17. amanhã?

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POV Lauren

As palavras de Camila ecoavam fortes dentro da minha cabeça. O fato dela sempre comer o cereal e beber o suco de laranja porque uma vez, há anos, eu havia preparado a mesma refeição pra ela fazia com que tudo dentro de mim se alegrasse... Era como se minha vida fosse boa o suficiente mas ela era aquele brilho que deixa tudo ainda mais bonito, mais feliz.

Não soube o que responder, então apenas busquei suas mãos que agarravam o guardanapo com força e o livrei de suas mãos, entrelaçando nossos dedos devagar. Ela não recuou, apenas me olhou de forma terna e sorriu abertamente.

— Obrigada, Lolo. Esse lugar é muito especial pra mim. — seus olhos ficaram marejados e ela apertou a mão contra a minha.

— Agora ele é especial pra mim também. — sorri pra ela, trazendo suas pequenas mãos em direção à minha boca, depositando pequenos beijos. Ela corou.

A moça que havia nos atendido trouxe as refeições e fomos obrigadas a soltar as mãos, dando espaço para os pratos. Comemos devagar, naquele momento parecia que tínhamos todo tempo do mundo pra aproveitar a companhia uma da outra e quem nos olhasse de longe, não diria que uma estava prestes a partir pra outro continente.

Conversamos sobre coisas bobas até o momento onde o sol já brilhava forte no meio de um céu azul, límpido.

Chequei o relógio; 11h.

— Você está satisfeita? — ela assentiu, balançando a cabeça devagar. — Ok, então vamos! Temos outro lugar pra visitar. — me levantei, deixando o dinheiro da refeição em cima da mesa.

Camila abraçou meu braço e se pendurou em mim, apoiando o queixo em meu ombro. Eu nem precisava olhar pra ela pra saber que ela tinha um olhar sapeca nos olhos. Ri sozinha da cena.

— Olá, Lauren Jauregui! — ela brincou, aproximando o rosto ainda mais do meu pescoço.

— Nem adianta, Camila Cabello. Não vou contar onde estamos indo! — virei meu rosto pra ela, nossos lábios estavam a uma distância perigosa demais e nossas respirações já se chocavam uma contra a outra.

— Por favorzinho? — ela faz biquinho e como se não notasse meu corpo todo trêmulo, chegou ainda mais perto dos meus lábios.

— Você conhece o conceito de surpresa? — mostrei a língua pra ela sem quebrar o impacto dos nossos olhos cravados um no outro.

— Lolo, por favor... — ela se aproximou um pouco mais, agora bastava um mísero movimento pra que eu selasse nossos lábios. Eu sentia meu sangue ferver, meu coração pular e uma vontade imensa de gritar.

— Não posso, Camz. Mas tenho certeza que você vai gostar! — virei o rosto, quebrando a aproximação das nossas bocas e o contato arrepiante dos nossos olhares.

Ela não disse mais nada e eu conseguia sentir no ar seu desapontamento com a minha atitude. Camila Cabello queria me beijar. A questão é: por que diabos eu não a beijei?

Caminhamos lentamente pra fora e fomos atingidas diretamente pelo sol forte contra nossos corpos. Josh esperava pacientemente dentro do carro e quando estávamos acomodadas no banco de trás, ele deu partida e acenou pra mim pelo retrovisor. Estávamos a caminho do destino três: a praia.

***

No meio do caminho procurei pelo celular e mandei uma mensagem à Taylor.

Tudo pronto?

Taylor: Claro, esqueceu que eu sou a melhor? Está tudo arrumado onde você pediu e está tudo simplesmente lindo!

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