O Despertar : Lua Azul [EM HIATUS]

06. Velho Amigo

Medina era a pessoa mais estranha que eu já havia conhecido em toda a minha existência. E em mil anos eu já tinha conhecido um número impressionante de seres humanos. Se é que ela pode ser chamada assim.

Sem dúvidas alguma ela não era uma humana, pelo menos não uma comum. Sua pele tinha uma temperatura muito alta, ela provavelmente sabia que eu era um vampiro também e além de tudo insistia em fazer Olívia usar o colar de Cristal da Lua. Ela sabia mais do que deveria, mas como? Ela não parecia ser uma bruxa - não que se tenha um padrão para ser bruxa -, mas de alguma maneira conseguia ser tão inteligente quanto uma, já que as bruxas tem a capacidade de descobrir qualquer coisa sem o menor esforço.

A festa ainda estava rolando madrugada a fora. Eu tentava ignorar Medina ao máximo e prestar atenção apenas em Olívia, que agora dançava com Finn uma música muito animada. A festa já não estava mais tão cheia quanto antes, mas muitas pessoas ainda estavam lá, a maioria delas já se encontravam bêbadas e precisariam de alguma ajuda para voltarem para suas respectivas casas.

Nesse momento eu me encontrava apenas encostado no balcão do bar tomando uma cerveja. Preferi apenas observar as pessoas dançando a música eletrônica embaixo daquelas luzes de neon que iluminavam o local que estávamos. Tudo estava relativamente "calmo" até então. Mas como eu acabei de falar: estava.

Isso porque de repente um grupo de pessoas começaram a gritar freneticamente. Algo havia acontecido sem que eu percebesse. Aos poucos mais pessoas gritavam e formavam uma rodinha em volta de quem havia dado o primeiro grito. Fui até a roda de pessoas ver o que estava acontecendo ali. Olívia viu meu gesto de curiosidade e veio atrás de mim, junto com Finn e Medina. Tentei me enfiar no meio daquelas pessoas para tentar ver alguma coisa, foi então que percebi o que realmente tinha acontecido.

Um garoto estava caído no chão, em volta de uma poça gigantesca de sangue. Ele estava morto e o cheiro doce de seu sangue aumentava mais a medida que o líquido saia de seu corpo. Alguém o tinha assasinado, e como eu não tinha visto?

Olívia colocou a mão sobre a boca assustada. Seus lábios formavam um perfeito "O". Todos ali estavam muito assustados para falar a verdade, sem saber como que aquele garoto tinha morrido, como que alguém o tinha matado sem nenhuma alma viva naquele local ver.

Mas eu fazia ideia de como isso tinha acontecido. Havia uma enorme dilaceração em seu pescoço, e a morte tinha sido tão rápida que sem dúvidas tinha sido causada por algo sobrenatural. Um vampiro. Mas quem? Por algum motivo eu não conseguia reconhecer nenhum cheiro diferente, talvez o sangue ali jorrando pelo chão e aquele grupo imenso de humanos estivesse confundindo o meu olfato.

Medina me olhou com o rosto fechado. Ela não estava impressionada com aquilo, na verdade, a julgar por sua expressão, ela sem dúvidas já esperava por algum acontecimento como esse.

Me lembrei que Olívia ainda estava ali, assustada e paralisada feito uma pedra, com as mãos sobre a boca. A puxei pelo braço e a tirei do meio daquela multidão,

_É melhor sairmos daqui - Sugeri quando chegamos a um local sem tanto barulho de pessoas atônitas sem entender nada.

_Aquele garoto está morto - Seus olhos estavam arregalados e ela falava de uma maneira tão estranha. Ela estava em pânico.

_Olivia, eu preciso te tirar daqui, aquele cara foi assasinado, pode ser perigoso permanecermos aqui. Por favor venha comigo - Falei puxando a garota pelo braço, mas algo me impediu de continuar arrastando Olívia para fora do salão.

Era Medina. Me olhando com olhos fulminantes. Ela segurou com força em meu braço e puxou Olívia para si.

_Você não vai levá-la a lugar algum, sanguessuga de merda - Sanguessuga de merda? Como ela ousava falar assim comigo.