Lyd

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Quando cheguei á escola fui rapidamente ao meu cacifo buscar os meus livros para a minha aula de história e de seguida fui para a sala. E felizmente cheguei a tempo. Sentei-me perto da Ally, que já agora é a minha melhor amiga. Maluca mas não a queria de outra forma. Ela e a pessoa que eu mais confio no mundo. Ela é a minha alma gémea. Sim eu sei que se usa este termo quando se está apaixonada, mas que se lixe. Para mim para se encontrar uma alma gémea não precisa ser numa relação amorosa. Pode ser um familiar, um amigo... desde que seja aquela pessoa. Basta encontrar "a" pessoa, a nossa pessoa. E eu tive a sorte de encontrar duas. A Ally e...

Ally: terra chama Lydia.

Eu: ah? Desculpa.

Ally: eu estava a perguntar onde é que te meteste durante a primeira aula.

Eu: acordei tarde e a minha mãe já não estava em casa para me trazer. E...

Professor: Bom dia meus queridos alunos.- disse entrando na sala e interrompendo a minha conversa com a Ally que rude- Preparem-se porque a partir de agora estão todos sob avaliação e se eu tivesse que descrever a minha aula pensem no seguinte: uma tempestade no DESERTO- gritou.

Bom isto ia ser bom. O meu professor de história ou é muito maluco (mas qual professor de historia não é?) ou então isto vai ser muito interessante. Notem o sarcasmo. A aula passou e hoje tínhamos a tarde livre. A qual eu planeava passar a não fazer nada até a minha mãe dizer-me para me arranjar cedo que hoje íamos jantar fora. Mas ela está maluca? Nós nunca íamos jantar fora numa noite em dia de escola. Ou algo muito bom aconteceu ou ela perdeu o juízo por completo.

Fui tomar o banho que não pude hoje de manhã e como sempre deixei-me estar tempo demais na banheira. Tempo suficiente para a água ficar gelada e a minha pele ficar enrugada.

Quando saí do banho a minha mãe tinha posto em cima da minha cama um vestido vermelho. Até era bonito mas eu não estava com disposição para tal. Como eu disse o meu humor hoje (e sempre) está mais numa de preto. E nada de vestidos!!!!

Vesti uns jeans pretos e para a minha mãe não reclamar que só uso preto vesti uma camisola azul (o mais escuro possível claro).

Mãe: gostei do toque de azul.

Eu: eu sei. Foi a pensar especialmente em ti.

Saímos de casa e quando vi para onde os meus pais estavam a ir congelei.

Eu: mãe? O que pensas que estás a fazer?

Ela bateu á porta da casa ao lado da nossa. Mas que raio. Ela está realmente maluca. Não mora ninguém nesta casa. Não pelo menos há um ano. Desde que....

Jake: boa noite Sr e Srª Collins.- sorriu

What the hell? Agora é que eu não estou a perceber nada. Será que estou a sonhar. Ou melhor a ter um pesadelo? Belisquei o meu braço e não não estava a sonhar. Infelizmente.

Jake: não querida. Não estas a sonhar. Eu estou mesmo aqui.

Eu: o que... o que...

Jake: eu sei eu tenho esse efeito nas raparigas.

Eu: do que estas a falar?

Jake: ficas sem palavras na minha presença. Eu percebo eu também ficaria perante um rapaz tão sexy como eu.

Eu: então és gay? Obrigada por confirmares .-sorri

Jake: o qu...

Xxx: então vocês os dois vão ficar aí fora ou vão entrar?

Disse provavelmente aquela que deveria ser a mãe do Jake. Mas como e que isto é possível? Desde quando é que eles moram aqui. E.... eu não quero entrar aqui. Eu não vou entrar ali. Eu não estou aqui desde aquele dia e bem não tenho intenção de voltar ali dentro. Pelo menos não por agora.

Jake: eii tu vais entrar ou o quê?

Eu não consegui. Eu não consegui fazer isto. Eu não podia entrar ali. Não depois do que aconteceu. Não depois de.... Senti algo molhado na minha cara. Boa estou a chorar! Depois de um ano a fazer progressos parece que está tudo na estaca zero novamente. Por mais que tente esquecer é impossível. Simplesmente impossível. Corri em direção a minha casa e fui diretamente para o meu quarto. Tranquei a porta e Sentei-me no pequeno sofá junto á janela na minha varanda, onde eu costumava ler, estudar e falar com.... Esquece isso Lydia. Esquece. NÃO!!! Eu não posso esquecer. Eu nunce vou esquecer. Lágrimas e mais lágrimas percorriam o meu rosto e eu sentia-me desesperada. eu não sabia o que fazer. Horas depois a porta de minha casa bateu. Provavelmente os meus pais voltaram de jantar. Nenhum deles teve coragem de vir ter comigo. Mas quem teria numa situação destas. E eu estou agradecida que eles não vieram falar comigo, ou eu teria ficado em pedacinhos se eles o fizessem. Seria muito pior.

Estava sentada no sofá com a minha cabeça em cima dos meus joelhos a olha para as estrelas. Até que vi luz. Não não a luz ao fundo do túnel mas sim a luz naquele quarto no qual eu pensei que nunca mais iria ver luz. As cortinas abriram-se e boom! Aquele parvalhão sai á varanda e olha diretamente nos meus olhos. Ele parecia surpreso por me ver. Mas quem devia estar surpresa era eu não ele! Ele é que está naquela casa. Ele é que está onde não devia.

Jake: eu sei que sou de cortar a respiração mas não precisavas ter fugido.

Eu: se não te importas não estou com vontade pra isto agora.- disse baixo e com a voz rouca de chorar.

Jake: estás a chorar?

Disse aproximando-se do parapeito da varanda dele a menos de um metro de distância da minha. E pela primeira vez vi na cara dele outra emoção na cara dele que não fosse arrogância. Era pena? Eu não preciso da pena dele!

Jake: não é pena. Só estou preocupado. – provavelmente eu disse isto em voz alta outra vez – é que com o teu aspeto neste momento eras capaz de meter medo ao susto.

Eu: jake por favor. Agora não.

Disse deixando escapar mais umas lágrimas. Com isto ele saltou por cima das grades da sua varanda e saltando para a minha.

Eu: o que estás a fazer?

Jake: estou a ser um cavalheiro. - disse entregando-me um lenço.

Eu: quem és tu?

Jake: o teu vizinho. - sorriu.

Eu: infelizmente.

Jake: é bom saber que sou bem-vindo aqui.

Eu: desculpa. É uma longa história.

Jake: eu tenho tempo.

Eu: mas eu não quero falar sobre isso.

Jake: ok.

Ficamos ali sentados no sofá, em silêncio, apenas a olhar para as estrelas e de vez em quando um para o outro, durante o que pareceu minutos mas quando ele olhou para o telemóvel e viu que já eram 3 da manhã. Ele levantou-se saltou para a varanda dele e ia a entrar para dentro do seu quarto.

Eu: jake?

Jake: sim.

Eu: obrigada.

Jake: pelo que?

Eu: por não insistires.- sorri.

Jake: não te preocupes vais ter muito tempo pra me contares. Mas não penses que isto muda alguma coisa. Ainda me deves um pedido de desculpa por me fazeres chegar atrasado á escola hoje. – disse piscando o olho.- Adeus Lyd.

Lyd.... E foi aí que eu quebrei...

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LydiaOnde histórias criam vida. Descubra agora