Contar a Verdade?

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Como assim ele não iria mais viajar? Isso não esta certo! O que aconteceu?

— Como assim?

— Isso mesmo que você ouviu-o!

Fiquei boquiaberta. Na verdade nem sei o porquê de esta reagindo deste jeito. O que está acontecendo com você Júlia Hills?

— Não gostou? Pensei que iria gostar!

— Não, Não... É que... Eu... Não...

— Não o que?

— Nada não... Esquece... Eu gostei. Que bom que você não vai mais viajar! – Dei uma desculpa tentando ser falsa.

— Sei... – O telefone dele toca - Alô?... Oi?... Pai eu... Eu... Não... Não... Tá... Tá certo... Estou indo... Tchau.

— O que aconteceu? – Perguntei calmamente.

— Nada! – Ele gritou, e isso mim assustou. Mesmo fazendo pouco tempo que havíamos nos conhecido ele nunca gritou comigo. Nem nas nossas pequenas discussões.

Ele estava estranho...

*Gabriel Narrando*

Eu tinha ido todo contente para casa da Júlia contar para ela. Mas, meu pai sai do cafundó, onde judas perdeu as botas, as meias, as calças, as camisas e até morreu por lá mesmo, somente para encher a pouquíssima, pouca paciência que eu tenho, com a ridícula historia que, eu teria que viajar, isso não depende apenas de mim, e bla bla bla...

Sair da casa da Juh muito triste por saber que teria que viajar, mesmo sendo obrigado e por ter gritado com ela. Deveria voltar e pedir desculpas. Mas ela foi ignorante comigo quando mim ligou! Mas, não deveria ter gritado com ela. Tudo culpa do meu pai.. Meu pai é insuportável!

Quando cheguei em casa, abri a porta principal que tenho acesso a chave e entrei. Estava minha mãe e meu pai sentados no sofá da sala. Joguei as chaves em uma mesinha que tinha próxima a porta para que notassem minha presença, sucesso total, seguiram o olhar para meus olhos. Revirei os olhos e dei uma jogada com meu cabelo em forma de deboche. Depois os deixei naquela sala e fui direto para cozinha, bebi um copo com água e voltei para sala, sentei na poltrona colocando os pés na mesa de centro, liguei a televisão. Meu pai desligou. Olhei para ele incrédulo.

— Precisamos conversar!

— Pode falar, sou todos os ouvidos.

— Você vai viajar!

— Hm... Só isso? Já mim falou pelo telefone! Agora com licença que tenho coisas mais importantes para fazer!

Mim levantei, e passei pelo meu pai que logo mim puxou pelo braço.

— Eu ainda não terminei! Sente-se e escute bem o que vou lhe falar!

— Hm...

—  Mim respeite, sou seu pai!

— Estou lhe desrespeitando, por acaso?!

— Por que você está assim? Nunca desobedeceu ordem minha, o que aconteceu? Tá muito insolente garoto!

— Não é essa a questão. Apenas, deixei de ser besta!

— Gabriel, e o respeito?

— Acho que ficou lá no quarto dentro do closet e embrulhado em papel alumínio, vou lá buscar! - Revirei os olhos.

— Por que você tá agindo infantilmente? E não mim responda! Quem está ensinando estes modos?! Você tá muito malcriado!

— Foi você mesmo que mim criou!

— Cale essa boca! - Ele disse isso tão alto que estremeci.

— Calo não! A boca é minha!

— Já deu! Que meninice é essa? O que você quer afinal?!

— O que eu quero? – Sorri – O senhor sabe muito bem o que eu quero. Eu não quero ir para aquele lugar. Eu quero ficar aqui!

— E eu quero saber o por que? Você sempre quis morar em Londres novamente, para rever seus amigos de infância, voce vai fazer a melhor faculdade de música de Londres, começar uma carreira brilhante...

— O senhor já mim perguntou se eu quero seu futuro para mim? Mas vou lhe responder mesmo assim: não quero! Fora que eu já mim acostumei aqui, cresci, praticamente aqui, e já te disse que não vou fazer música. Não quero ir e ponto!

— Sua mãe mim falou...

Imediatamente dei um olhar mortal para minha mãe.

— O que ela disse?

Leandro - Que você quer fazer engenharia.

Suspirei aliviado.

— Verdade pai. Eu.. É a faculdade de engenharia... Isso! O final de ano ta chegando, tem o Enem aí, e a faculdade. Exatamente, a faculdade. – Mim safei, eu acho.

— Tem alguma coisa aqui que eu ainda não sei? – O silencio – HEIN? – Gritou.

— Tem sim – minha mãe falou quebrando o silencio.

— O que?

— Acho melhor o Gabriel lhe contar.

— Eu?

— Sim, você!

O que eu iria dizer?

Ter que contar o que disse a mamãe?

O que tenho certeza que não estou apaixonado por ela.

É só desejo!

Desejo!

Não quero magoa-la

— Então?

— Pai, eu... Eu...

— Fala logo! - Ele diz mais alto.

— ...

GAROTO ERRADOOnde histórias criam vida. Descubra agora