"Bem-vindo de volta."
O diretor olhava para mim divertido. Eu limitava-me a revirar os olhos e a roer as unhas por causa do tédio. Estivémos uns dez minutos a nos observar mutuamente, eu lançando-lhe olhares de morte.
"Não cumpriste o que prometeste. Já é a quarta vez que páras ao gabinete por causa do teu comportamento com o teu par."-cruzou os braços.
"Eu não quero saber de me dar com alguém como aquela louca!"-grito. "Prefiro matar-me do que isso!"
"Eu só aviso que se fizeres mais alguma coisa à tua colega, juro que não passas às tuas disciplinas nos próximos dois anos."
"O senhor não pode fazer isso!"-levantei-me.
"Ah posso posso, e sabe porquê?"-desafiou-me. "Porque eu sou o diretor desta escola e eu é que decido o que é melhor para si ou não!"
"Fodasse!"
Dirijo-me até à prateleira mais próxima e resolvo atirar tudo ao chão e parto tudo o que vejo à frente. Segundos depois só oiço o diretor a chamar uns funcionários, um deles aproxima-se de mim e aperta o meu pescoço de maneira a que eu perdesse os sentidos.
Será que morri finalmente?
[...]
Sinto que estou a ser cegado por qualquer tipo de luz, o que me deixa a pensar se estou a ir para o inferno. Céu de certeza que não, porque santo é algo que eu nunca serei.
Decido abrir os olhos e olhar em volta. Era uma espécie de enfermaria, mas a luz que batia nos meus olhos era mais escura do que pensava. O ambiente era mórbido, tal como gosto.
Reparei no meu lado direito a gaja que é suposto ser o meu par. Ela estava encolhida naquela cadeira, as suas mãos não paravam quietas um segundo e o seu olhar era inquieto pois olhava para todo o lado.
Revirei os olhos e sento-me naquela tábua em que eu estava deitado, gemendo de dor nas costas. A miúdinha observou-me assustada pelo meu movimento repentino.
Pensando bem, nunca a vi a sorrir, nem que fosse um falso sorriso, iguais aos que dou.
Não que me interesse.
Quando dou por mim, estou a observá-la. Estava no tédio e para não olhar para a parede foi o melhor que pensei fazer. Foi aqui pela primeira vez que a ouvi dizer uma palavra em que eu percebesse, ficando claro que muda ela não era. Nem problemas na fala tinha.
"Estás bom agora?"-perguntou, até quase que não se ouvia nada.
"Deixa-me da mão."-resmungo.
Levanto-me e saio da enfermaria, coloco as mãos nos bolsos e dirijo-me para a rua. Posso não ter olhos nas costas, mas sei que a miúdinha está a perserguir-me, o mais afastado possível.
Limito-me a suspirar e ultrapasso a grade da parte detrás da escola, para poder comprar mais cigarros. Precisava de descontraír e não seria aquela coisa que me iria impedir. Nem ela nem o diretor. Ninguém.
O céu estava deveras nublado e senti também umas pingas, indicando de que começaria a chover. Reparei ao fundo uma tasca e entrei aí para comprar os benditos cigarros e depois de o ter feito peço uma cerveja ao tasqueiro.
"Estás acompanhado?"-perguntou-me.
"Que eu saiba não, porquê?"-franzo as sombracelhas. Dou alguns goles na bebida, encarando o tasqueiro. "Sim?"
"Está uma criança na rua. Está a chover a potes, pode ser que fique de cama com uma hipotermia."-riu-se.
Assim que acabei a cerveja, deixei umas notas e saí do estabelecimento. Dirigi o meu olhar para os lados, conseguindo vê-la num canto, atrás da parede. Até parecia que me estava a analisar. Odeio que me observem.
Dou de ombros e decido não voltar para a escola, mas sim ir para casa. Também não é como se estivessem com minha falta e deve estar quase a acabar as aulas.
Assim que chego a casa, que mais parece como uma única divisão com um colchão, e deito-me no mesmo. A falta de telhado faz com que eu apanhe chuva, mas pouco me importo. Fecho os olhos e quase que adormeço, mas um som de merda faz-me ficar acordado.
Ugh.
Levanto-me do colchão, vou até à porta e reviro os olhos ao ver outravez a rapariguinha estava plantada à minha frente e pode ser que daqui a alguns dias comece a criar raízes e folhas.
"A-Atchim!"-espirrou.
Levou as suas duas mãos ao nariz e se eu fosse outro até achava isso "adorável", mas como eu sou eu acho uma grande idiotice. Como estava à chuva toda a sua roupa estava colada ao corpo, o seu cabelo completamente ensopado e as suas bochechas tinham uma cor avermelhada.
"Estás b-bom?"-perguntou, uma vez mais.
"Desaparece."-mando.
Viro costas e fecho a porta.
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Olá pessoinhas, desculpem a demora 😅 espero que tenham gostado! Fiz um capítulo maiorzinho para compensar!
Espero que tenham gostado! 💖
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⭐ Inocent ⭐ lrh ⭐ mam ⭐
FanficLuke é um bad boy. Melanie é uma "criança". O que será que se vai passar entre estas duas pessoas completamente opostas? Atenção: Conteúdo explícito, se não gostas não leias. All Rights Reserved ® 2016