Espinhas, mentiras e espanta amigos!

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- Mãee! - Oi

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- Mãee!
- Oi.
- Tem uma espinha enorme no meu nariz!
- Ô minha filha, você sabe que é normal, é fase.
- Eu não quero passar por essa fase!
- Vai se arrumar, se não vai se atrasar para o colégio.
- Não quero ir!
- Mas vai, ah se vai!

E assim começa o dia da Ana, ela não queria nem pensar no que iria sofrer no colégio, uma horrível pressão psicológica, não queria aparecer lá daquele jeito.

Como as pessoas iriam olhar para ela? Na verdade mesmo ela só se preocupava com uma pessoa, mas é claro, ninguém precisava saber disso.

Se arrumou apressadamente e tomou o café mais rápido ainda para que sobrasse tempo para da um jeito na enorme cratera no seu rosto. Passou base, pó e tudo que tinha, mas nada deu jeito. Ela respirou fundo e desistiu. "Bom, o que mais me resta acontecer no primeiro dia de aula, logo depois do recesso?"

Ela pegou seu transporte escolar, com a fisionomia de uma pessoa totalmente desanimada, e se sentou perto de seu melhor amigo.

Ele tentou puxar conversa, mas hoje ela não estava para ninguém, o que uma espinha não faz com o psicológico de uma adolescente, é assustador.

Léo era seu amigo praticamente desde o jardim de infância, tinha exatamente sua idade e muitos perguntavam se eles eram irmãos, na maioria da vezes respondiam que sim.

-Nossa, Ana! Que drama, nem parece você!
- Acho que você não me conhece mais Léo!
- An? Não me diga isso!
- Ohh, acho que já disse!
- Não quero brigar Ana, quando estiver menos estressada me procura!
- Vai, vai, me deixa! Quero solidão!

Não era só uma espinha, era ela e mais um bilhão de problemas em sua vida, problemas esses que todos os adolescentes passam, mas que ela insistia em dizer que era a única a passar por eles!
Ela tinha como base disso as garotas da sua escola, que tinham uma pele impecável.

Léo foi para o assento de trás no exato momento em que a splinter parou. Eles desceram e seguiram juntos como sempre faziam, mas sem olhar para a cara um do outro.

Enfurecida ela entrou na sala como uma bala e sentou-se na sua cadeira, deitou na mesa com a intenção de que ninguém visse seu rosto.
Mas não durou muito tempo, Vanessa tinha chegado e já vinha em direção à sua mesa.

Ana ainda não entendia porquê tinha se tornado amiga de Vanessa e sentia um pouco de arrependimento por isso. Elas eram totalmente diferentes. Vanessa era extravagante e extrovertida, Ana tímida e introvertida; Vanessa se 'enturmava' fácil e tinha muitos amigos; já ela sempre teve dificuldade em fazer amizades; além disso Vanessa tinha um corpo vistoso, era inteligente e tinha cabelos loiros ondulados e olhos de uma cor penetrante. Resultado disso era uma chuva de garotos diariamente.

O fato que ela não assumia era que na verdade sente inveja da amiga, ela é tudo que Ana sempre quis ser. Sem falar da pele impecável, Vanessa parecia ter uma espécie de imã que à levava para longe das espinhas.

- Iai Aninha!
- Oi...
- Por que está assim garota?
- Nada não.
- É homem né?! Sai dessa Aninha! Deixa de ser besta!
- Affs Nessa, me deixa sozinha vai, eu só estou piorando com suas palavras.
-Nossa! Obrigada, de nada pela preocupação! Eu estou bem também viu!

Depois de expulsar mais um amigo que quis lhe ajudar ela abaixou a cabeça novamente e passou a imaginar como seria um mundo perfeito.

Porém isso não durou nem trinta segundos, o professor de Educação Física logo entrou na sala ordenando para todos irem para a quadra e ela toda tristonha resmunga:
- Só o que me faltava nesse ÓTIMO dia!

