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·        Chefe, o senhor está me chamando? – Disse Lorenzo.

·        Chamei, onde estão às informações do assassino dos relógios, que eu pedi agora a pouco?

·        Eu mandei para o seu notebook. O Senhor se sente bem? – Indagou Costa.

·        Está tudo bem garoto, obrigado. Vá para casa e descanse, amanhã teremos um longo dia.

·        Obrigado Senhor, irei para casa, e aproveitar esse tempinho livre com minha família. – Costa sorriu de orelha a orelha.

Em meu subconsciente imaginei a cena, Costa chegando a casa, abraçando seus filhos e beijando sua maravilhosa esposa.

Entretanto eu sabia bem o que ele ia desfrutar, não era segredo que aquele impertinente do Costa traia sua mulher com uma prostituta, tenho uma lista guardada na mente, que me impossibilita de trair minha esposa, e por isso mesmo não sou casado. Contudo ele é esperto, tem uma boa conversa e um queixo alto, que qualquer mulher ficaria louca. Não tenho nada contra as mulheres que usam seu corpo para obter lucro, na verdade aprecio muito garotas que fariam uma transa sacana por dinheiro – e olha que eu pago muito bem, se souber fazer o serviço completo –   Além disso faz quase três meses que mantenho um caso com a dona do bordel, beleza sem igual, loura de cabelos compridos, olhos grandes cinzas, e um corpo deslumbrante, não é assumido, sou um homem importante, não sou machista, apenas não posso dizer a meio mundo que durmo quase todos meus finais de semana com uma mulher da vida. – Sei que no fundo minha doce Mary largaria esse mundo por mim, mas acho que não estava preparado.

Decidi que nada melhor do que pensar em mulher seria beber uma garrafa de Hollow. Depois de três copos, sentia uma sensação que me dava a chance de matar meio mundo, seriam políticos, aquele filha da puta de Novo Governador, seria mais prazeroso tortura-lo, porem só de velo implorar a sua vida já me sentia completo. Havia me tornado um Deus. Não que eu acreditasse que havia um, ou mais de um, mas se existisse com certeza se sentiriam assim. Dei um grande gole. E imaginei por mais alguns minutos o que faria se eu tivesse tanto poder. – Suspirei. – Onde está a chave do carro? Ficou em casa. Droga de carro teve que ser levado ao laboratório hoje? Coloquei os papeis em uma gaveta da escrivaninha, peguei meus documentos, tranquei a sala.

                                          ...

É a segunda vez que eu tenho que fazer este caminho, a primeira vez foi porque eu menti na minha cabeça que precisava perder uns quilinhos. Maldita convivência com mulheres. Detesto este atalho, é extremamente fácil de ter uma emboscada, mesmo com iluminação, são quase 600 metros andando. Não há passagem dando chance de sair desta rua, apenas o caminho longo. – Se você encarar muito essas paredes vai perceber que aparenta cair um liquido verde. Isso me causa arrepios. – Caminhei alguns metros e encontrei dois charutos, um da marca Within e outro Tilibra, ambos eram marcas caríssimas, e até importados. Pergunto-me o que estaria fazendo neste lugar? Havia se passado alguns minutos e então percebi que havia um rato em cima de uma lata comendo maça. – Esses ratos tinham aumentado o dobro do seu tamanho, disseram que foi um mero erro cientifico, que não deve causar um transtorno a população. – Por um momento achei que vi a sombra de um homem a alguns centímetros de mim, quando esfreguei os olhos para ver se enxergava direito, não havia ninguém, estava sozinho novamente. Resolvi apressar os passos, conseguia ver carros passando pela rua na qual essa viela saia, mas cada vez que eu andava, parecia que mais longe eu estava, resolvi parar, sentia a necessidade de respirar. – Inspira pelo nariz e expira pela boca, se acalma homem, cada vez que envelheço mais problemas de saúde surge. – Ouvi sussurros de pessoas conversando, discutindo, depois gargalhadas altas, mas estava absolutamente sozinho, me sentia zonzo, prestes a ter um surto. – Vire-se e prometo ser rápido. – Ao virar dei de cara com um homem alto, longos cabelos louros, tentava reconhecer, mas nada que me chamasse à atenção. – A não ser é claro que fosse ele... – De repente um estrondo. Senti uma grande dor, percorri meus olhos por todo corpo procurando algum sinal de que eu pudesse ter sido atingido por algo, cai com força no chão, ao colocar as mãos em minha barriga, entendi enfim de onde vinha tanto sangue, o liquido vermelho se espalhava pelo chão, cada vez mais se formava um grande círculo e eu agonizava. Havia no ar aroma de folhas, eu tenho quase certeza que já o senti antes, na casa do lago, ganhei de presente por um serviço, no qual executei com êxito. Uma pequena cabana próxima as Montanhas Cantinosas, metade era formada pela cor vermelha e a outra parte branca, existia vários arbustos de cerelar – sensação boa que eu sempre sentia quando estava passando alguns dias – Eu conhecia esse cheiro. Engasguei com meu sangue, o fim estava próximo. O desconhecido se abaixou perto de mim e sussurrou.

RetaliaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora