Capítulo 15

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Acordo com Risto me segurando de conchinha, virou hábito essa porra, mas não vou brigar hoje, me mexo na cama e ele acorda

- Bom dia Giulliano

- Bom dia, Risto, preciso te contar uma coisa – Falo me lembrando da pelúcia

- O que foi?

- Vem comigo, é importante – saio da cama e vou em direção ao quarto dela

- Me explica o que está acontecendo? – ele parece nervoso quando me vê abrindo a porta

- Risto, vou explicar desde o começo, ontem quando você dormiu eu vim pra cá, ainda estou mexido com o que aconteceu com sua irmã, também tenho uma, fiquei com medo de acontecer algo com ela e acabei parando aqui pensando nela, enfim, me sentei no chão e peguei essa ovelhinha aqui, está descosturada, eu ia arrumar pra você, mas aí senti algo diferente no enchimento, acho que ela colocou aqui, não tentei tirar, juro

- Minha irmã deixou algo aqui? – pegou a pelúcia da minha mão e começou a procurar pelo buraquinho, tirando um papel de dentro

- Me dê esse bichinho que vou costurar de volta, fique aqui e leia o que quer que seja

- Fique, você descobriu isso, é seu direito também, e acho que não vou conseguir fazer isso sozinho

- Tudo bem, sente aqui – o puxei para a cama dela e me sentei em uma cadeira a sua frente

- Está em finlandês, mas vou traduzir pra você

- Não se preocupe, leia com calma

"Risto, meu irmão, meu pai dois, você sempre cuidou de mim, ainda mais quando perdemos papai e mamãe, como eu era apenas uma criança você se tornou meu maior protetor, apenas contra essa doença maldita que não tivemos forças, estou morrendo, sinto te deixar sozinho, mas acredito que ainda terei um cunhado maravilhoso que vai te fazer rir como eu consigo, eu disse cunhado, eu sei que você é gay, descobri por acidente, mas saiba que eu te amo acima de tudo, espero que você encontre esse cara e seja feliz, meu tempo está acabando, vou partir, junto comigo minhas lembranças e o sentimento do quanto fui amada pelo homem da minha vida que Deus me permitiu chamar de irmão, quando me vi doente, sabia que jamais estaria sozinha pois tenho você, quando sentir minha falta lembre-se dessas palavras, eu te amo, eu te amo e sempre estarei com você"

Ele estava chorando igual criança, me sentei na cama, coloquei sua cabeça em meu colo e deixei ele chorar até adormecer, o deixei lá e fui preparar o café da manhã pra nós. Quando estava pronto fui chama-lo, afinal acho que ainda temos que trabalhar né?

- Risto, acorda

- O que foi?

- A gente não tem que ir trabalhar?

- Putaqueopariu, que horas são??

- Oito e meia, levanta, já fiz café pra nós

- Peraí, pq to no quarto da Anne? – ele olha o papelzinho e se lembra, seus ombros começam a tremer com o choro

- Risto, te entendo, mas agora não, temos que ir trabalhar, vamos fazer tudo o mais rápido possível e voltar.

- Tudo bem, você tem razão, vou tomar banho - Sai do quarto cabisbaixo e eu tenho uma idéia pra mais tarde, vou precisar da Aninha

Corremos para o trabalho, mais uma vez várias reuniões e ele apenas me pediu para acompanha-lo e anotar algumas coisas, a noite preparo meu plano, sei que ainda é dia no Brasil então tento a sorte pelo Skype

RistoOnde histórias criam vida. Descubra agora