Ela

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Era como uma visão.

Um futuro.

Uma revelação.

Ela estava deitada no chão, precisava enxergar o céu, mas já eram 3h da manhã e ver o céu não era uma opção, então ela se contentou com o que podia ter: o teto.

Ele era enfeitado com pequenas estrelas que o pai havia colocado quando ela era mais nova, e agora ela lembrava desse dia onde nada a teria feito mais feliz, mas com o passar do tempo as estrelas no teto se tornaram um lembrete do céu real que ela não podia ver em horas assim.

Eram apenas 3h da manhã, qual o problema de querer ver o céu? Então parada onde estava ela via imagens, de algo que na verdade não sabia distinguir, era como uma confusão de imagens, mas eram da vida dela, com o que ela na verdade queria ter vivido. Ela se sentia pegando fogo, mas por quê? O que incendiava sua alma a ponto de fazê-la querer correr pela noite e construir novas memórias.

Então ela saiu.

Ela levantou, as 3h da manhã e sumiu pela noite. Era daquilo que ela tinha sede

Fome

Fogo

Êxtase

Satisfação

Ela precisava ser ela. Sem medo, pecado, dor ou receio, sem os preconceitos do dia a dia quando o sol nascia. Ela havia acabado de descobrir que o que a sua alma queria estava do outro lado da porta. Agora já não mais precisava se contentar com as estrelas no teto do quarto, agora ela se permitia ver as estrelas reais, sentir a luz da lua de verdade, talvez isso fosse suficiente.

Ou não.

Entre PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora