"- Ouve lá mas tu pensas que és quem para me dares um estalo?" Ele falou irritado. Levou a sua mão à bochecha tapando a marca.
"- E TU PENSAS QUE ÉS QUEM PARA CONTARES A TODA A GENTE A MINHA VIDA?!" Eu gritei.
"- Não tenho culpa, tu mereceste!" ele disse e metade dos amiguinhos todos riram-se.
"- Eu mereci?! EU MERECI O QUÊ?! SOFRER?! ACHAR QUE PODIA CONFIAR EM TI E TU FAZERES ISTO?! DEPOIS DE TODAS AS PROMESSAS, TODAS AS CONVERSAS E SEGREDOS TU FAZES ISTO? GOSTAVAS QUE EU ANDASSE A ESPALHAR O TEU SEGREDO PELA ESCOLA TODA? És muito parvo, devia ter aberto os olhos mais cedo..." eu disse e suspirei. Corri dali para fora e fui para o jardim da escola.
Sentei-me e levei os meus joelhos ao peito. Yay. A minha vida está cada vez melhor. Notem o sarcasmo. Senti alguém me esfregar carinhosamente a sua mão nas minhas costas. Olhei para trás e vi a Andrea.
"- Eve, calma..." Ela sussurrou. Ela faz lembrar-me a Ella. Suspirei e sorri fracamente.
"- A sério Evelyn, tens de ter calma. Não deixes que coisas destas te afetem..." Ela disse e continuou a acariciar as minhas costas
"- Se fossem estas pequenas coisas eu não me importava, mas isto são coisas que eu fui acumulando ao longo dos anos. Aquele parvo nem sequer sabe guardar um segredo." Eu expliquei e ela respirou fundo.
"- Eve todos nós temos um segredo, acredita. Mas por vezes temos de escolher a pessoa a quem contamos. Tem calma e tudo ficará bem, prometo." Ela disse e sorriu.
"- Não podes prometer o que não sabes, e tu também tens um segredo?" Eu perguntei.
"- Posso, porque tenho mesmo a certeza, não deixarei que corra mal desta vez, e sim tenho, tal como todos os outros." Ela falou seguramente.
"- Obrigada Andrea, obrigada por me apoiares nos momentos mais difíceis..." Eu agradeci.
"- Anda, vamos chegar tarde às aulas." Ela esticou a mão e eu levantei-me. Entramos as duas para o edifício e fomos para as aulas.
(...)
'TRIIIIIM'. A campainha soou. Peguei na minha mochila e rapidamente saí. Sei que se demorar a sair vou arranjar problemas. Corri até chegar a minha casa. Cá fora está um frio. Quando cheguei a casa abri a porta e deparei-me com a minha mãe na cozinha.
"- Evelyn? És tu filha?" A minha mãe perguntou. Mas ela está sóbria?
"- Sim sou eu, desculpa pela demora." Ai que eu já vou ouvir.
"- Não chegaste tarde, até chegaste mais rápido que o habitual." Ela afirmou e sorriu. A sério estou preocupada. Eu já devia estar no chão a sangrar neste momento e estou inteira em pé.
"- Mãe? Que se passa?" Eu perguntei com receio da resposta.
"- Não sei se vais aceitar isto muito bem mas, eu arranjei um namorado." Ela sorriu orelha a orelha e eu deixei cair a mochila.
"- Se tu pensas que esse teu namoradito vai substituir o meu pai estás muito enganada!" Eu disse e ela olhou seriamente para mim.
"- Querida, sabes que tens de ir em frente, o teu pai já não está cá e sabes bem porquê!" Ela elevou o seu tom.
"- Não! Ouve-me bem! Eu não vou aceitar esse homenzinho, nunca. Tu estás assim toda feliz mas eu não. Eu todos os dias sofro na escola e aqui. Porquê? Porque tu me atiras à cara que o pai está morto por minha causa." Eu falei enervada.
"- TU VAIS ACEITAR QUE A CULPA DA MORTE DO TEU PAI É TUA QUER QUEIRAS OU NÃO! AGORA VAI VESTIR UMA COISA EM CONDIÇÕES PORQUE VAMOS JANTAR COM O TEU FUTURO PAI!" Ela gritou.
"- NÃO ACEITO NADA! TUDO O QUE VEM DE TI EU NÃO ACEITO. VAI TU JANTAR COM ESSA FARSA QUE EU FICO EM CASA!" explodi. A minha mãe olhou para mim e deu-me um estalo. A minha bochecha ardia e os meus olhos estavam húmidos.
"- É ESSA A EDUCAÇÃO QUE EU TE DOU?" ela gritou.
