História, Wyverns e Caverna Falsa

7 0 0
                                    

Enquanto procurávamos alimento, começamos a conversar e tentar conhecer melhor, afinal a forma como nos conhecemos não havia sido exatamente o que eu chamo de conveniente.

- Então... Você tem um armamento, não é? - 23 me perguntou.

- Sim. - Respondi.

- Não vai me falar sobre ele? - Ela insistiu.

- Ela. O que você quer saber? - Perguntei a corrigindo em relação ao gênero de Anima. enquanto parava para dar uma olhada para uma árvore para ver se era frutífera. 

- É uma garota? Okay então! Como se conheceram? Qual o nome dela? As armas que ela absorveu? - Me encheu de perguntas.

- Seu nome é Anima. Sobre as armas, prefiro mostrar quando tiver a chance. Agora, eu conheci ela no ferro-velho em que eu era mantido, havia sido descartada quando algum usuário idiota a quebrou só porque não eram compatíveis. Como ela estava na forma de bastão, não conseguia voltar ao normal por estar quebrada. - Expliquei enquanto subia na árvore.

- Deixe-me adivinhar, você a consertou e depois viraram amigos, aí descobriram que eram compatíveis e fizeram o contrato. Afinal, você é um ferreiro arcano pelo o que eu sei. Acertei? - Ela tentou adivinhar enquanto se encostava na árvore.

- Não. Como você disse, sou um ferreiro arcano, mas, na época, eu só sabia manusear metal, minhas armas não possuíam cabo, e, quando tinham, era forjadas e enroladas em tiras de borracha que eu achava por aí. O modo bastão de Anima é de uma madeira especial que, além de resistente, permite canalizar magia através dele. Até hoje não sei como alguém quebrou aquele bastão. - Contei enquanto sentava no galho para pegar as frutas que lá estavam, eram como morangos do tamanho de uma maçã.

- Então também serve de cajado? Isso é bem útil! - Ela comentou.

- Não é? Em fim, eu não sabia consertar aquilo, mas prometi que a carregaria até achar alguém que o fizesse. Infelizmente, eu nunca achei ninguém para consertar, mas achei algo para me ensinar, um antigo livro de marcenaria mágica. Foi também quando aprendi a falar francês, a final, o livro estava nessa língua, então tive que me virar. - Expliquei.

- Que trabalheira! - Ela comentou.

- Não que eu tivesse muito o que fazer lá em baixo. No fim acabei aprendendo várias técnicas diferentes para madeiras diferentes. Consertei Anima com uma cola especial feita de vários materiais, incluindo gordura humana. - Continuei.

- Gordura humana?!! - Ela perguntou assustada e eu respondi:

- Sim! Haviam apenas uma entrada naquele lugar, então quem morria ficava lá mesmo, era fácil demais encontrar materiais que vinham de corpos humanos, foi aonde tirei boa parte das almas que me ajudam, algumas nunca conseguiram sair do plano astral. Por favor, não conte a Anima de onde veio os materiais que eu usei para consertar ela!

- Eu não faria isso com ela! Falando nisso, quando vou ter a chance de vê-la?! - Ela perguntou.

Eu suspirei fundo, guardei as frutas em meu inventário, e pulei da árvore, quando cheguei ao chão, olhei para ela e disse:

- Talvez nunca. Nada pessoal mas, por conta de tudo o que ela passou, acredito que ela seja antropofóbica. Eu sou a única pessoa com quem eu já a vi conversando. Não fala com ninguém, não aparece para ninguém e não confia em ninguém.

- Isso é triste... - Ela comentou.

- Já me acostumei. - Falei com uma cara de desapontamento e terminei a história. - Bom! No final, eu acabei aprendendo a fazer o contrato e descobrimos que eramos compatíveis. Final feliz!

O Primeiro Pilar (Canceled)Onde histórias criam vida. Descubra agora