Capítulo 3

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Susan

Acordo me sentindo perdida. Aquela cama não é a minha e aqueles braços ao meu redor são muito confortáveis, mas não é nada normal que eu esteja cercada por eles.

Com relutância, abro os olhos e olho em volta, tudo vem claro como água em minha mente. Meninas, boate, dança, beijos para lá de quentes... Marco. Suspiro, não um suspiro de tristeza ou arrependimento, e sim de êxtase e felicidade pela noite maravilhosa que tive em seus braços. Ele foi perfeito. Trouxe-me para a sua casa e não se fez de rogado ao me dar tanto prazer, carinho e atenção. Marco me tratou como uma preciosidade, uma joia rara e intocável. Claro que transamos loucamente assim que chegamos, pois o fogo era intenso demais e não fomos capazes de nos segurar, nem queríamos isso, porém, depois que a loucura do momento passou, ele foi um verdadeiro príncipe encantado.

Olha eu aqui fantasiando. Reviro os olhos.

Sou mesmo uma sonhadora, mesmo depois de tudo o que passei. Deixo os pensamentos do passado de lado e giro para encontrar Marco, calmo e sereno em seu sono, mesmo que os seus braços pareçam correntes bem firmes em volta de mim. Toco a sua barba de poucos dias, passo o dedo por seus lábios tentadores e sigo até o seu queixo. Os meus olhos não saem dele. Ele é lindo! Não existe outra palavra para definir que não seja essa. Lindo por dentro e por fora. Pude ver isso ontem à noite na interação com seus amigos, eles o amam e é visível nas alfinetadas.

Sorrio.

— Acordar com essas mãos de fada me tocando é bom demais — geme com a voz rouca.

Assusto-me, parando o que estou fazendo imediatamente. Fico com a mão no ar e olhos arregalados, quando sou pega no flagra.

— Você não estava dormindo — acuso mais do que afirmo.

Marco abre os olhos e me afogo no verde mel deles, no olhar preguiçoso e relaxado. Alguém me ensina como respirar outra vez, eu acho que o meu cérebro esqueceu completamente como se faz. Então ele sorri, lindamente.

Ai, caralho, morri!

— Culpado! Eu acordei já tem um tempo, mas não resisti e voltei para cá só para poder ficar mais um pouco com você nos braços. — Ele toca o meu rosto, afastando alguns fios de cabelos de meus olhos. — Não demorou muito e você despertou, senti que o seu corpo ficou tenso instantaneamente para relaxar logo em seguida. Tudo bem?

— Eu me assustei um pouco ao não reconhecer o ambiente — explico.

Seus olhos seguem o contorno dos meus lábios, junto com o seu dedo.

— Imaginei que isso aconteceria e foi um dos motivos que me fez voltar para o seu lado e mantê-la aquecida.

— E por que fingiu que estava dormindo? — Ergo uma sobrancelha.

Marco pega a minha mão, que acaricia o seu rosto, e beija a palma dela.

— Porque ter essas mãos me tocando ao despertar foi uma sensação boa... Gostosa demais — fala com um sorriso sacana.

Impossível não devolver o gesto.

Estamos a um sopro de distância, o ar fica denso e nos beijamos. É um beijo totalmente diferente dos vários que trocamos ontem, esse é mais carinhoso, terno e amoroso. Marco me venera, do mesmo jeito que venerou o meu corpo, apenas com um beijo. No começo suas mãos não saem do meu rosto, mas logo elas descem para a minha cintura e ele me puxa para cima dele.

Vejo-me indo de bom grado. Perdemo-nos por longos minutos, que mais parecem horas, em um beijo delicioso, é como se nossas almas fossem expostas ali naquele gesto.

Descoberta IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora