Lovely Boy || kid!Harry (l.s. au)

3- Sempre Ao Seu Lado

- Lou, Lou, Lou, Lou, Lou...

Escuto Harry cantarolando meu nome lá do quarto que está com a porta aberta. Sorri sozinho. Eu estou na sala, mexendo em algumas coisas da estante por curiosidade e falta do que fazer. Pego uns álbuns de fotos, olho a Fizzy com a idade do Harry. Tão fofa quanto ele. Eu amo crianças, mas acho que é melhor não ter uma. Dá trabalho.

Estou relembrando das coisas até que uma das fotos me chama atenção. É uma criança loirinha de olhos quase azuis, no colo de uma moça bonita de cabelo preto. Quem são? Tiro a foto polaroide do álbum para ver se tem algo atrás.

"Anne e Harry no dia do aniversário de 1 ano".

Harry? Mas essa criança é loira... Como é possível? E tem cabelo lisinho, já sorridente com uma covinha. Genética é algo incrível. Coço a cabeça e coloco a foto de volta no lugar. Tem mais outras e uma delas do Harry quase carequinha, recém-nascido nos braços de Anne. Ela sorria com ternura e muito carinho para ele que está com os olhos fechados. Deve ter mandado essas fotos para mamãe, na época.

- Louis! – a voz de Harry se aproxima e ele corre para a cozinha, me procurando.

- Estou aqui!

Corre para a sala e olho para ele.

- Você está aí! – vem na minha direção com um papel na mão. – Olha!

Coloco o álbum no colo e pego o papel. É um desenho. Rabiscos de cera pretos numa tentativa de fazer um garoto com cabelo de franja de sorriso enorme. Logo abaixo tinha o nome Louis, todo tremido.

- Sou eu?

- Sim! – fecha os olhos, dando um sorriso de covinhas.

- Você fez para mim? – pergunto com mais cautela.

Ele abre os olhos e concorda com a cabeça, ainda sorrindo. Eu sinto vontade de sair correndo, subir numa ponte e me jogar, gritando o quanto ele é fofo. A Fizzy nunca fez um desenho para mim. Ninguém jamais fez um desenho para mim e está tão lindo! Parece uma arte, é o melhor desenho do mundo. Ele desenha melhor que eu. Talvez eu esteja cego pela ação gentil, mas para mim sempre será maravilhoso e o melhor de todos.

- Obrigado, Harry! É tão lindo! – fingi chorar para brincar e ele começa a rir. – Eu vou guardar para sempre, você desenha muito bem!

- Sério? – se empolga.

- Sim, melhor que eu – admiti, na minha opinião.

Ele ri de novo.

- Posso colocar no banheiro? – provoquei.

Ele para de rir e faz bico.

- Não!

Ri e coloquei o papel com cuidado do meu lado. Estendi a mão.

- Vem cá.

Ele fica curioso, mas se aproxima e o coloco sentado no meu colo, depois de tirar o álbum.

- Quero te mostrar uma coisa – coloco o álbum em cima do colo dele.

Ele tinha as mãozinhas apoiadas nas minhas coxas e eu olhava o álbum por cima de sua cabeça, encostando meu queixo ali.

- O que é?

Abro o álbum na pagina das fotos dele e da mãe.

- É você e sua mãe – sorri calmamente, colocando a cabeça do lado da bochecha dele, dessa vez.

- Sou eu? – vira a cabeça para mim e eu acenei. – Eu era tão pequeno! – olha para a foto.

- Sim, mas você ainda é.