Capítulo IV

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Durante os longos dias chatos sem fazer nada, tentei de todas as formas convencer a mãe da Mari a deixá-la ir comigo na lapa, mas ela não deixou, o que me fez pensar em desistir de ir, só que Mari me fez prometer que eu iria e aqui estou eu me preparando.
- Já escolheu a roupa? - Mari conversava comigo pelo celular - Você tem exatamente, duas horas, até o bar ser aberto.

- Calma Mari - ri e senti que ela revirava os olhos do outro lado da linha - As merdas das minhas calças estão todas sujas, a única opção é o vestido florido de mangas compridas.

- Aquele soltinho? Vermelho?

- Sim, esse mesmo.

- Yes! Amo ver você de vestido - ela disse toda feliz - Vai de salto né?

- Claro... Que não, né? Tênis da coca e olhe lá.

- Você é uma decepção, sabia?

Ri, e assim que paramos de conversar, peguei tudo que precisava e fui me arrumar, mas antes mandei uma mensagem para Alyson.

Cintia: "Daqui a pouco tem show do talento da Cariocagem, ansiosa esse é meu status rsrs"

Alyson: "Que linda! está ansiosa com o meu show :D Espero que goste"

Cintia: "Eu sei que vou gostar. Até daqui a pouco então"

Alyson: "Até, qualquer coisa pode me chamar aqui"

Cintia: "Okay ;) "

A Alyson era um amorzinho, literalmente, eu achei que ela iria me ignorar por conta dos preparativos para o show é tal, mas desde a primeira mensagem que mandei para ela, sempre foi doce e carinhosa, respondendo todas e sempre perguntando como eu estava, ela até ofereceu uma carona, mas fiquei imaginando que a Heloise estaria com ela então disse que meu pai me levaria.
- Cintia, minha filha - esse era meu pai, Pedro Teles, alto, magro um pouco barrigudo, pardo e cheio de remorso por ter ficado três dias seguidos sem aparecer em casa - Está linda! Não te vejo vestida assim desde que sua mãe morava aqui.

Lá vem as lembranças do passado, eu sei que ele ainda gosta da minha mãe, mas convenhamos, existe coisa pior do que insistir em alguém que não te ama? Espero superar Diogo, para não ter que passar por isso.

- Pai podemos ir, o senhor já chegou atrasado - olhei para o relógio do celular, marcava 19:00 em ponto - o show da Alyson começa daqui a meia hora.

- Quem é Alyson? Namorado novo?

- Eu disse, DA Alyson e não DO Alyson, presta atenção, pai.

- Vamos, vamos.

Sacudi a cabeça e sai, seguindo para fora de casa, dei de cara com Dona Cris e Senhor Jorge, pais de Diogo, ele logo apareceu depois. Meu pai cumprimentou os dois mais velhos e Diogo me encarou como se eu fosse uma novidade ali naquela rua, como se não me conhecesse, eu pensei logo se era a roupa, mas não, ele me conhecia desde pequena, já me viu com vestidos, talvez estava surpreso com a forma que eu me superei daqueles dias, sei lá, não cumprimentei eles, apenas entrei no carro e olhei para o celular, tinha uma mensagem de Alyson.

Alyson: "Pedi para o segurança te levar a área onde está meus amigos, então assim que você chegar, mostre essa mensagem e diga seu nome. Aproveite a noite."

Um sorriso cresceu nos meus lábios e eu nem respondi, ela devia estar ocupada agora, assim que parei para raciocinar, olhei para o lado e notei que Diogo me observava enquanto meu pai conversava com o seu, e pela primeira vez não tive vontade de desmanchar meu sorriso ao olhar para ele, pelo contrário, continuei com ele e chamei atenção do meu pai para que ele parasse a conversa.

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