Investida 2

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Quando chegou à sala e teve contato com a luz solar que entrava pelas janelas, sentiu com firmeza os efeitos do longo tempo sem dormir, ingerindo apenas cafeína e porcarias: uma dor de cabeça infernal e seu estômago que não fazia barulho, ele gritava e doía, não citando a vontade de simplesmente se jogar no chão dali mesmo e dormir.

Com tudo isso somado dirigiu-se à cozinha, seu cérebro parecia ter se apoderado de uma marreta e agora tentava sair de sua cabeça, com isso ela latejava numa frequência quase equivalente à dos batimentos cardíacos. Abriu a geladeira e seu estado geral melhorou ao constatar que lá havia bacon, ovos, leite e suco em boas condições.

Abriu os armários da cozinha e encontrou pão e chocolate em pó, tinha tudo para uma refeição dos sonhos e ficou ainda melhor quando se lembrou que também havia queijo na geladeira. Com um sorriso pegou uma frigideira grande, uma garrafa de óleo vegetal e começou a trabalhar, ele até se deu ao trabalho de colocar um avental.

Quando tudo estava pronto ele ficou em dúvida entre o leite e o suco de uva, acabou pegando os dois e montou "sanduíches" com tiras de bacon, ovos e queijo derretido. Comeu o que seis pessoas comeriam, quando leite com chocolate acabou passou para o suco. Enquanto comia indagou à ninguém:

-Se o mundo acabou, qual é o problema em dormir mais uns três dias? Que diferença vai fazer? Acho que vou fazer isso...-mas sentindo um chamado na consciência mudou de ideia-Merda, mas eu sinto que não devo ficar aqui, não vai ter graça e uma hora vou ter que ir embora de vez, então quer saber? Não ligo, vou embora!

Depois que terminou foi lavar  o rosto, para ver se dissipava um puco do sono, embora isso não tenha ajudado muito, este era o último sintoma remanescente, ainda tinha um puco da dor de cabeça, mas não era nada comparado ao que estava antes.

Voltou a descer para a oficina com o intuito de pegar as armas e outros equipamentos necessários, mas se deteve no fim das escadas ao olhar novamente, pelo menos depois de ter comido, aquele cenário apocalíptico, aquela zona de guerra, aquilo que mais parecia um acidente ferroviário na Índia, Tony teve vontade de voltar e sair daquela casa de qualquer jeito, só para não ter que encarar o que fora sua oficina por muito tempo. Então ele disse:

-É... infelizmente eu só vou, talvez, dar um jeito nisso aqui num futuro muito, muito distante.-ao dizer isso adentrou, com receio, no recinto.

Ao dar a volta na mesa pisou, novamente, na peça de LEGO e dessa vez não se conteve:

-Ai! Mas que coisa é que que essa porcaria de peça está fazendo aqui!? Eu nem estava mexendo com LEGO!-ao dizer isso ele chutou a peça para debaixo de uma das bancadas ali presentes.

Pegou uma caixa com alças que achou largada por lá e começou a colocar tudo o que conseguia achar de importante: o Plasma Gecko e seus carregamentos, outros mini-geradores cíclicos e a blueprint deles, uma faca de guerra, uma pistola SIG SAUER P226 .357 e cartuchos correspondentes, esta última era preta e equipada com lanterna e mira laser,  e por fim outras miscelâneas que poderiam ser úteis.

Não conseguiu achar a mochila dele de maneira alguma e teve que subir com a caixa para se virar lá em cima. Chegando lá, deixou as coisas na sala e foi se trocar. Vestiu uma calça militar cáqui portando inúmeros bolsos, botas de combate com proteção nas canelas, trocou a camisa regata por outra de mangas compridas, feita de lã com espessura média, também azul-marinho, puxou as mangas até os cotovelos e colocou um colete militar com vários compartimentos por cima e o deixou o zíper do centro aberto, deixando a camisa à mostra, com as golas levantadas. Se olhou no espelho, encarou os próprios olhos azuis, deu uma organizada, com as mão, nos cabelos loiros, que eram penteados para cima, e devolveu a fina mecha que lhe caía sobre o centro do rosto para o seu dito lugar. Ele estava bem estiloso, definitivamente, tirando a visível feição de quem não dorme há um bom tempo, mas até isso lhe caía como um charme.

The RushOnde histórias criam vida. Descubra agora