Eu teria o resto da tarde livre, e estava disposta a ir atrás de algumas respostas. Se Vitor pensou que depois de ler a carta eu não iria atrás dele, estava muito enganado. E se eu o visse daria um soco naquela cara.
Peguei meu casaco e o vesti, passei correndo pela sala onde Fátima via um programa de TV.
-Aonde vai Alice?- perguntou ela
-já volto mãe- respondi e sai rapidamente.
Andei por algumas ruas até chegar à casa de Vitor.
Um rapaz estava no portão da casa, fui até ele e perguntei cautelosamente.
- oi- o rapaz me olhou curioso- o Vitor esta em casa?
-Não- respondeu ele- ele não mora mais aqui.
Minhas pernas fraquejaram.
- Como assim? -perguntei eufórica- onde ele está morando agora?
-Em um lugar bem longe daqui.
Encarei o rapaz perplexa.
-Quem é você? - perguntei por fim.
-Raphael, sou irmão do Vitor, e minha família resolveu se mudar de cidade.
O quebra cabeça ao invés de se encaixar desmoronava cada vez mais.
-Porque foram embora?-perguntei com um nó formado na garganta.
-Vai ser melhor para todos-disse ele secamente- principalmente para você Alice.
O rapaz trancou o portão com cadeado e em seguida entrou em um carro estacionado em frente a casa..
Acompanhei cada passo dele.
Assim que entrou no carro fez o motor funcionar
-Espere -disse eu indo em direção ao carro - como sabe meu nome?
-Porque você é a razão da nossa partida.
Em seguida tudo que vi foi um rosto sendo tapado por um vidro escuro da janela do carro.
O carro seguia a rua em frente
Minha vontade era de ir correndo atrás do carro e força Raphael a me dizer toda a verdade, mas o que consegui fazer foi ficar parada em frente a casa na esperança de que uma hora Vitor sairia de dentro dizendo que era uma brincadeira.
Mas nada disso aconteceu.
Comecei a andar pelas ruas sem direção, estava andando tão rápido que quando me dei conta estava correndo. Corri para um lugar que eu tinha certeza que ele estaria.
Cheguei à praia eufórica.
Corri desesperadamente pela areia, tropecei diversas vezes e sem cair permaneci correndo. Subi a plataforma o mais rápido que consegui e corri até o final desesperada.
Eu tinha esperança de encontra-lo, no exato lugar onde dava para ver o infinito. O exato ponto onde o céu e o mar se uniam se tornando um unico elemento.
Mas quanto mais eu chegava ao final da ponte, mais minhas esperanças sumiam. Não havia ninguém lá a não ser eu mesma.
Apoiei-me na barra de proteção e em meio ao desespero comecei a chorar.
O vento frio cortava o meu rosto e secava minhas lágrimas.
O mar estava em ressaca e se alguém caísse do lugar de onde eu estava dificilmente sobreviveria.Senti vontade de pular.
Controlei a adrenalina, morrer não estava em meus planos, principalmente morrer por Vitor. Voltei a andar pelo menos caminho que eu havia feito para chegar ali.
A única coisa que iria curar essas novas feridas seria o tempo,e eu estava decidida a esquecê-lo.
Eu me sentia péssima, o tempo que passei com Vitor foi curto, mas foi o suficiente para eu aprender a amá-lo e agora odiá-lo.
Cheguei em casa quase anoitecendo, e parei em frente ao portão. Depois de me recompor um pouco entrei em casa. Fátima estava na cozinha preparando o jantar, sentei no sofá encolhi as pernas e abracei o joelhos.
O que eu tinha que fazer era esperar o tempo passar.
Mesmo com toda dor que sentia.
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Julho
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Agosto
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SetembroTrês meses depois
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Não Se Apaixone Por Mim
Romance"Meu nome é Vitor e você me parece ser uma pessoa legal. Sente aí, que eu te conto minha história. Só me prometa 3 coisas: 1- Preste atenção nos detalhes. 2-Contenham as lágrimas caso elas venham." 3- Não se apaixone por mim. Escrita por Ian Felipe...