Capítulo V

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Enfim, Alyson se despediu do ultimo amigo que ali estava. Durante toda noite eu fiquei conversando com Luiza, que logo assim que deu 2hrs se despediu me deixando sozinha no bar, agora são 2:45.

- Te peço mil perdões, não te dei atenção suficiente.

Ela acenou para o barman que trouxe um copo com cachaça, eu acho.

- Imagina, a Luiza me fez uma companhia e tanto.

- Santa Luiza - sorriu e estendeu o copo para mim - quer um pouco?

Eu recusei bebida a noite toda, mas aceitei experimentar o que tinha no copo da Alyson. Assim que tomei um gole, minha expressão foi a pior possível, a minha garganta queimava e Alyson tentou disfarça, mas era nítido a diversão no seu olhar.

- Você não acha que tá um pouco forte não? - passei a mão na garganta.

- Cachaça com mel - ela deu um gole - está até suave.

- Mais suave que isso, só bebendo um copo de lava de vulcão.

Ela deu uma gargalhada e assim que parou, me olhou.

- Vou te levar até em casa.

- Mas a Heloise, ela não vai com você?

- Ela mora em um ape aqui na Lapa, esse bar é do pai dela.

Claro, por isso ela anunciou o começo do show, na certa até organizou o show junto da Aly.

- Vou me despedir dela, juro que volto rapidinho - ela juntou as mãos como em uma reza.

Sou toda felicidade rodopiando nos arcos da Lapa ao lado de Alyson, é libertador fazer isso, abrir os braços e fechar os olhos, ela me fez fazer isso umas dez vezes ou mais, não sei se a cachaça afetou a consciência dela, porém eu estava sentindo outra Alyson ali, como se ela tivesse depositado tudo que a travou em um recipiente enquanto estava ali comigo.

- Alguma música? para esse momento agora.

- Não cansa de ouvir minha voz, não?

- Não.

- Quando fui chuva, Maria Gadú, já ouviu?

- Já, mas não está chovendo.

Ela sorriu e olhou para o céu.

- Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer acomodei
Minha dança, os meus traços de chuva - virou para mim alargando ainda mais o sorriso - E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser sua
Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos e as calçadas.

- Você parece respirar música.

- Sim, música é tudo, alimento, ar, sentimento... literalmente é tudo.

- Só queria eu ter um pouquinho de conhecimento de música, seria eternamente feliz.

- Vou te ensinar, pode ser?

- Sério?

- Claro. Só tenho que esperar o festival que vai ter aí serei sua professora.

Ela sorriu e eu retribui o sorriso, agarrou a minha mão e me levou até o seu carro, um fusca vermelho.

- É a minha cara, ne?

- Muito.

- Entra ai.

Assim que entrei, Alyson ligou o rádio e deu partida para a Barra, ela no caminho contou sobre o que achou do show e me disse que morava um pouco antes da minha casa.

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⏰ Última atualização: Jun 23, 2017 ⏰

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