Quando abro os olhos me vejo num campo florido e muito bonito. Uma casa de madeira simples está a poucos passos de mim e assim que olho para a porta desgastada de madeira velha, sinto um arrepio correr pela minha espinha.
Isso nunca era um bom sinal.
– Você lembrará de muitas coisas nessa provação Megan. E lembre-se, nem tudo o que você vê é real.
– Lembrar de coisas?
– Sim. Entre na casa e encare tudo o que vier na sua direção de frente. É tudo o que eu posso te dizer.
– Já percebi que você só pode me levar não é Fred? Por que ajudar você não está fazendo muita coisa...
– Desculpe-me Megan, mas esse não é o meu trabalho aqui. Somente você é que pode se ajudar na sua jornada...
– Entendi...
– Mas eu ainda posso te desejar boa sorte.
– Obrigada Fred.
– Entre na casa, e tente não se ater muito olhando para trás...
– Como? – me viro para encará-lo, mas somente para perceber que ele não estava mais lá, que eu já estava sozinha, para enfrentar mais aquela prova.
Vou me aproximando da casa e se pelo lado de fora, ela estava caindo aos pedaços, por dentro a realidade não era muito diferente. O chão estava desgastado e a madeira rangia quando eu pisava nela. Não havia nada dentro daquela casa, somente portas. Devo entrar nessas portas, mas estou com medo do que pode estar atrás delas. Não faço a menor ideia de onde essas portas me levariam.
Oito portas de tamanhos e cores diferentes estavam na minha frente. Três à minha esquerda, quarto à minha frente e somente uma à minha direita.
Não querendo dar lugar para a minha indecisão coloco a mão na maçaneta da primeira porta à minha direita. Ela era a maior dali e estava pintada com um amarelo bem vivo e brilhante. Entro e como o Fred tinha me dito, não olhei para trás.
A porta se abriu para o passado. Abri os olhos e vi os meus pais na minha frente. Eu segurava um sorvete de morango e minhas bochechas doíam do tanto que eu sorria. Eu me lembro desse dia. É a primeira lembrança que eu tenho de sair com os meus pais, fomos tomar sorvete e eles me deixaram segurar a minha casquinha sozinha. Me senti muito feliz por não ter que dividir o meu sorvete com a minha mãe.
Minha mãe me olhava atentamente e o meu pai olhava atento para a minha mãe, eu era muito nova para perceber na época, mas o meu pai escorria amor com seus olhos. Aquilo me encheu de alegria.
– Como está o seu sorvete Meg? – minha mãe pergunta com um olhar doce.
– Muito bom! – digo animada e começo a balançar as minhas pernas.
– Você quer que eu peça para colocar mais cobertura no seu sorvete? – agora é a vez do meu pai falar.
Concordo com a cabeça e meu pai pega a minha casquinha. Claro que eu não tinha ideia do que estava acontecendo na época, mas agora eu percebo que talvez aquele tenha sido o momento que eu percebi a felicidade de ter uma família, que eu percebi o amor incondicional que eu poderia dar e receber.
Nem preciso me esforçar muito para perceber que aquela era a primeira lembrança feliz que eu tive, uma lembrança que é só minha, ninguém precisou me falar sobre ela.
– Muito bem minha filha – minha mãe diz com um sorriso orgulhoso. – Você passou pela porta da Alegria. Pode ir em frente.
– Porta da Alegria?
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O Nono Domínio
Fantasy| HISTÓRIA COMPLETA | TRILOGIA DOMÍNIOS | LIVRO 02 Caso você não estiver lendo essa história pelo Wattpad, seu dispositivo pode estar em risco. Convido você a conferir a história no meu perfil oficial do Wattpad. É grátis e você me ajuda ♥ o link pr...