Problemas!

33 5 32
                                    

- Hojeee, é um novo diaa, de um novo tempo, que começou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Hojeee, é um novo diaa, de um novo tempo, que começou...
Ana cantava alegremente no chuveiro.
Se arrumou, tomou café e se despediu dos pais como um raio.

No carro, cumprimentou Léo.
- Oiiiiiii!
- Oi garota, te conheço?
- Acho que sim, em!
- Nunca vir mais doida...
- Essa doida é sua melhor amiga!
- Não mesmo, a minha melhor amiga acorda rabugenta e fica de mau humor até a hora do intervalo.

Léo aponta para o rosto de Ana e continua:
- Além do fato de que maquiagem às 7:00 da manhã não é o forte dela.
- Ah Léo, não enche! Me deixa ser feliz!
- Tudo bem...

Ao chegar no colégio a primeira coisa que Ana fez foi ver a sua aparência no celular. Estava com um batom vermelho e máscara de cílios, e isso já era muito considerando que Ana odiava ir de make para o colégio, até os cabelos tinha soltado!

Ao caminhar pelo corredor, Ana repara que todos estão olhando para ela, ouviu sussuros do tipo:
"Quem é aquela?"
"Será aluna nova?"
"Cabelo bonito"
"Gostei do batom"

- Léo?
- Oi?
- É só impressão minha, ou metade do colégio perdeu alguma coisa em mim?
Léo riu.

- Você só está diferente, Ana.
- Diferente como?
- Mais produzida! Eles nunca viram você assim.
- Já que você diz...

Ela tenta andar normalmente até a sala de aula, mas todos estão olhando e a vergonha toma conta de seu ser...
Tenta andar o mais rápido que pode, porém lembra que fica parecendo uma galinha andando assim.
Nessa de andar rápido e devagar, a sua locomoção fica muito estranha.

O corredor nunca tinha ficado tão grande, então ela começou a andar de cabeça baixa e de repente se esbarrou em Eliane. Uma menina que todos achavam bonita, cheia de si, que não dava a mínima para o que falavam dela, que achava que podia conseguir tudo e muito mais.

- Opa, desculpa...
Ana fala e continua andando, mas Eliane grita:
- Você não olha por onde anda, menina? Está louca? Espero que isso não se repita!

Ana respirou fundo e se virou, não iria levar esse desaforo para casa, não com o colégio inteiro vendo.
- Desculpa de novo. Eu olhei, mas nem sempre a gente ver quando tem merda no caminho.
Os alunos curiosos começam a gritar.
- Espere aí que eu lhe mostro como é que se anda!

Ana simplesmente morta de medo e tremendo, toma coragem para se defender. Enquanto Eliane que não perdoa nada está ameaçando lhe bater, de repente aparece Léo (que parecia ter sumido quando Ana desfilava pelo corredor), Thiago e Cláudio.

Resumindo: seu amigo, sua paixonite e um menino que ela nunca tinha reparado, mas que era até bonitinho.
- Oh Ane, vai bater na menina aê por quê?
Claúdio falou como se estivesse perguntando sem interesse algum.

- Ela esbarrou em mim e venho com desaforo ainda por cima!
- Mas só isso?! Ana acaba com ela, vai! Léo disse como se não soubesse que Ana não gosta de confusão.

- Ou, ou, ou! Ane... Vai bater em uma menininha dessas aí?! Vai, bate, quero ver esse show!
Thiago falou feliz, para a surpresa e a tristeza de Ana. Seu coração estava quase saindo pela boca.

Nesses poucos minutos já haviam centenas de alunos ao redor, gritando coisas como:
"briga! briga!"
"bate nela!"

E em meio a essa desordem, chega a diretora. Que leva Ana, Eliane, Léo, Thiago e o Claúdio para a diretoria. Ana, coitada, até então nem sabia o que era ir para a diretoria, Léo ja tinha ido uma ou duas vezes por ser do tipo que não leva desaforo para casa e os outros, ah, eles já se achavam de casa lá naquele cubículo que era a diretoria.

A diretora Célia parecia um tomate de tão vermelha, ela era daquelas que se estressa rapidamente e facilmente, o que era muito ruim para os que estudam nesse colégio.

- Posso saber qual o motivo dessa baderna?! Namorado? Hoje em dia as meninas só brigam por isso, em que mundo estamos!
- Não é nada disso, senhora diretora, eu só esbarrei na Eliane e ela quis me bater!
Disse a Ana, tremendo por notar o jeito fuzilante que a Eliane e a senhora Célia à olhavam.

- Mas só isso e vocês causando toda essa confusão?! E vocês meninos? Tem o que haver com isso?
- Eu estava querendo saber o que aconteceu.
Claúdio disse.

- E eu queria era que rolasse briga, barraco, pau e gritaria!
Disse o Thiago na maior euforia.

- Eu queria que a minha amiga se defendesse dessa monstra aí, já que eu sou homem e não posso bater em mulher para defendê-la!
Léo falou como se violência resolvesse tudo.

- Quer saber?! Todos estão suspensos por causar essa confusão por conta de um esbarrão! Só voltem daqui a três dias, e se isso acontecer novamente, serão expulsos!

A diretora era do tipo que descontava seus problemas pessoais nos alunos, e hoje, infelizmente, ela estava irritada. Aquela mera confusão gerou uma suspensão, para todos eram três dias de férias e curtição, exceto para Ana, que sempre foi uma aluna exemplar e nunca achou que iria ser suspensa algum dia.

Ela resolveu nem discutir, o que resultaria em tentar confrontar a autoridade da diretora? No mínimo em uma expulsão!

Ela correu da diretoria, pelos corredores até o banheiro. Na pia enxugou as lágrimas e se olhou no espelho para concertar a maquiagem.

Parou quando ouviu um choro e sons de vômito vindo de um dos sanitários, bateu na porta.
- Tudo bem aí? Para sua surpresa quem saiu foi Maria Clara, a ex-namorada de Thiago e sua ex-rival (só da parte de Ana, é claro).
- Sim.

Ela ajeitou os cabelos longos e foi até a pia, o corpo dela era como o de uma modelo. Porém Ana reparou que ela estava mais magra.

- Tem certeza? Parecia que você estava vomitando...
A outra garota fez um bico e respondeu:
- Absoluta.

Ana observou que ela parecia pálida. Ela lembrou da aula de educação física, em que o professor Fabrício falou sobre a doença anorexia.

- Você não parece nada bem, não quer ir na enfermaria?
- Eu já disse que estou bem.
Ana assentiu.

Ela suspirou e observou Maria Clara sair do banheiro.
"Será que ela está com anorexia?"
Ana pensou e resolveu que isso não poderia continuar assim, essa é uma doença perigosa e poderia levar à morte.

Ela saiu do colégio com Léo e eles pegaram um ônibus, Ana chegou em casa suspirando já esperando pela bronca que levaria da mãe e os próximos tediosos dias.

Ana EstrelaOnde histórias criam vida. Descubra agora