Capítulo 16

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Três meses se passaram desde a ida misteriosa de Vitor.
Admito que no primeiro mês foi difícil, ainda tinha esperança de que o Vitor voltasse.
Mas ele não voltou.
Os outros meses passaram mais rápido ainda e eu comecei a me envolver mais com a turma, e acabei fazendo uma melhor amiga, Camila.
Porém esquecê-lo por completo era algo tecnicamente impossível para mim e eu havia decidido que não iria mais pensar nele e nem me prender ao passado. Estava sendo difícil, mas eu seguia em frente.
O mês de outubro para mim era o melhor, o frio ia se dissipando aos poucos e as flores dominavam i ambiente deixando tudo mais belo. Além disso era o mês do meu aniversário. Faltavam alguns dias para fazer 17 anos e eu estava mais decida, eu não queria festa. Meus pais até tentaram me fazer mudar de ideia, mas não conseguiram.
Enquanto ia para o colégio passei na casa da Camila e fomos juntas para a tortura matinal obrigatória. Conversamos pouco durante o trajeto, Camila estava abatida.
Atravessamos o portão do nosso presidio e instintivamente olhei para o banco onde Vitor costumava sentar, estava vazio como de costume.
A aula demorou a passar e eu não consegui me concentrar direito no que a professora de espanhol falava.

Depois de uma manhã não muito proveitosa fui para casa e mal almocei.
Eu esta aflita pressentindo que algo aconteceria. Era a mesma sensação que tive no dia que Vitor foi embora.
Passei uma boa parte da tarde ouvindo musicas e atualizando minhas redes sociais. Entediada deitei no sofá e tentei entender o filme que passava na TV, quando meu celular tocou.
O numero era desconhecido, mesmo assim atendi.
- Alô - disse eu - quem esta falando?
- Alice venha me encontrar - disse à voz que não me era estranha
- Quem esta falando? - insisti nervosa
- Alice - disse a voz - eu estou na lanchonete próxima a sua casa, venha me ver agora por favor.
A voz desligou o celular.
Meu coração estava acelerado e minhas pernas tremiam de uma maneira anormal. Levantei rapidamente do sofá com o celular na mão. Sai de casa sem ao menos falar com Fátima, eu não estava pensando direito. Meu cérebro não obedecia meus músculos e meus músculos não estavam nem ai para o meu cérebro.
Andei desesperada pela rua e logo cheguei à lanchonete que era bem próxima a minha casa, parei em frente, mas não entrei.
Eu estava louca, desde quando uma pessoa normal sai de casa para encontrar alguém quem nem sabe direito quem é?
Podia ser um maníaco, um tarado, um psicopata ou podia ser o Vitor
Respirei fundo e entrei na lanchonete que não era muito grande bônus que não havia quase ninguém.v
-Alice...- disse uma voz
A voz vinha das minhas costas,me virei lentamente e tive uma grande surpresa.
-Você? -perguntei atônita.
-Sim, eu voltei
Não era um maníaco, não era um tarado, não era um psicopata, mas também não era Vitor.
Na minha frente estava um homem de 21 anos de idade, alto, moreno e de olhos verdes como esmeraldas.
- Eu voltei Alice- ele estava em pé e na minha frente- eu voltei pra ficar com você.
-Bernardo...
O homem que me iludiu, que me fez mil promessas amorosas, que engravidou e casou com outra mulher e que me fez sofrer.
E eu sofri muito por ele, o meu primeiro e grande amor estava de volta.

Não Se Apaixone Por MimOnde histórias criam vida. Descubra agora