Capítulo 3.

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"Já me disseram uma vez, que os grandes reis do passado estão lá, olhando para nós"

Vovó Fabray morreu quando Quinn tinha 10 anos. Quinn chorou por dias após seus pais lhe contarem. A senhora já estava doente por um longo tempo e Quinn já tinha se acostumado a ir visita-la e assistir filmes com ela, todo fim de semana. Elas se mantinham quentinhas enroladas em seu grande cobertor azul e deitadas quietas enquanto assistiam o filme. Em certos dias, Quinn escolhia assistir a sua avó em vez do filme. Elas assistam vários filmes, mas sempre acabavam voltando para o seu especial favorito.

Era o dia do funeral e Quinn estava sentada no sofá, na sala de estar. Ela não conseguiu assistir a sua cópia original, então decidiu assistir a nova edição em DVD que ela tinha ganhado em seu aniversário. Ela estava assistindo aos créditos quando sua mãe entrou na sala, usando seus bons óculos escuros.

"Quinn, você está pronta, querida? Nós temos que ir logo." Sua voz era gentil e leve, enquanto se inclinava para olhar nos olhos da filha. Judy conseguia ver as lágrimas que caíram  e foram limpas em sua bochechas, e que os olhos de Quinn estavam vermelhos e inchados de chorar. Ela sentou no sofá e Quinn se aconchegou no corpo da mãe.

"Eu não quero que ela se vá." Quinn chorava ao enterrar o rosto no ombro da mãe.

"Está tudo bem, amor. Você sabe que ela não se foi de verdade, ela está no paraíso agora, olhando para nós." Judy respondia, passando os dedos entre o longo cabelo de sua filha.

"Nas estrelas como os grandes reis?" Quinn perguntou, olhando para sua mãe, com olhos marejados e cheios de expectativas.

"Sim, nas estrelas, querida, e sempre que você quiser falar com ela ou pensar nela, ela vai estar lá em cima, olhando pra você. Ela vai cuidar de sua Leoazinha, eu tenho certeza disso." Judy ergueu a garota e a trouxe para seu colo. Ela acariciou o cabelo de Quinn enquanto as lágrimas começaram a cessar e sua respiração se acalmava. Judy tentou ajeitar o cabelo liso e rebelde da menina, para que Quinn estivesse ao menos apresentável para o funeral.

"Mãe!" Quinn sentou-se e olhou para a mãe, "Mãe, você está desarrumando minha juba! Eu ajeitei especialmente do jeito que a vovó gostava."

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"Então, de onde vem?"

"O que importa? Não posso voltar."

Seu dvd, Simba e seu cobertor azul foram as primeiras coisas que ela empacotou depois de seus pais a expulsarem de casa, após descobrirem sobre a gravidez. Ela chorou enquanto assistia o filme no quarto de Finn na primeira noite. Trancou as portas e não deixaria ele entrar. Ela chorou em diferentes partes dessa vez, porque agora ela via o filme com novos olhos e novas experiencias. Nem Hakuna Matata fazia mais ela se sentir melhor. Escrevia a letra em seu braço todo dia, mas ainda assim não ajudava. Ela cantava para seu bebê pra que pelo menos ela pudesse sentir que as coisas iam melhorar com o tempo. Seus amigos de Rei Leão eram praticamente a unica coisa que a ajudou a passar pelo período da gravidez e pelo fato de não ter mais um lar.

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Ela lembra de permanecer em pé na cozinha de Puck, com espatula e frigideira nas mãos. Estava tendo enjoos de todos os tipo por semanas sem fim. Bacon. Ela sorriu respirando o aroma da comida proibida. A mãe de Puck tinha proibido o divino pedaço de carne salgado e delicioso, mas a família tinha ido ao concerto da irmã mais nova de Puck,  então ela tinha a chance de saciar a fome de sua comida favorita. Ela teve que contrabandear o bacon para dentro de casa em sua mochila e, de alguma forma, conseguiu mante-lo refrigerado até ter o oportuno momento de saboreá-lo. Salpicava na frigideira a sua frente. Ela podia assistir o filme em sua cabeça e começou a balançar os quadris com a música preenchendo sua cabeça.

"Quem quiser comer boa carne venha cá, meu amigo Pumba é a melhor carne que há. Você vai gostar, vai se empanturrar, e nenhuma conta pra pagar. Quer um pouquinho?" Ela deu uma pausa em seu canto por um momento antes de continuar, "De baconzinho?"

Ela riu sozinha enquanto removia O Preciso da frigideira e sentou-se para comer. Ela devorou com toda a fome de um leão comendo um antílope e sorriu pra si mesma, contente.

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Quinn estava chocada ao encontrar sua mãe nas Sectionais, alegando que tinha deixado Russel e que queria que ela voltasse pra casa com o bebê. Quinn ficou ainda mais chocada quando sua bolsa estourou e ela entrou em trabalho de parto. Ela gritou por sua mãe e chorou enquanto dava a luz à sua linda e perfeita menininha. Ela chorou novamente quando a segurou, desejando apenas o melhor para ela. Quinn sabia que Puck queria manter Beth, mas ela não poderia fazer isso. Ela sabia que sua filha teria uma vida melhor do que a que eles poderiam lhe dar agora. Talvez em outro espaço-tempo, mas não agora e não assim, então Quinn tomou a decisão de dá-la para Shelby Corcoran, sob a promessa de que ela daria a pequena todas as oportunidades e a vida que ela merecia. Quinn deixou com sua filha uma unica coisa para manter e guardar com ela, que comprou por instinto um dia. Uma pelúcia do Simba, que nem a dela, uma pelúcia que Beth poderia ter pra sempre e compartilhar a vida com ela, que nem Quinn fez com a sua própria.



Fim de semestre é foda. Enfim, a Rachel aparece no próximo :)

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