A Menina Do Cabelo Azul

1

Estávamos sentados enquanto eu o olhava sem camisa.
Eu já havia visto ele sem camisa, mas cada vez a mesma sensação de sempre me acompanhava.

Ele sorri, provocantemente,eu apenas o observo.

-Entendeu Sophia?

-Anm...Ah sim.

-Então por hoje acabamos.

Droga,eu não havia entendido nada,e queria muito,mas muito que ele ficasse ali comigo.
Eu era péssima em matemática, e meu professor Augusto teve a brilhante idéia de escolher Pitter para me explica a matéria, afinal quem melhor que ele naquela sala?ninguém.
Todas as quartas-feiras após a aula,ele vinha até minha casa para me explicar o conteúdo.
Problema e que eu gostava dele,era impossível aprender algo com ele na minha frente,e eu sempre gaguejava com ele por perto.

-Espera...
Droga o que eu disse?

-Pode falar Sophi,qualquer dúvida,problema.
Me olha enquanto pega os livros que ele sempre trás.

-É que...o que vai fazer quarta a noite?
Eu não acredito que eu disse isso.

-Hoje você quer dizer?

-É.

-Vou ao boliche com meus amigos as 9 h.
Porque?
E claro que ele não estaria livre, desde quando garotos lindos estão livres?Eu não devia ter perguntando, que vergonha.
Que resposta eu queria? 'Sophia,vou ficar em casa,que tal marcamos um jantar romântico a luz de velas?'
Que garota burra eu sou,se eu não morasse em uma casa,me jogaria da cobertura.

-Ata...e que... Eu ...pera...legal...E que eu tenho uma amiga que tem uma prima que tem uma filha,ai pensei que você pudesse tomar conta...mas não precisa porque acabei de receber uma mensagem,ela já contratou uma babá.
Cara,que desculpa e essa?vou me jogar da escada mesmo.
-Sophia-ele diz entre gargalhadas-mas seu celular não e aquele ali que está sobre sua cama?
Droga,droga.
Eu estava sobre minha mesa de estudos, e a droga da cama estava aproximadamente a uma distância de 100 metros.

-E que...temos uma tecnologia nova, um telefone fixo que envia mensagens.
Sorrio, ele da gargalhadas.

Além de burra em cálculos,não sei inventar desculpas.
-Ta bom Sophia,até amanhã.
Ele me olha com uma cara de 'Ah,ta.Vou fingir que acredito'
Levo ele até a porta, não que eu tivesse medo que ele furtasse algo, mas e que eu gostava de olhar pra ele,pra ser bem sincera eu acompanhava ele até o portão, como sempre.

-Tchau Pitter.
Ele acena.

O garoto que eu gosto vem na minha casa quase todos os dias, que sorte a minha.Ta ele não vem exatamente por minha causa, e sim porque o professor pediu pra ele me ajuda.
AFF,mas porque ele sempre tira a camisa?só porque tem um tanquinho lindo,maravilhoso, aconchegante, sedutor?isso não e motivos pra ficar assim na minha frente,mentira e sim.

Eliza me liga, como sou educadinha atendo, apesar de que eu odeio ligações.

-Conta tudo, vão se encontra onde?Já escolheu a roupa?E o sapato,ah se quiser eu empresto aquele meu sa...

-Não, não deu.Ele tem compromisso e eu passei mico só pra consta,era meio óbvio que ele tem um compromisso.

-Ah,mas ele te disse qual compromisso?

-Sim,ele e os amigos vão para o boliche.

-Olha que sorte, pelo menos não e com uma garota.

-Mas mesmo assim,vai que eles vão sair em amigos,e os amigos levem garotas?

-Calma,se arruma.

-Pra que?Não tenho compromissos pra me arrumar.

-Agora tem,vamos ao boliche.