Viagem...

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*Gabriel Narrando*

— Fala! – Eu comecei a mim debulhar em lágrimas, meu pai nunca tinha gritado comigo. A esse momento minha mãe subiu chorando para seu quarto. Mas, eu vou parar de chorar! Não vou ficar sentimental perante ele, não é a primeira vez que o enfrento.

— Eu sinto algo por uma garota, e não quero desperdiça meu tempo sem ela por perto! – Falei gritando e mim consumindo pelas gotas que já tomavam conta de todo meu rosto. Mas, claro saíram sem minha autorização!

— Eu... Não... Acredito!

— Já falei agora vou sub...

— Não vai para canto nenhum!

— O que quer? Falar as mesma babaquices de antes?! Eu já estou cansado de tudo isso!

— Você vai desistir do seu futuro... Por causa de uma garota idiota? – Será que ele escutou alguma coisa que acabei de falar?! Acho que não.

— Não, não fala dela deste jeito, o senhor não a conhece!

— Vai fazer o que? Defender sua namoradinha?

— Pai... – Tento ser calmo e controlar as minha lágrimas insistentes – Não sou mais nenhuma criança! Tenho 19 anos e tomo conta da minha própria vida e do meu próprio nariz! O senhor acha que eu não sei, que só estou nesta casa por causa da faculdade?! E por causa da sua empresa idiota?! Minha mãe já mim contou! Você não quer meu bem, quer o bem próprio!

— Não diga isso! Sou seu pai! E a minha empresa é o meu castelo, nosso castelo, dei duro para construí-lo, e não é por sua causa que vou perde-lo assim!

— Nosso castelo não! Seu castelo! Por que você é um orgulhoso que só pensa em si mesmo! Se pensasse em mim deixaria EU escolher o que seguir na vida! Se pensasse na mamãe não a trairia com a sua secretaria, na verdade com todas as mulheres dessa sua empresa idiota! - Corri para meu quarto e tranquei a porta, mim joguei na cama e desabei em lagrimas! Tudo isso estava entalado em minha garganta, já estava na hora dizer poucas e boas para meu pai.

Júlia Narrando

O que aconteceu para o Gabriel sair daquele jeito, e ainda por cima gritar comigo? Precisava saber! Então procurei meu celular e liguei para ele.

Ligação ON

Eu - Gabriel?

Gabriel - Juh? Oi.. - Falou com um voz de choro.

Eu - O que aconteceu? Você tava chorando?!

Gabriel - Sei que a gente se conhece a pouco tempo, mas gostaria que você aparecesse aqui em casa. Pode ser?

Eu - Claro, claro! Já to indo viu, se cuida!

Gabriel - Estou te esperando.

Ligação OFF

Estava com um vestido verde e uma sapatilha, fiz apenas um coque no cabelo e fui na casa dele. Era um pouco distante, acho que uns 15 minutos a pé. Desci bem rápido!

— Vai onde mocinha?

— Na casa de um amigo!

Nem deixei ela termina de falar, corri logo para fora e andei depressa para casa do Gabriel. Assim que cheguei lá toquei a campainha. Quem atendeu foi o homem que vi na televisão, ou seja, o pai dele.

— Quem é você? – Ele mim pergunta.

— Sou a Júlia Hil...

— Ora, ora, ora... Então você é a famosa Júlia? – Mim interrompeu.

— Famosa? Não entendo do que o senhor fala.

— Ah não?! – Ele pegou com toda força meu braço e mim puxou até o sofá da casa mim jogando no mesmo.

— Ai! – Gritei – Quem o senhor pensa que é para fazer isso? Nem a minha mãe faz isso comigo! Seu ridículo!

— Mim respeite garota idiota!

— Idiota é você seu velho rabugento!

— Olhe só garota...

— Tenho dois olhos!

— Você é filha de quem, hein?!

— De uma mulher maravilhosa, bem diferente de você!

— Cala essa boca! – Deu um tapa forte em meu rosto, que logo em seguida ardeu – Agora eu sei de onde meu filho vem aprendendo a ser um malcriado!

— O senhor quer que eu chame a policia?

— Por que? Você que invadiu minha casa, é invasão de domicilio sabia?

— O senhor mim agredi-o, é agressão para com menores sabia?! E outra eu não invadi sua casa, muito menos, pedi para entrar!

Já estávamos gritando um com o outro.

— O que é isso aqui? – Gabriel entra na sala.

Corri e fiquei atrás do Gabriel.

— Vai defender sua namoradinha?

— Pai nos deixe em paz! – Ele parece muito calmo.

— Vou ensinar bons modos a essa garota!

— Por acaso você é meu pai? – revido.

— Vem Princesa – Mim puxou e subimos a escada para seu quarto.

— Voltem aqui! – Escutamos apenas seu grito.

— Seu pai é louco? – Perguntei enquanto ele trancava a porta.

— Nunca vi ele assim!

— Foi por isso que mim chamou aqui? Para ser agredida por um louco?

— Não! Tenho uma coisa importante para te dizer.

— O que? – Mim vi curiosa com o assunto.

— Eu vou viajar.

— Mas, você disse que não iria. O que aconteceu?

— Meu pai, ele falou que eu não posso larga tudo, o meu futuro, por causa da faculdade, lá em Londres tem faculdade, ele quer que eu faça música, siga com a carreira dele, e coisas deste tipo.

— Oh! Sim... Mas você não tinha dito que era por causa das put... Ops, quero dizer as garotas da sua escola.

— Também... – Reviro os olhos – Mas, sabe Júlia?!

— Sei o que?

— Pode mim dar um abraço?!

— Não vai tentar mim beijar?

— Não...

— Promete?

— Prometo! – ele diz com as duas mãos para trás. Não duvido que ele esteja com os dedos cruzados. Sorrio com esse pensamento.

— Okay! Qualquer tentativa eu bato na sua cara.

Rimos.

— Okay, é só um abraço.

— Com você, nada é tão simples.

Demos um abraço aconchegante e suave. Até eu sentir sua mão caminhando para meu bumbum.

— Ei! Só um abraço lembra?

— Nossa, eu não fiz nada!

— Fez sim, okay?!

— Ah! Pare de besteira!

— Bestei...

— Abre esta porta agora! - Aquele homem grita e mim interrompe.

— Não vamos abrir! - Revidei.

— Se não abrirem eu vou derrubar.

— Derrube então! - Gabriel desafiou.

— 1... 2... 3...

Ele derrubou a porta.

GAROTO ERRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora