Acordei de manhã com o sol a bater-me na cara e com o som das botas pesadas.
Abri devagar os olhos e vi um corpo perto de mim, era John."Bom dia. " disse ele com uma cara séria mas mesmo assim continuava belo.
"Bom dia. " suspirei baixinho e coloquei um pequeno sorriso no rosto do qual não foi correspondido."Levantem-se seu animais! " gritava John "Tem muito que fazer hoje" ele gritava mais alto e batia nos beliches fazendo um barulho horrivel.
Nós nos levantamos depressa e arranja-mo-nos enquanto John se dirigia à saída. O meu olhar persegui-o até ele desaparecer ao fundo do barracão.
Hoje era o primeiro dia de escola por um lado estava entusiasmada mas por outro...
Fomos em direção ao refeitório que era servido por outros judeus, fizemos uma fila e foram nos dando um pequeno pedaço de pão. Depois de comer me despedi dos meus pais e fui para a escola.
Quando entrei deparei me com mais pessoas da minha idade. Fiz vários amigos, ali todos nos dávamos bem pois estávamos todos a passar pelo mesmo.
A aula acabou e saímos para ir almoçar voltamos a fazer a fila no refeitório e fomos servidos. Sentei me com os meus pais e eles perguntaram me como tinha corrido. Eu disse que tinha corrido bem e que tinha feito vários amigos. Os meus pais logo me dizeram para não me apegar a ninguém porque não sabemos quanto tempo os outros ou nós vamos ficar aqui. Eu percebi mensagem.
Agora há tarde vou ajudar a cuidar das criancinhas.*umas horas mais tarde*
Estou sentada no chão olhado para as crianças a brincarem e a desejar que eu fosse da idade delas. Os adultos "escondem" o que se passa das crianças e eu acho isso bom. Elas ainda são muito pequenas para perceberem isto.
Claro que também vão ficar marcadas mas é melhor assim.
Ao longe vi um soldado se aproximar da rede, era John ao olhar para mim deu me um pequeno sorriso, uma alegria tomou conta de mim, o sorriso dele é lindo, ele é lindo. Ele parecia estar a chamar-me, mandei as crianças brincarem para longe e quando vi que ninguém olha vou direito a ele devagar." Olá Alice! Como foi o teu dia de escola? "
"Foi bom senhor obrigada. "
" Alice toma. " era um pedaço de pão que ele estende pela grade as pontas dos meus dedos tocam levemente na sua mão.
"Desculpe senhor! "
"Não precisas de pedir desculpa Alice está tudo bem. Diz-me só uma coisa, tem te tratado bem? "
"Como assim senhor? "
"Algum soldado te tentou fazer mal? "
"Não senhor os outros soldados não se aproximam de mim, só o senhor. "
"Tu gostas que eu esteja perto?"
"Sim senhor gosto da sua companhia mas se calhar era melhor se não tivesse aqui presa. "
"O que queres dizer com isso Alice? "
"O senhor podia soltar-me e a há minha família. "
"Vocês não todos uns ingratos uns egoístas, estou eu a dar-te de comer para que?! Para me pedires a tua liberdade?! Nem tu nem ninguém vai sair daqui a não ser que vá para a morte certa que é o que todos merecem! " ele diz zangado e raivoso e sai dali para fora.#John on#
Como Alice me pode pedir uma coisa dessas, como me deixei apaixonar por uma pessoa... Pessoa não aquele animal... Ela só estava aproveitar-se da minha bondade. Ela vai sofrer, mas não sou eu que o vou fazer, não consigo fazer mal a tal beleza, apesar de ela ser um animal.
Eu tenho é que parar de pensar dela.#Alice on#
Eu fui tão má para John ele estava ajudar me e eu... Fui uma pessima pessoa, mas agora não posso fazer nada.
Voltei a sentar me no mesmo sítio e passado um pouco as crianças voltaram para perto de mim.
Pediam para lhe contar uma história e foi isso que fiz passei o resto da tarde e contar história e foi tão bom, foi como se um pouco de mim voltasse a ser criança e acreditar novamente no príncipe encantado e no Para Sempre. Estava quase na hora de comer levei as crianças a lavar as mão e fomos para a fila cada criança foi ter com os seus pais e eu com os meus. Já tinha saudades deles. Tinha mais saudades da nossa casa e dos almoços e jantares maravilhosos da minha mãe, nas conversas sobre economia do meu pai e principalmente do amor e da proteção que sentia na nossa casa.
Mas não podemos alterar o passado nem o presente por isso não posso continuar a lamentar-me e a desejar o que não posso, mas uma coisa posso fazer agradecer a Deus por ter mantido a família unida. Depois do jantar ficamos um pouco juntos, é bom estar ao lado dos nossos pais. Mas a hora de dormir. Abracei o meu pai com muita força e ele me deu um beijo na testa. Como adoro os seus beijos. O meu pai e a minha mãe se despediram com um dos seus beijos apaixonados e segui o meu caminho ao lado da minha mãe até ao nosso barracão. Eu e a minha mãe deita-mo-nos. John nem olhou para mim, uma tristeza bateu me. Ele está mesmo magoado comigo, quando ele saio sem me dizer uma palavra, comecei a pensar na vida que poderia ter fora disto. Será que alguma vez iria ter um amor verdadeiro como os meus pais tem?! Será que algum dia alguém me vai amar?
Acabei por adormecer com os meus pensamento.
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A rapariga dos cabelos ruivos
Chick-LitA história passa se na 2°Guerra Mundial. Um soldado da SS apaixona se pela bela menina de cabelos ruivos. Será que ficaram juntos? Ela sobreviverá?