63 . Katy

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2 meses depois

  Eu tento acordar desde aquela infeliz noite, porém meu corpo não me obedece. Escutei a voz do Edward por dois meses, ele sempre aqui comigo, e todo dia ele repete: se você está me ouvindo aperte a minha mão. Por mais que eu tente, não consigo, é além da minha vontade.

  Nesse momento sinto que estou sozinha nesse quarto, a única coisa que escuto, é o som dos aparelhos, e vozes vindo de longe, que só pode ser de enfermeiras. Peraí, acho que chegou alguém.

–Katy, meu amor, vim te visitar novamente.–era a voz do Edward.

–Eu sei que você me ouve.

–Não vejo a hora de você acordar e voltarmos à sermos felizes novamente.

  Eu também não vejo a hora, não aguento mais ficar aqui eu preciso me mexer, pelo menos apertar a sua mão.

–Eu estou com saudades de te ter em meus braços, cuidar de você.

  Eu também morro de saudades de você, de te ver novamente, pois sua voz não é mais suficiente. Não posso responder as suas carícias, seus toques em mim.

–Bom dia!–ouvi a voz da enfermeira.

–Como ela está?–perguntou.

–Na mesma, não se mexe, fica paralisada, como estátua, isso não é normal, uma pessoa não fica tanto tempo assim, sem se mexer.

–Tem casos piores aqui, tem pessoas que não acordam faz 5 meses, e nem por isso a família perde a fé.

  Eu não aguentaria ficar sem minha família por tanto tempo, justo agora que acabei de conhecê-la. Porque o Ben teve que voltar, ele sempre atrapalhou minha vida, e o Mike, nunca imaginei que ele faria isso comigo, não acredito que um dia namorei ele, na verdade aquele não parecia ele tava mudado, não no físico, mas no jeito de agir, como ele pôde se juntar ao Ben? Enquanto eu pensava, Edward continuava a conversar com a enfermeira.

–Eu já estou perdendo a esperança.

–A esperança, é a única coisa que não deve perder nesse momento, senhor Scott.

–Mas é difícil, mantê-la viva depois de dois meses.

–Eu preciso ir, tenho mais pacientes para olhar.–disse a enfermeira, e escutei a porta abrindo, ficando só eu e Edward.
  Não ouvi nada mais depois daquilo, pensei que o Edward tinha ido embora, mas não ouvi barulho dele saindo, ou coisa assim. Eu tenho que conseguir me mexer, eu preciso, pelo Edward, pelos meus amigos, minha irmã, meus pais, preciso lutar pela minha vida. Tentei mexer minhas pernas e não consegui, minhas mãos e nada, era como se eu tivesse sobre o efeito de anestesia. Não aguentava mais e sentia vontade de chorar desesperadamente.

–Você tá chorando Katy? Será que pode me ouvir?

–Você consegue acorde, seja forte e acorde meu amor.

  Por você Edward, só por você!

–Você mexeu a mão, tente abrir os olhos, sei que pode me ouvir.

  Eu mexi a mão, mas não sei o que aconteceu não consegui fazer mais nada, minhas forças se foram, assim que eu fiz aquilo, será que teria que esperar mais dois meses para aquilo acontecer novamente?. Não, eu não posso desistir, ele está esperando por isso e eu acho que posso fazer isso por ele, depois de deixar ele esperando dois meses por mim.

–Deve ser difícil fazer isso né?

–Eu entendo.

  Senti o corpo dele se afastando do meu, será que ele vai embora?

Edward fica comigo, não vai embora, fica aqui comigo, por favor!

Fica aqui comigo!–quando me dei conta estava gritando.

–Katy, você acordou.–ele veio até mim.

–Você está bem, meu amor?–perguntou.

–Onde estou?–perguntei, observando aquela sala.

–No hospital, você levou um tiro e ficou dois meses desacordada.

–O Ben, o que ele fez com a minha família?–me alterei.

–Calma, ele não fez nada, eu vou chamar o médico.

  Edward saiu correndo, e minha cabeça tava doendo muito, parecia que ia explodir. Logo depois chegou um médico e uma enfermeira pra me examinar.

–Como está se sentindo senhorita Styles?

–Minha cabeça tá doendo muito.

–Isso é natural, você não vai morrer por causa disso.–ele riu.

–Sam vai aplicar um medicamento pra passar a dor de cabeça, você teve sorte hein?

–Eu vou avisar ao John que você acordou.–Edward disse.

  Que estranho passar dois meses numa cama de hospital, e não lembrar de nada, porque que eu acordei dizendo aquilo.

–Pronto, eu já liguei, princesa.

–Tava morrendo de saudades.

–Eu sou a prova disso, todo dia ele falava sobre você.–Sam disse.

–Eu espero que bem.–ri.

–Eu não lembro de ter passado esse tempo todo longe de você, mas estou com muita saudade.–falei, lhe dando um selinho demorado.

–Eu vou deixar os pombinhos namorando.

–Obrigado por me esperar.

–E obrigado por voltar pra mim.

–Se depender de mim eu não vou te largar tão cedo.

–Nem pense nisso.–ele riu.

–Eu te amo, pensei que fosse te perder.

–Eu te amo, mas...–disse.

–Mas o quê?

–Relaxa, eu estou brincando.

–Acho bom, porque que eu odeio esse "mas".

–Agora deita aí, que você ainda tá um pouco fraca, acabou de acordar.

–Tudo bem, doutor.–ri.

–Eu vou cuidar de você.

–Então você vai morar lá em casa pra cuidar de mim?–perguntei.

–Não é má idéia.

Destinada À Encontrá-losOnde histórias criam vida. Descubra agora