje"

- Filho da puta

- O que foi Giu?

- Nada não, um amigo meu me mandou uma mensagem pedindo ajuda, tenho que ir

- Tá tudo bem?

- Tá sim, pra variar ele ficou sem gasolina, mas tenho que ajudar, até amanhã linda

- Até

Desgraçado, eu te mato ainda, vai me chantagear até quando?? Preciso arrumar provas contra ele antes que seja tarde, mas por hora ele só me pediu pra ir pra casa, é razoável.

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