3. Susto

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Vancouver, 11 de Fevereiro

Um mês havia se passado desde aquelas complicações e tudo enfim estava no seu lugar. Eu já estava adaptada a minha nova casa, já sabia onde se localizava cada cantinho ali perto de casa, tudo estava a minha altura, e eu já podia sair dali a hora que eu bem entendesse sem que eu precisasse da ajuda do meu irmão.

Eu tinha voltado naquele shopping uns dias atrás, e aquele caras, para o meu azar, estavam lá também, mas eles não fizeram nada, apenas me observavam de longe vendo cada passo que eu dava já que teriam me reconhecido. O estrago no dedo do menino era evidente, ele usava um gesso em seu dedo, mas não deve ter quebrado, eu acho.

Passei por algumas lojas para comprar umas roupas novas com o cartão que meu pai havia me dado e reparei que tinha um cara parecido com aquele do avião. Ele estava de costas, mas por um momento me olhou por detrás dos seus ombros, eu desviei na mesma hora e não pude ver o seu rosto, quando virei novamente ele já tinha saído dali e não consegui mais ver ele aquele dia.

Eu tinha arrumado o meu quarto ao meu gosto e eu tinha ganhado um Iphone da minha mãe e um Macbook do meu pai, ambos eram pretos, o celular e o Macbook. Por incrível que pareça eu fiquei feliz com minha mãe uma vez na vida, ela sabia que eu queria um celular novo a séculos mas não tinha coragem de pedi-la.

Nossa relação em família melhorou bastante de um mês para cá, e até meu irmão estava aceitando ela mais do que antes e até poderia ser ouvido uns murmúrios dele à chamando de "Mãe", mas claro, ele continuava o mesmo, sempre trazendo garotas para dentro de casa, essa semana já tiveram 2 diferente, isso porque ele já tinha começado a sua faculdade e provavelmente essas meninas eram de lá também já que chegavam sempre juntos.

Meu pai já estava trabalhando normalmente, assim como minha mãe e por falar em trabalho, o salários deles eram melhores de que quando a gente morava no Brasil, acho que faz sentido eles mudarem de país. Tudo estava em ordem, apenas eu que não estava na escola ainda, mas amanhã já começaria tudo de novo. Não vou dizer que estava contente por ir pra escola, era um saco, nunca gostei, mas também minhas notas não eram as piores, eu nunca tinha ido para nenhuma recuperação e podia se dizer que eu era inteligente ao meu ponto de vista já que os professores sempre estavam me elogiando pelas minhas notas e bom comportamento, ali não iria ser diferente, eu espero.

Eu estava deitada em minha cama a uma hora dessas, na minha cômoda, estava meu relógio que marcava 22:48 da noite, eu não estava com sono, muito pelo contrário, eu só queria sair um pouco e curtir aquele tempinho livre que ainda me restava. A Janela estava aberta mas eu não ousava ficar olhando por muito tempo, não depois daquilo.

Então eu resolvi ir dormir já que eu não tinha nada para fazer.

12 de Fevereiro

-Vai sair sem comer nada?.- minha mãe disse olhando eu abrir a porta.
-Eu não estou com muita fome, qualquer coisa eu como quando sair do colégio.- disse dando tchau e logo fechando a porta atrás de mim.

Eu tinha acordado mais cedo do que deveria, acordei antes do meu despertador, coloquei uma roupa mais fechada junto com o meu casaco preto que não deixava de lado e minha mochila.

Sai caminhando até o ponto de ônibus mais perto, peguei o primeiro ônibus que estava estacionado, quase não pegaria ele se demorasse mais alguns minutos.

Sentei em uma das cadeiras e olhei diretamente para o fundo. Não havia ninguém, como o esperado.

Chegando no colégio eu fui na sala da direitora do colégio que logo me deu a senha do meu armário e os horários que eu iria pegar naquele dia.

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