2. O paciente

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POV HARLEEN

Senti um arrepio ao ouvir esse nome.

Meu novo paciente matou o antigo psiquiatra, cortando a garganta dele.

E riu enquanto o sangue se tornava uma poça sobre a mesa.

Essa foram as exatas palavras da agente Waller.

- Não precisa se preocupar, dra. Quinzel. Vamos vigia-lo atentamente!

- Sim. - falo sem muita convicção.

- Bom, está na hora de ir! - Dra. Burton fala, enquanto eu acompanho o segurança até o meu quarto.

...

Passamos por um corredor, que tinha uma clara vista para o refeitório.

Não tinha comido nada e estava com fome.

Os detentos estavam comendo algo que deveria parecer com um mingau...

Eles pareciam meio aéreos.

A medicação aqui deveria ser muito forte.

Isolado no canto, um rapaz ruivo brincava com o garfo de plástico.

Deus.

Ele era jovem demais para estar nesse lugar.

Vejo um outro detento , completamente louco chegar perto do rapaz.

Parecia estar incomodando ele.

Paro pra ver.

O rapaz finca o garfo de plástico em uma fisura na mesa. Escutei claramente o que ele disse em seguida:

- Está vendo esse garfo?

- Aham. - o outro fala.

- Então... - ele faz gestos de "magia". - eu... vou fazer esse garfo desaparecer. Quer ver?

- Quero. - o outro sorriu, completamente abobalhado.

- Olha. - o rapaz continua com os gestos e, num movimento repentino, colocou a mão na nuca do doido e a baixou violentamente. O olho esquerdo do doido encontrou-se com a ponta do garfo, matando-o na hora.

Fiquei chocada.

Ele...

Ele morreu.

O refeitório ficou em polvorosa. Guardas entraram na mesma hora, e atacaram o rapaz com choques elétricos. Ele saiu de lá, em convulsão.

Meu Deus.

- Bem-vinda ao Arkham. - o segurança fala e me leva até o quarto.

Fico com aquela imagem entranhada na cabeça.

Ele morreu.

Deito na cama e tento dormir um pouco. Nem comecei a exercer minha profissão no Arkham e já vi alguém morrer.

Depois de uma rápida soneca, logo deu a hora do jantar.

Foi um ensopado que até estava bom. Jantamos somente eu e alguns funcionários. Os detentos não comem à noite?

Fui acompanhada até o meu quarto e logo dormi.

...

No dia seguinte, vou até a minha sala. As consultas com o paciente começariam hoje.

Arrumo a sala, rapidamente.

Minutos depois, o guarda entra, trazendo meu paciente em uma camisa de força.

Congelo.

Era aquele mesmo rapaz.

Ele era o paciente?

Já matou o psiquiatra antigo e homem no refeitório. Aquilo não seria nada fácil.

O guarda o coloca na cadeira.

Olho mais atentamente pra ele.

A pele clara, os cabelos ruivos arrepiados, os olhos verdes; ele estava com o olho roxo e uma cicatriz  no pescoço.

Ele sofreu maus tratos.

Tentei não me prender a isso e fazer o meu trabalho. Ele me olhava, sério.

- Doutora... - a voz dele era sinistra. E o olhar provocante tornava tudo ainda mais assustador.

- Jerome... - Droga! Me lembrei das instruções de Amanda Waller. Ele me olha, ainda sério.

- Não me chame assim! - a voz estava carregada de raiva.

- Desculpe... Coringa.

Ele sorri, de forma sinistra. O guarda atrás dele se prepara. Mas   o Coringa fica calmo. Ele fala:

- Vamos começar?

(O que estão achando da fic?)

O Meu Coringa!Onde histórias criam vida. Descubra agora