04. Isabelle

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Londres, 1895.

_Eu te amo, Eric Hindley.

A voz de Isabelle sussurrava em meus ouvidos. Sua doce voz aveludada me deixava louco.

_Eu também te amo, Isabelle Molfese - Falei em um sussurro enquanto passava minhas mãos pelas costas nua da garota que se encontrava em minha cama.

Comecei a beija-la lentamente aproveitando ao máximo o gosto de sua boca. Passei as mãos pelos cabelos louros de Isabelle enquanto ela acariciava meu peitoral forte.

_Não vejo a hora de me tornar uma de vocês.

Isabelle sabia sobre o meu segredo. E mesmo sabendo que eu poderia matá-la em segundos ela nunca se afastou de mim. Me amava como eu era, mesmo que eu fosse um demônio assasino. Eu a amava também e tinha prometido que um dia a transformaria. Era o que ela mais queria, e eu sabia que um dia ela seria uma vampira também. Mas eu tentava adiar ao máximo a hora em que eu a transformaria, talvez ela desistisse de querer se tornar uma assassina como eu e meus irmãos.

_Um dia você será, eu prometo pra você - Voltei a beija-la e a acariciar seu corpo quente - eu não resistirei por muito tempo, o cheiro do seu sangue é tão bom.

Isabelle sorriu discretamente.

_Você terá ele pra você assim que quiser. Se dependesse de mim eu já seria uma vampira.

Respirei fundo.

_Não é tão simples quanto parece, meu amor - Beijei sua testa - você não sabe o quão horrível é ser um monstro.

_Eu quero apenas viver com você para sempre, você é a única que eu quero.

A sensação de se sentir amado era tão boa. Eu não sentia isso desde que minha mãe me transformará. Se é que transformar os filhos em vampiros seja um ato verdadeiro de amor.

_Você fala isso por enquanto - Dei uma pausa e olhei para o seu corpo nu, com uma cor radiante - mas depois que ficar igual a mim terá uma coisa que vai querer acima de tudo.

Olhei no fundo dos seus olhos, ela já imaginava o que eu diria a seguir.

_Sangue.

_E eu não me importo com nada disso - Ela se sentou ao meu lado - você consegue se controlar, um dia eu irei conseguir também.

_É, talvez você tenha razão - Forcei um sorriso mas que não funcionou, ela sabia que aquele sorriso não era sincero e que eu não ficaria feliz de transformá-la. Ela acariciou meu rosto com sua mão macia e me olhou no fundo dos meus olhos vermelhos como o próprio sangue.

_Seus olhos são lindos.

Dessa vez o sorriso que abri foi sincero. Ela de alguma maneira conseguia ver o melhor de mim e me fazer se sentir bem de alguma maneira.

Voltamos a nos beijar, aquela noite não poderia estar melhor.

_Ja te falei o quanto te amo?

_Você fala isso o tempo todo - Respondi.

_E jamais vou cansar de falar.

De repente ouço passos se aproximando de meu quarto. A porta abre com tudo e Susana aparece ali com a respiração ofegante.

_Deixem a nudez e o sexo para outra hora, temos problemas.

Isabelle cobriu os seios com as mãos e eu me cobri com os lençóis finos que estavam na cama.

_Não está vendo que estamos ocupados? - Falei irritado.

_Vincent acabou de massacrar trinta pessoas em praça pública. Fomos descobertos, em poucas horas toda a Londres estará aqui para nos pegar.

O Despertar : Lua Azul [EM HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora