Entre Palavras

Juntos

Eles estavam juntos há  algum tempo. Se conheceram aos 16 e agora ja tinham 24. A primeira filha já havia nascido, era uma menina, Aghata, nascida há poucos dias, era sua primeira vez em casa.
Ela já trabalhava, ele ainda estava na faculdade e a bebê foi uma surpresa agradável, para ela eternizar os olhos dele, era um presente, para ele eternizar o sorriso dela era como ganhar na loteria.
Eles se conheceram de uma maneira inusitada, ele se mudou pra casa ao lado. Isso aí, a casa ao lado. No começo ele era um cara comum e ela uma garota comum, mas algo que alguns chamam de destino, fez com que eles se encontrassem cada dia mais, e a cada dia desses iriam ver que tinham mais ainda em comum. Saíram pra conversar, comeram juntos, assistiram filmes juntos, até acontecer, até admitirem que tinham que ir além dali, que algo estava acontecendo. Eles se beijaram. Tipo beijo de cinema sabe? Onde o mocinho beija a mocinha e o mundo dela para, as pessoas estão paralisadas,  o som não se propaga, o único cheiro que existe é do perfume dele e o único lugar onde se quer estar, é ali, esse foi o primeiro.
Eles  passaram a ficar mais juntos e em algumas noites, ele pulava o muro da casa dela e batia na sua janela, ela preparava duas xícaras de café e eles iam pra varanda, ficavam lá, olhando aquilo que mais tinham em comum: o amor pelas estrelas.
Eles se abraçavam, brincavam, riam baixinho até o sol começar a surgir, então ele voltava pra casa, ela corria pro quarto e sentia o cheiro dele na sua roupa,  eles se viam de novo na escola. Era inevitável, inevitável não ver o que eles dois estavam se tornando, então ele a pediu em namoro da forma mais linda que se pode existir, com as margaridas que ela tanto amava e o anel que ele sonhava em pôr no dedo dela, e ela?  
Bom, ela aceitou.