Investida 1

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A última peça fora encaixada e fixada, uma rápida conferida, tudo parecia em ordem, só precisava colocar o mini-gerador cíclico e estaria pronto para uso. Tony correu os olhos pela mesa de trabalho, estava uma zona, assim como o resto da oficina, era o resultado de três dias e três noites de trabalho incessante, sem pausas ou saídas, mas finalmente um projeto idealizado há muito tempo virara realidade.

Estava extremamente complicado encontrar o gerador naquela mesa, mas ele tinha certeza que havia colocado um ali para facilitar, porém em meio à desordem desordem que reinava em todo aquele lugar, achar alguma coisa, mesmo que fosse na mesa, beirava o impossível. Então, após coçar a cabeça e fazer uma careta, ele se pôs a revirar a bancada de trabalho até que finalmente encontrou, entre sacos de salgadinhos vazios e canecas com resquícios de café ressecado, cuja uma delas estava deitada e o líquido derramado, já seco, criara uma mancha sobre a mesa, e era em meio a esse pequeno caos nesse completo armagedom, que se encontrava a peça cilíndrica com seis centímetros de comprimento e dois de espessura.

O mini- gerador possuía anéis nas extremidades e uma linha no centro que emanavam um brilho azul. Tony o pegou com um sorriso, sorriso esse que aumentou ao ver que, após colocado o famigerado gerador, o invento funcionava como esperado e a luz azul na lateral se acendeu indicando que estava pronto para uso.

O invento foi batizado como "Plasma Gecko", que era um rifle de tecnologia avançada capaz de superaquecer projéteis "convencionais" disparando-os em um estado incandescente aumentando seu alcance e dano, uma vez que, ao colidir com o alvo, o projétil causa uma pequena explosão, devido ao estado de fusão, suficiente para amplificar o seu impacto na região atingida.

Ele estava louco para testar aquela arma, mas antes tinha que comer algo mais sólido e dormir um bom período. É, acho que vou colocar a limpeza desse lugar na lista de planos futuros, afinal nem está tão caótico assim... é isso pode esperar, pensou Tony olhando para o que a três dias atrás fora sua oficina.

Com tais pensamentos em mente começou a contornar a mesa, estava descalço, vestia uma camisa regata azul-marinho, que deixava suas dogtags à mostra e evidenciava seu porte físico desenvolvido, marcas de quem havia servido o exército, apesar de ter apenas vinte e dois anos, vestia também uma calça esportiva folgada de cor branca.

Durante o processo de contornar a mesa e se dirigir às escadas, a oficina ficava no subsolo da casa dele, Tony pisou, simultaneamente, no controle da TV e em uma peça de LEGO com o pé direito, afastou-se imediatamente segurando o pé machucado enquanto dizia

-Ai, caramba! Mas que merda!

Nesse momento percebeu que a TV LED de trinta polegadas havia se ligado quando pisara no controle, deixando a dor de lado abaixou-se para pegá-lo do chão com o intuito de desligar o aparelho, porém ao subir de volta, o noticiário lhe chamou a atenção.

Mudou de canal algumas vezes e percebeu que em todos eles os noticiários estavam em um loop de reprises de três dias atrás e tinham o mesmo assunto em evidência, do qual Tony conseguiu interpretar, com sua mente turva de três noites sem dormir, o seguinte: uma arma biológica experimental estava sendo transportada por uma aeronave também experimental, que se deslocava pela estratosfera, quando foi abatida por um míssil disparado por terroristas desconhecidos, isso espalhou o vírus por todo o globo, embora alguns locais não tivessem sido afetados devido às correntes de ar, o efeito foi uma infecção que matava, porém não permitia que os mortos ficassem mortos e ganhassem tipos variados de mutações, era recomendado que todos os civis ficassem em casa blá blá blá... e tinha alguma coisa falando que acidade em que morava, Chicago, havia sido uma das mais afetadas, juntamente com Nova York e outra lá, também era informado que o exército havia montado uma enorme barricada que isolava uma zona de quarentena do resto da cidade, em Chicago essa zona abrangia o centro e todo o setor industrial, por sorte ele não estava incluso nela, lá a infecção era pior e as aberrações eram maiores. Desligou a TV e disse contrariado:

-É incrível isso, não posso passar três dias sem sair de casa que o mundo acaba!

Assim começou a subir as escadas consternado por não poder se entregar ao desejo de dormir por mais três longos dias, haviam coisas mais importantes a serem feitas agora, e a primeira delas era comer.

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