Friend and Foe

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Enquanto eu estava a caminho do clube "The Sinner's Lair", percebi que Tracy estava quieta "Ela deve ter pego no sono, já são quase 18 horas" eu disse a mim mesmo, pode parecer cedo, mas ela havia me dito por mensagem que tinha passado a última noite em claro jogando, quando ela está cansada assim, ela fica em uma forma em que pode pular de uma sombra para outra, com esse método, o usuário pode descansar em até 4 vezes mais rápido que o normal. Sempre a deixo usar minha sombra para descansar, confio muito nela e sei que não me faria nada de mal, além de que, a magia que eu libero para gerar o feitiço escudo rúnico que lancei em minhas roupas (escudo que impede o usuário de ser facilmente danificado, embora ele ainda sinta a dor do impacto) é projetada para minha sombra, e ela a absorve para se recuperar mais rápido. Essa forma de sombra tem várias utilidades, e Tracy definitivamente não é fraca, e sempre contei com ela ao meu lado, ela sempre esteve comigo, desde o começo de tudo. Sim, ela é uma imperadora, conjuradora do estilo "Necro Puppeteer" (uma espécie de necromancer), pistoleira, entres outras magias e habilidades como as minhas mas com estilos diferentes.

Deixei Tracy dormindo e continuei meu caminho até o clube, era mais longe do que eu esperava, mas, eventualmente, eu cheguei lá. O lugar era extremamente chamativo, definitivamente não combinava com o estilo simples do vilarejo. Era basicamente uma edificação de uns 7 metros de altura, bem comprido, obviamente tinha mais de um andar e as paredes externas eram vermelhas com preto. O letreiro me chamou muito a atenção por vários motivos, primeiro, era uma placa em neon com o nome do lugar escrito em uma fonte cursiva enorme; segundo, havia a silhueta de uma succubus, ou, de uma forma mais fácil de entender, uma "diabinha" do lado, segurando um forcado entre as pernas, cuja cauda circulava o nome por baixo até formar o "chapéu" do "T"; terceiro, eu reconheci o letreiro, o dono me devia dinheiro.

Quando percebi que eu sabia quem era o dono, e, melhor ainda, que ele era um dos milhares que me devem, abri um sorriso no rosto, "Acho que achei um ótimo lugar para beber de graça." eu pensei enquanto dava uma leve risada. Eu ajudei o dono desse lugar a chegar aonde ele está, e ele é do tipo de pessoa que me receberia com gosto, afinal, dever para mim é melhor do que dever para quem ele devia, definitivamente.

Fui em direção as portas duplas e douradas da entrada, e, aparentemente, os seguranças já estavam cientes de quem eu sou, pois me deixaram passar na frente da enorme fila como se eu fosse uma celebridade, "Uma vez ou outra é bom utilizar a influência que eu tenho, desde que sejam influenciados pelos motivos certos!" eu pensei esboçando um sorriso um tanto quanto esnobe no rosto. Se Voltz estivesse ali naquele momento, me daria uma surra por ter ficado com a guarda baixa, porque fui surpreendido por um rapaz que veio voando de dentro do salão, me atingiu e eu e ele fomos voando para o outro lado da rua terminando por bater em um muro de concreto do outro lado.

O escudo rúnico de minhas roupas, somado com a minha resistência me impediu que eu me ferisse. E o rapaz que veio voando, tinha as mesmas habilidades que eu. Abri os olhos, olhei para o projétil de blusa branca em cima de mim e disse:

- Meus parabéns Clark, nova conquista desbloqueada! Babaca Voador: Leve um golpe enquanto bêbado e seja lançado a mais de 10 metros para fora de um club de strip! - Comentei tirando sarro da situação - Agora poderia me fazer o favor de sair de cima de mim! - Exigi

- Bom te ver também, Jeff! - Clark me respondeu com sarcasmo. - Primeiro, não estou bêbado, segundo, a treta a partir de agora é sua também! - Ele falou apontando para as duas pessoas saindo do clube.

Um deles era um homem alto, forte, com um penteado de exército e cabelos castanhos escuros, olhos verdes, usava luvas com o que pareciam ser brass knuckles, botas, uma jaqueta preta com detalhes em vermelho que fechava até o pescoço, calças jeans azul escuras e tênis azuis. Parecia seu físico lembrava o de um russo, e ele aparentava que sabia lutar muito bem, não era alguém para se brincar. O outro eu não consegui ver o rosto pois também usava uma jaqueta preta com costuras de cor roxa e um capuz cobrindo a cabeça, luvas pretas sem dedo, calças jeans pretas. Não era muito forte em aparência, na verdade, era bem magro, provavelmente um usuário de magia. Mas o que mais me chamou a atenção em ambos, foi o brasão da Crimson Edge costurado nas roupas.

- Jeff! Não se engane pela aparência! O grandão é muito forte mas também usa magia, e o  parceiro dele foi quem me jogou para fora com um chute! Eles não são soldados qualquer da Edge são da classe Mercenary  - Clark me alertou.

Esta classe é designada normalmente para conseguir relíquias ou proteger operações especiais, são como clones criados e treinados desde pequenos com valores morais de uma sociedade qualquer, mas discriminando Imperadores do Caos e Reis da Ordem. Curiosidade? Destruí o campo de concentração que me mantinham preso junto com a minha equipe quando eramos pequenos. Vantagem: Libertamos todos os Imperadores e Reis lá presos e nos vingamos. Desvantagem: Pouquíssimos desses que são treinados dentro dessas academias sabem a verdade por trás de toda essa confusão, e o campo de concentração ficava bem em baixo de uma das academias, o ataque só deu motivos para eles nos odiarem. Mas o que os Mercenary e várias outras classes não sabem, é que não fomos nós que atiraram primeiro. Eles não fazem idéia do que acontecia debaixo daquela academia.

Eu e Clark nos levantamos e nos colocamos em modo de combate, acordei Sanguina e ele acordou o bracelete dele também, no permitindo vermos os status um do outro e dos inimigos e ativando as habilidades com os olhos (eles ficam completamente roxos e a íris e pupila se tornam uma espécie de "lente dupla" aumentando nossa precisão). Mantivemos nossas armas nas costas, não poderíamos usá-las perto das pessoas, era muito perigoso, então fomos lutar na mão (no nosso caso, pés) e com magias básica-médias mesmo. Eles não iriam machucar civis, então não corríamos o risco deles pegarem muito pesado também. Saímos de dentro da loja, olhando para frente e eu disse:

- Missão obrigatória: Derrote o armário e o poste ambulantes antes que eles te matem! - Eu disse zombando dos dois na nossa frente.

- Desafio da missão: Aquele que conseguir sair com menos hematomas ganha uma rodada de Whisky do outro participante! - Clark adicionou.

- Fechado! - Eu respondi! - Desafio aceito!

- Missão aceita! - Ele continuou!

- Então, do mesmo jeito de sempre? - Eu perguntei.

- Claro! - Ele respondeu.

Enquanto nossos inimigos nos esperavam fazer algum movimento, eu e Clark aproveitamos para dizer as duas palavras para dar início a luta.

- BATTLE ON!!! - Gritamos juntos a frase de batalha utilizada em um jogo de RPG de browser, e demos início a batalha.

O Primeiro Pilar (Canceled)Onde histórias criam vida. Descubra agora