"- TU NEM EDUCAÇÃO ME DÁS. TU NÃO QUERES SABER DE MIM SEQUER! EU ODEIO-TE!" Eu gritei e fugi para o meu quarto. Bati a porta com força e tranquei-a. Não consigo. Não aguento mais.
Olhei para a minha secretária e vi um pequeno caderno castanho em cima dela. Um caderno familiar. Aproximei-me da secretária e peguei naquilo. Era o meu antigo diário. Durante muito tempo fui obrigada a escrever nesta coisinha. Abri e folheei, observando todas as páginas com cuidado.
"- EVELYN É BOM QUE TE ESTEJAS A VESTIR!" A minha mãe gritou batendo na porta. Eu suspirei e pousei o caderninho.
"- MAS O QUE RAIO QUERES QUE EU VISTA?!" Eu gritei de volta.
"- Algo com classe! Vamos a um restaurante mais sofisticado." Ela disse. Yay. Adoro esses restaurantes. Sarcasmo outra vez.
Abri o meu armário e tirei de lá um vestido preto. Curto e decotado. O que a minha mãe me obriga a usar. Isto nem me assenta bem. Eu sou magra, não sou uma barbie como TODAS as raparigas da escola. Vesti-o e pus um cinto dourado na minha cintura. Calcei uns sapatos dourados que combinavam com o cinto e fui para a casa de banho. Penteei o meu cabelo e prendi-o. Pus o costuma da minha maquilhagem. Muita base e muito lápis e sombra preta que escondem os meus olhos verdes e as olheiras de não dormir. Quando acabei peguei na minha pequena mala e pus o telemóvel e o batom lá dentro. Abri a porta e desci as escadas devagar para não escorregar.
"- Estás pronta?" Minha mãe perguntou.
"- Sim, vamos." Suspirei.
Ambas entramos no carro e fizemos o nosso caminho até ao restaurante. Quando lá chegamos, saímos do carro e fomos para o interior do restaurante.
"- Boa noite. Têm reserva?" Um empregado perguntou educadamente.
"- Sim, em nome de Devon, Andrew Devon." A minha mãe disse e sorriu. Arhg que sorriso mais falso... Devon? esse nome não me estranho...
"- Por favor siga-me." Ele pediu e nós assim o fizemos. Ele guiou-nos até uma mesa onde se encontravam dois rapazes sentados de costas e um homem de frente. Mal viu a minha mãe sorriu.
"- Alice..." Ele chamou e sorriu-lhe.
"- Andrew. Esta é a minha filha, Evelyn." A minha mãe disse e sorriu.
"- Prazer." Estiquei a minha mão e ele abanou-a.
"- Estes são os meus filhos, Josh e Jonathan." Ele apontou para os dois rapazes. Não. NÃO. Eles são os gémeos que me fazem sofrer.
"- Eve?!" Eles perguntaram em coro e um sorrisinho estúpido se formou nos seus rostos.
"- NÓS VAMOS SER MEIOS-IRMÃOS?!" Eu gritei e as pessoas olharam para mim e produziram um som de silêncio.
"- Shhh! Sim, pelos vistos sim, não estás contente maninha?" Josh falou.
"- Não, não estou contente, e não me chames isso!" Eu disse e sentei-me.
"- Tem modos, Evelyn!" A minha mãe pediu.
"- Aff..." eu suspirei. Entretanto uma empregada aproximou-se da nossa mesa.
"- Boa noite. Eu sou a Susana, serei a vossa empregada esta noite. O que desejam comer?" Ela apresentou-se e nós fizemos os pedidos.
(...)
Depois do jantar fomos todos para minha casa, ou mansão. Na realidade a minha casa é muito grande apenas para duas pessoas. Eu e a minha mãe não usamos metade das divisões, a maioria está trancada e ninguém entra lá.
"- Bem, as vossas malas já estão nos quartos, é só desempacotar." A minha mãe disse aos Devon's. Espera o quê?! Eles vão morar comigo?! Aqui?! Vamos ter que nos ver todos os dias?! Ai meu deus, quando achei que mais nada poderia piorar...
Allooo :3 Bem, aqui está mais um capítulo. Espero que gostem, eu acho que está um pouquinho fraco mas ok... Fiquem bem :) beijocas. Deve ter alguns erros, mas não me apeteceu corrigir.. Ai a preguiça xDD
-Maria
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Touch Of An Angel (Harry Styles) -pausa-
Fiksi PenggemarNaquele momento em que parece que não vale mais a pena pertencer a este mudo, tudo muda. Após o acidente mortal do seu pai e da morte trágica da sua melhor amiga, Evelyn Adams nunca mais foi a mesma. Para além do seu namorado Derek, ela não tem mais...