Capítulo 17

221 40 0
                                    


Sai desesperado e liguei para Risto, não sabia o que fazer, ele entrou correndo em meu apartamento, me abraçou e disse que cuidaria de tudo, chamou a polícia e um advogado da empresa para cuidar de tudo por mim, vi quando a polícia levou o corpo do meu pai, eu estava fora de mim, não conseguia falar, era como se meu cérebro tivesse se esquecido do que fazer, Risto me colocou no carro dele, buscou a Aninha e uma mala no meu quarto para nós dois e nos levou para o apartamento dele, eu sabia que teria que ir à polícia, teria que ler essa carta que ele deixou, mas não hoje, agora eu só quero chorar e pensar no que fazer. Fico deitado na cama dele, sei que é pois sinto seu cheiro, é reconfortante, quando fecho os olhos é como se estivesse na Europa novamente, meu pai vivo e trabalhando como sempre fez. Durmo, apenas durmo, por horas, dias não me importo.

Acordei sendo abraçado por Risto, que sonho estranho, sonhei com meu pai morto, droga, não é sonho porra nenhuma, esse aqui é o apartamento dele, se estou aqui é pq é verdade, o que vou fazer? Começo a chorar e meus soluços acordam Risto

- Giu, calma, estou aqui, vai ficar tudo bem

- Risto, meu pai... – Não consigo falar

- Eu sei, é difícil, mas você precisa ser forte, agora será sua vez de cuidar da Aninha, a mãe dela já embarcou pros Estados Unidos, e pelo que você me contou ela não vai querer cuidar da nossa princesinha mais

- O que eu vou fazer? Como vou cuidar de uma criança sozinho?

- Você não está sozinho, eu estou aqui pra você e por ela

- Obrigado

- Agora temos que contar pra ela, eu consegui faze-la dormir ontem dizendo que roubaram sua casa e por isso ficariam aqui, e que você estava muito assustado e eu dei um remédio pra você dormir, mas ela merece saber da verdade

- Tem razão, chama ela aqui por favor, não tenho forças pra andar agora

- Deixa comigo, se acalme, ela precisa de você agora

Enxugo as lagrimas e os aguardo, Aninha vem pulando em cima de mim toda feliz, não quero tirar esse sorriso dela, mas não posso mentir

- Aninha, senta aqui no meu colo que preciso te contar uma coisa

- Se é sobre o assalto tio Risto me contou, o que roubaram pra você tá chorando tanto?

- Meu anjo, não foi um assalto, acho que foi o papai que quebrou tudo

- Pq ele faria isso?

- Ainda não sei meu amor, mas não é só isso

- O que aconteceu? Cadê o papai? – O sorriso dela tinha desaparecido dando ar a uma carinha de choro

- Meu amor, eu o encontrei no banheiro, não pude fazer nada, papai já tinha morrido

- O que? Meu papai morreu?

- Sim meu amor, eu não sabia o que fazer ontem por isso o tio Risto cuidou de você e de mim, mas agora precisamos ir e cuidar do enterro do papai

- Tá bom, mas me promete que não vai me deixar?

- Nunca meu amor, vem cá – a abraço com tanta força que acho que nem a deixei respirar, nem sei se ela assimilou direito, não estou conseguindo ver muito alem da minha própria dor, Risto a tirou de mim prometendo fazer um café da manha pra ela enquanto eu me arrumava, é isso, tenho que seguir em frente, é minha irmã, agora será minha princesinha para amar e proteger para sempre, ainda mais que antes.

Levanto, tomo um banho demorado, choro pela última vez a perca do meu pai, agora eu ganhei uma filha/irmã e tenho que aguentar o tranco por ela, sei que Risto e a Fer vão me ajudar, mas eu preciso ser forte antes de tudo, troco de roupa pois tenho de ir a delegacia e fazer todo o necessário para o enterro, encontro minha irmã e Risto na cozinha, ele tentando brincar com ela para distraí-la, não sei se estava conseguindo, mas estava melhor do que eu teria conseguido.

- Aninha, meu anjo, eu vou ter que ir até a delegacia pra resolver toda essa história, Risto, você pode ficar com ela?

- Poderia, mas eu vou com você

- Não quero que ela entre em uma delegacia, por favor fique com ela

- Vamos fazer assim, liga pra Maria Fernanda, ela vai entender e virá aqui, acho que as duas se darão bem, e eu vou com você, não vou te deixar sozinho agora de jeito nenhum

- Tem razão, vou ligar pra Fer

- Alo

- Fer? É o Giulliano tudo bem?

- Tudo sim e você?

- Mais ou menos, preciso de um favor seu

- Pode falar, o que foi?

- Fer, encontrei meu pai morto em casa ontem, tenho que resolver as coisas na delegacia mas não quero deixar minha irmã sozinha, tem como você vim aqui e ficar com ela?

- Tem sim, onde vocês estão?

- No apartamento do Risto

- Pq você está aí?

- Longa história, chegamos ontem a tarde de viagem e foi quando aconteceu tudo, eu estava em choque e ele nos trouxe pra cá

- Entendi, em meia hora to aí

- Tá bom obrigada

- Que isso, beijo

- Outro, tchau

- E então?

- Ela está vindo pra cá

- Ótimo, sabia que ela iria ajudar, vou ligar pro advogado pra nos encontrar na delegacia, saímos assim que ela chegar.

Nem sei explicar como foram as próximas horas, mas vou resumir, fiz o reconhecimento e liberação do corpo do meu pai no IML, li a tal carta que ele deixou, em suma ele estava falido, perdeu processos importantes e isso custou muito, mas depois do que Risto me contou já até imagino o que aconteceu ele deve ter tentado dar mais um golpe mas a pessoa foi mais esperta, no fim de tudo nem o apartamento havia sobrado, tenho 30 dias para desocupá-lo, e ainda recebo a notícia que a desgraçada da mãe da Aninha não quer nem saber dela e mandou eu me virar, agora não sei o que vou fazer, meu emprego daria pra me manter morando com meu pai e pagando a minha faculdade, mas agora vem aluguel, escola da Aninha, sem chances, não quero coloca-la em escola publica, mas acho que não vai ter jeito, buscamos a Aninha e a Fer, enterramos meu pai, voltamos para casa buscar mais algumas coisas que eram necessárias, fui para o apartamento dele e novamente adormeci na sua cama.

RistoOnde histórias criam vida. Descubra agora