23 . Katy

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  Chegamos em casa e fomos direto pro quarto olhar as roupas, aí que eu descobri que todas aquelas roupas eram minhas.

  Estávamos escolhendo alguma roupa pra mim, eu não aguentava mais ouvi a Katherine falando do Edward, coisas do tipo: você achou ele legal?, ficaria com ele?.

–Esse é seu.–disse ela se referindo ao celular.

–Sério?–perguntei.

–Eu te enganei, mas foi pro seu bem.–disse ela.

  Fiquei mexendo no celular, que já veio com vários aplicativos ótimos. E por um estante lembrei do que Jackie me entregou quando fui me despedi dele, o que não tinha nada à ver com celular.

  Tentei lembrar onde tinha colocado o papel.

–Só pode ser?–pensei.

  Olhei na roupa que tava naquele dia, que era a roupa que eu tava fazendo o show, e vi ele lá, o abri e sim, tinha à ver com celular. Era o número do celular dele.

  Assim que adicionei o número dele nos contatos, mandei uma mensagem.

Katy: Oi.

Jackie: Tava esperando por isso.

Katy: Acabei de ganhar um celular.

Jackie: De quem?

Katy: Da minha irmã, eu acho.

Jackie: Como assim, acha?

Katy: É que eu não tenho certeza se ela é realmente minha irmã.

Jackie: E essa história tem à ver com você ficar em São Francisco?
Katy: Tem tudo à ver.

Jackie: Me explica?

Katy: Naquela noite eu fui meio que sequestrada.

Jackie: Sério, por quem?

Katy: Pela minha irmã, pelo namorado dela e pelo irmão do namorado dela.

Jackie: Que loucura.

Katy: E olhe que é só o começo.

Jackie: Pode continuar.

Katy: Então eles me levaram pra casa dos meninos que me sequestraram, que ficava em frente a praça e quase vizinho ao alojamento em que estávamos. A Katherine ligou para quem diz ser meu pai e pediu para que ele levasse um médico, e eles tiraram sangue de mim pra fazer o exame de DNA, pra saber se eu sou filha dele.

Jackie: Mas você disse que seu pai tava viajando?

Katy: Na verdade eu menti. No dia em que eu pedi pra ficar na sua casa eu tinha recebido a notícia que a nossa casa incendiou e ele morreu.

Jackie: E porque você não contou a verdade?

Katy: Desculpa, eu só queria esquecer aquele dia.

Jackie: Eu entendo, você gostava muito dele não era?

Katy: Pra falar a verdade, não.

Jackie: Porquê não?

Katy: Pra você eu posso contar.

Katy: Minha suposta mãe morreu quando eu tinha 15 anos, e depois disso ele me forçava a ganhar dinheiro.

Jackie: Mas ganhar dinheiro não é bom?

Katy: É, mas depende da forma como você ganha esse dinheiro.

Jackie: Faz sentido.

Jackie: E como você ganhava esse dinheiro?

Katy: Da maneira mais horrível, me prostituindo.

Jackie: Nossa!

Katy: Você só vai falar isso?

Katy: Eu nunca contei isso pra ninguém, isso mostra que eu só confio em você.

Katy: Jackie?

Katy: Foi por isso que eu nunca quis contar.

Katy: Ninguém ia me entender. Mas eu não queria, eu nunca quis.

Destinada À Encontrá-losOnde histórias criam vida. Descubra agora