Aos 19 anos, Alice tem muito mais responsabilidades do que qualquer garota da sua idade. Tem uma casa para sustentar, um filho pra criar e muitas, muitas contas para pagar. Sempre independente, nunca pediu ajuda a ninguém nem mesmo quando descobriu...
- Alice... Voltei! - Jéssica diz, fazendo sua clássica entrada estilo furacão.
- Hã? Ah... Oi...
- Ih... Estava pensando em que?
- Só estava fazendo uma constatação... – Eu disse, olhando para o Caio. Caio junta as sobrancelhas me lançando um olhar confuso.
- Hum... E o que você constatou?
Por que Jéssica tem que ser tão curiosa hein? Não pode simplesmente deixar para lá?
- Nossa, mas você é muito curiosa... Esqueça que me ouviu dizer isso e vamos deixar para lá... – Faço aquele olhar de "melhor parar por aqui". Ela levanta uma sobrancelha para mim, mas não insiste.
- Mas então priminho, como está se sentindo? – Ela sabiamente muda de assunto.
- Melhor... – Ele responde, mas seu olhar está fixo em mim por causa da pergunta não respondida.
Ai Jéssica, eu ainda te mato!
Depois de passar a manhã toda conversando sobre coisas aleatórias do mundo externo, Jéssica diz que está cansada e que vai para casa. Mas antes de sair, escuto seu telefone tocar. Ela atende no primeiro toque.
- Oi gatinho... E aí qual é a boa do final de semana?
Caio me olha franzindo a sobrancelha e eu dou de ombros.
- Oba! Lógico! Passa lá em casa mais tarde! Tá bom amorzinho... Beijo!
Ela desliga e se vira com o rosto vermelho. Ela sabe que escutamos a ligação.
- Gatinho? Amorzinho? Acho que estou perdida em alguma coisa aí Jéssica... – Debocho.
Ela fica mais vermelha.
- É... Ah... É um menino que estou pegando aí... Nada sério...
- Nada sério? Tem certeza? Porque é a primeira vez que escuto você toda derretida desse jeito por alguém... Acho que foi ele que te pegou hein...
- Ah que nada... Tenho tudo sob controle...
- Já que você diz né... Eu vou fingir que acredito e vou aguardar ansiosamente para ser devidamente apresentada ao seu "amorzinho"... – Debocho. – Depois ainda quer falar de mim...
- Ah, amiga... Juro que depois conto tudo que você quer saber, mas agora preciso ir...
- Vai lá... Não pode deixar o namoradinho esperando né...
- Ele não é meu namorado! – Ela me olha e eu dou um sorriso. – Ah! Não vai adiantar falar mesmo né...
- Não mesmo. Vou descontar tudo o que você já fez comigo... Tá ferrada! Mas o que me interessa é que você tinha dito há cinco minutos que estava cansada...
- Poxa, amiga... – Diz fazendo biquinho.
- Nem adianta fazer chantagem... Agora vai logo! Vai ver seu amor que eu vou ficar aqui com o meu...
- Tô indo então! E em relação ao cansaço... Já passou!
- Você é demais! E aproveita que vai passar em casa, avisa minha mãe que vou dormir aqui hoje e qualquer coisa que ela pode me ligar!
- Tá bom! Até mais pombinhos! - diz isso já do lado da porta.
Depois que Jéssica sai, Caio vira o rosto para mim.
- Te amo... Obrigada por estar aqui...
- Ô meu amor... Eu sempre estarei aqui.
Quando eu falo isso, a porta se abre e Doutor Leandro entra.
- Boa tarde!
- Boa tarde Doutor!
- E então, como estamos agora? Algo de diferente? Alguma falta de ar? Algum incômodo ao falar? – Pergunta olhando para o Caio.
- Não... Está bem melhor... - A voz do Caio é quase um sussurro debaixo do respirador.
- Que bom! Acho que já vou poder diminuir as medicações e tirar você do respirador...
- Doutor, tudo bem eu ficar aqui com ele?
- Claro que sim, menina. Tenho certeza que você estar perto facilita muito meu trabalho, pois parece que ele tem melhoras surpreendes e rápidas quando você está perto.
- É mesmo? – Digo, sorrindo. – Que bom então...
- Então vou pedir para que a enfermeira diminua as doses das medicações e a noite retornarei para retirar o respirador.
Depois daquela noite que o médico retirou o respirador, Caio dormiu super bem. Mas por medo dele sentir falta de ar na madrugada, eu ficava quase todas as noites acordada vigiando o sono dele, como fiz muitas vezes com o Raphael.
Caio passou mais cinco dias no hospital antes do médico finalmente dar alta. Doutor Leandro receitou alguns remédios para dor, caso necessário e deu um encaminhamento para que Caio fizesse algumas sessões de fisioterapia no joelho.
Um Ano depois...
Depois de um tempo de fisioterapia, Caio já havia voltado a andar normalmente. Mesmo depois da melhora, Caio permanece lá em casa. Por insistência minha, tenho que confessar. Porque depois que eu provei o gostinho de acordar ao lado dele todos os dias, não quis deixar ele ir. Sou muito egoísta. E devo dizer que nem precisei insistir muito para que ele ficasse.
Todas as manhãs, ao acordar, encontro um par de esmeraldas olhando para mim.
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Preciso confessar que acordar todos os dias com uma visão dessas é maravilhoso.
- Bom dia bela adormecida... - Diz dando um beijo perto da minha orelha. Arrepio na hora.
- Hum...Bom dia... - Respondo sonolenta. - Para que me acordou? Hoje é sábado...
- Eu sei, mas é que preparei uma surpresa para você...
Como uma criança, rapidamente abro os olhos.
- Surpresa para mim é? O que é?
- Sim, para você. Nós vamos viajar...
- Jura? Então essa é a surpresa?
- Não, pequena. A surpresa você vai ganhar lá.
Ah, meu Deus! O que será?
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Olá meus amores!!! Que surpresa será essa hein? Quem tá curiosa levanta a mão! o/ Agora é só aguardar o próximo capítulo! Até mais! Kisses! :*
