Capítulo 2

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Susan

O olhar que recebo do tal amigo que as meninas me apresentariam é de total apreciação. Ele está praticamente babando aos meus pés. Nossa, senti a minha calcinha molhar com isso. Nunca pude sentir tão claro o desejo de um homem por mim, como posso ver nos seus olhos verdes que tentam me passar alguma mensagem, no entanto, não consigo distinguir o que possa ser.

— Amiga, seja sincera. A sua calcinha molhou com o olhar do Marco, não molhou? Porque se não molhou, vamos voltar agora mesmo para casa e passar a noite comendo brigadeiro — sussurra uma Marcella muito assanhada para o meu gosto. Nem conheço o homem!

— A sua também não deve estar nada seca com certo par de olhos azuis brilhando em sua direção. Cunhada, o James está praticamente babando! — rebate Lis. Estou amando conhecê-la melhor.

— Nem vem que o Peroni está fuzilando todos os homens que estão ao nosso redor, enquanto te come com os olhos, Lis! — retruca Camille. Essa é outra maluquinha.

— Como se o Sebastian estivesse atrás. Camille, acho que o seu vestido não foi aprovado — digo.

— Bom, isso quer dizer que alcançamos o nosso objetivo. Eles estão literalmente sem palavras — diz ela e todas rimos.

Ao pararmos em frente a eles é que se movem e cada um vai para a sua namorada ou pretendente. Não esperava que o tal Marco viesse falar comigo assim, sem apresentação. Ridículo isso, eu sei, mas ele veio.

— Olá, gatinha. Já que ninguém nos apresentou... Eu me chamo Marco Spinelli e estou às suas ordens.

Sério isso? Ele me chamou de gatinha!

Bufo e reviro os olhos, estava bom demais para ser verdade. Para não ser mal-educada estendo a mão em cumprimento.

— Muito prazer, sou Susan Fantini. E, obrigada, mas creio que não precise ficar a minha disposição.

Ele pega a minha mão e deposita um beijo demorado, sem tirar os olhos dos meus. Mesmo assim, esse pequeno contato me faz estremecer. Afasto-me rapidamente do seu toque e me viro para as meninas. Lis e Camille estão sendo engolidas em um beijo devastador por seus respectivos namorados; Marcella está mais vermelha que um tomate, falando com o James. Porém, decido interromper o momento.

— Por favor, procurem um quarto ou vamos logo para essa boate. Descobri que preciso de uma tequila, com urgência — declaro em alto e bom som.

Rapidamente eles se afastam e nos olham desconfiados. Não fiz nada de mais.

— Te entendo, Susan. Prazer, Sebastian. — Aperto sua mão e ele continua: — Com apenas duas palavras trocadas com esse aí, tenho vontade de me afogar no whisky.

— Não é isso. — Olho para o Marco envergonhada.

— Tudo bem, gatinha. Não ligue para o que ele fala. Vamos? — Ele me estende a mão.

Reluto um pouco, olho para a Marcella. Não conheço esse maluco, vai que ele me sequestra. Ela acena quase que imperceptivelmente e pego em sua mão. Minha amiga não iria me apresentar a um lunático.

Estaco no lugar assim que ele me solta e vai pegar um capacete em uma moto, linda por sinal. Tenho fascínio por motos, mas nunca andei em uma. Ele volta e me entrega o capacete. Olho para ele, intrigada. Não por medo e sim por falta de confiança nele, acabamos de nos conhecer e já vou entregar a minha vida em suas mãos assim?

— Vamos de moto?

Que pergunta mais idiota, Susan, me recrimino mentalmente.

— Tem medo? Não se preocupe que vou devagar, quero poder desfrutar ao máximo essa pequena viagem. Sou piloto há anos, tenho experiência — diz enigmático e pisca. É possível eu ficar ainda mais molhada, só com esses olhos e sorriso matador? Um alerta de perigo pisca bem grande em néon em frente aos meus olhos. Será que devo me arriscar?

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