Ela segue seus colegas para o vestiário pisando forte no chão. "Na minha enorme escola, com três andares, mais de 50 salas e uns 3 mil alunos ou mais com quem eu dou de cara logo nesse péssimo dia?" E bem ali, no meio do corredor em seu grupo fiel de amigos, com toda sua beleza estonteante está Thiago, o cara que roubou seu coração dois anos atrás quando seus livros caíra e o rapaz educadamente os pegará, depois do 'O-obrigada" ele devolvera um sorriso que fez a pobre Ana se derreter.

Desde então ela fantasia um futuro perfeito ao lado dele. Mas é claro que nem tudo é perfeito, Thiago nunca mais se lembrou da garota que ele salvou os livros.

Ela olha pra ele rapidamente na esperança que ele corresponda, mas nada, infelizmente, então sem graça ela abaixa a cabeça e com aquela roupa de aula prática - que segundo ela a deixava horrível - segue para a quadra e lá faz tudo que o professor manda.

Depois da aula ela inventa uma desculpa e vai para casa, não que ela fosse disso, todavia hoje era necessário.

Saindo do colégio viu Thiago novamente, seu coração acelerou, porém ela procurou não encara-lo tanto, pois não pegava bem para uma garota. Ele a vê e grita:
- Olha, uma garota que parece exemplar filando aula! Esse mundo está realmente de ponta cabeça!

Conturbada, ela pega um ônibus e quando está prestes a entrar um mal educado passa na sua frente fazendo com que ela caia de bunda no chão.

Envergonhada e furiosa ela prefere não falar nada e espera outro ônibus. Ao chegar em casa ela toma um banho e vai preparar o almoço já que sua mãe ainda não chegara do trabalho.
-Estrelinha? - Era seu pai, que ainda estava de férias.
-Oi pai...
-O que houve? Não tinha que estar no colégio?
-Ah, eu estou com um pouco de dor de cabeça.
-Pois tome um remédio.
Ele falou e lhe deu um beijo na testa.

Seu pai sempre foi muito compressível e paciente, ao contrário da sua mãe.
Ela prepara o almoço e finge tomar o remédio, ela nunca tinha fingido e mentido tanto num só dia, mas era só hoje, assim ela esperava.

Foi se deitar sem almoçar mesmo, tentou dormir, mas não parava de pensar na voz de Thiago. Era a voz mais linda que ela já ouviu, a pequena frase que ele falou ecoava no seu pensamento e naquele quarto escuro ela sorria, era o sorriso mais espontâneo que ela já dera.

- Filha?! Que sorriso é esse aí?
- Sorriso?! Que sorriso?! Eu sorrindo, imaginaaa... Estou morrendo de dor, mãe, me deixa.
- É assim que você trata sua mãe, a gente cria esses filhos com tanto carinho, aguenta tanta coisa, para eles crescerem assim...

Ana cobre a cabeça com o cobertor, ela odiava quando sua mãe fazia a dramática.
Helena era uma mulher engraçada, dona de uma personalidade forte.

Era muito diferente de Ana na aparência, a mãe tinha cabelos pretos e olhos escuros, já Ana cabelos castanhos e olhos verde acastanhado, herdará os olhos do seu avô, amava eles, única coisa pela qual não reclamava.

Depois que sua mãe saiu do quarto ela voltou para os seus devaneios, imaginando como seria namorar Thiago.

Ela nunca tinha namorado na vida. Já ele para sua infelicidade tinha uma a cada mês, semana passada terminará com Maria Clara, a "riquinha" metida a patricinha que quer ser modelo.

Ana gostou muito quando Vanessa veio lhe contar a novidade "Anaa, você não sabe!" "O que foi?" "O casal do ano não durou nem uma semana! Maria metidinha terminou com o boy!". Ana sentiu uma pontada de esperança, mas ainda assim não tava fácil.

No seu pensamento o dia todo ficou aquela esperança, aquela imaginação do casal lindo que ela e Thiago iriam fazer, nessas imaginações eles não tinham nada mais que interrompesse esse romance, porém na realidade tinha um enorme e gigantesco problema, ele mal sabia da existência dela.

Então nas suas fantasias ela criava os mais loucos planos para se aproximar dele, mas no fim ela sempre caia na realidade de que era tudo expectativa e ilusão.

Ana EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora