Retaliação

Tipicamente segunda feira

Amber despertava mais uma semana em sua confortável cama, de volta ao seu doce lar. Seu rosto sereno se encontra em êxtase, seu quarto rosa ainda permanecia da mesma maneira como havia deixado quando foi necessária sua fuga, as poucas bonecas de porcelana estavam em uma estante enfileiradas na ordem de lançamento – era incrível que apesar dos anos, as bonecas estavam em perfeitas condições. – A direita uma enorme penteadeira, com perfumes adocicados, escovas e fotografias – imagens dos pequenos piqueniques que faziam todos juntos, uma amarga expectativa que lhe foi tirada tão cedo.

Por um breve momento se sentou, e penteou seus compridos cabelos, assim como um dia sua mãe lhe fez, respirou fundo. O frescor do café da manhã preparado com tanto carinho por sua estimada governanta lhe invadia as narinas, deixou sua escova de cerdas grossas em cima da penteadeira, olhou para o seu reflexo no espelho e disse.

•    Hora de voltar à realidade Amber, foi bom dormir nesse quarto, mas nada apaga a trágica morte de seus pais. Está quase na hora. – Seu olhar que há poucos instantes estava tranquilo, agora se encontrava nebuloso.

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Helena olhava o jornal de NM, seus dedos ágeis passavam depressa pela terceira vez consecutiva procurando as últimas notícias, especificamente qualquer assunto que citasse o desaparecimento do promotor geral do estado de Nova Manhattan, apesar de mais de setenta e duas horas passadas o caso estava sem solução, ela enfim pode respirar calmamente após a verificação, sua atenção foi tomada pelo barulho agudo da água fervendo dentro do bule, se levantou, passou pelo extenso balcão e girou o botão desligando o fogo, abriu a tampa do bule e jogou o pó de café dentro – lembrou-se dos ensinamentos de sua amada mãe lhe dizendo que misturar o pó juntamente da água antes de passar pelo suporte deixava o líquido mais forte.

Fechou a cafeteira, e a levou até a mesa, esperou alguns minutos pela companhia de seus queridos filhos, quando teve a certeza que Collin descia as escadas se acomodou na primeira cadeira à esquerda – O primogênito como costume acordava primeiro, tomava seu banho e assim que estivesse pronto se direcionava ao banquete que lhes era oferecido como café da manhã. – A governanta sorria de orelha a orelha, ficava satisfeita de fazer as comidas preferidas de seus preciosos filhos – era assim como via seus patrões e por dezenas de vezes eles lhe diziam o mesmo, sabia que mesmo sendo uma empregada o respeito e amor que tinham por ela, seria tão grande como por sua doce mãe.

•    Buen día, meu querido. Estava esperando por ti. Sente-se e aprecie o delicioso café que fizestes com tanto carinho. – Helena observava com muita atenção o homem a sua frente, tinha os traços de seu pai, de lado sua semelhança era quase idêntica.

•    Bom dia minha estimada. – Lhe devolveu um enorme sorriso. – Hoje é um dia muito especial. Como sempre diz a senhora, para o dia ocorrer nos conformes, o café da manhã deve ser bem reforçado. – Collin se senta no centro da ponta da mesa, e se serve de uma xícara de café. – Pode, por favor, cortar um pedaço desse bolo de milho?

•    Com muito gosto, Senhor Evans. – Sua fala é cortada devido a sua relutância. – Oh perdoe-me, é difícil falar Senhor Evans, pois sempre me lembro de seu querido pai.

Collin direciona sua mão esquerda afagando o ombro de sua governanta, juntamente de um caloroso sorriso.

•    Está tudo bem. Estar nessa casa, nessa cozinha, é quase impossível não me lembrar de meus pais, e da pequena Sophie. Tenho pensando bastante nas lindas memorias que tivemos, essa casa está cheia delas. Agradeço imensamente por ficar aqui e zelar com tanto carinho.

•    Sempre cuidarei do bem estar de vocês dois. Oro todas as noites, peço pela alma de sua mãe e seu pai, y ue estén en el cielo¹, e que o castigo dado a eles em terra também seja pago aqui, pelos verdadeiros culpados.