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Olhos fechados e tentando me enganar mais uma vez. Faz meses que não tenho um sono apropriado, o máximo que eu consigo pregar os olhos são duas ou três horas.

Olho ao redor e a única luz acesa é do despertador digital, que quase marca cinco e meia. Passo a mão em meus cabelos desgrenhados e levanto da cama, caminhando para o interruptor. Acendo a luz e observo meu calendário que estava com um x, me lembrando do meu primeiro dia de trabalho no Manicômio Hellmore.

Pego as roupas que foram enviadas por lá e vou até o banheiro, precisando de um banho para relaxar os músculos cansados. Paro na frente do espelho e encaro meu rosto, passando levemente o dedo indicador em minhas olheiras que já estavam se comparando à uma sombra preta. Ligo o chuveiro e tiro minhas roupas. A água estava fria, me fazendo estremecer quando entro em contato.

Depois de um tempo, a água começa esquentar e eu me lavo. Saindo do chuveiro, me troco e seco meus cabelos que estavam deixando pingos em lugares aleatórios do piso. Passo o pente e desfaço os nós.

Vou até meu quarto para calçar os sapatos e encaro o pote de pílulas que estava semi aberto do lado do meu despertador. Abro o pote e ponho duas em minha boca, sem líquido nenhum.

O médico que me passou essas pílulas já pediu para que eu parasse de tomar. Pois elas, depois de um tempo, não faziam mais efeito. Na verdade elas nunca promoveram mudança alguma.

Mas o verdadeiro problema é que eu não consigo parar. Eu gosto do gosto delas queimando minha garganta.

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⏰ Última atualização: Jan 26, 2017 ⏰

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