Capítulo 26

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- Ainda bem que está se pondo em seu lugar Melissa. Como uma perfeita vadia. - Falou Felipe quando eu estava passando por eles. Como não sou de ficar calada resolvi revidar.

- É a vadia que você tanto adorava na sua cama né garotão?!

Os amigos dele começaram a rir, ele fechou a cara e os punhos, e se aproximou de mim, mas o Gabriel o parou com a mão.

- Sossega Felipe, ela só está fazendo o trabalho dela. E sendo paga por isso eu espero. - Falou Gabriel me encarando.

- Sabe, o meu irmão ta precisando desencalhar. Já que você é uma ótima namorada de aluguel que tal ajudar ele com isso. - Falou Christian o mais idiota da turma deles. Todos riram.

- Contou pra eles? - Perguntei ao Gabriel, ele sorriu irônico. - Sabe.. acho que vocês todos merecem ganhar o prêmio Nobel dos mais otários da face da Terra...

- E você de uma perfeita vadia. - Falou Gabriel me surpreendendo.

Nunca poderia imaginar que logo ele diria uma coisa dessas pra mim.

- Por que tá falando assim comigo? - Perguntei quase em um sussurro.

- A gente terminou ontem. Por que saiu com meu primo?

Queria dizer tudo que estava engasgado. Dizer: Porque simplesmente você é um otário, me humilhou e não me deu nenhum tipo de explicação útil, porque eu achei que me amava de verdade, e vim com o seu primo pra ver se havia ainda um pingo de sentimento em seu coração por mim, porque eu estou perdidamente apaixonada por você e preciso arrumar um jeito pra esquece-lo.

Mas o que saiu não foi nada disso. Infelizmente.

- Por que se joga de uma ponte? Otário. - Disse o encarando e sai. Mais pude ouvir o que ele falou para os amigos.

- Como você disse, uma perfeita vadia.

Eu estava com um no na garganta, e me perguntava onde estava a Melissa forte de sempre, que nunca deixou se abalar por um idiota qualquer. Ela morreu. Disse minha consciência.

Fui direto para o banheiro e quando cheguei lá tinha algumas garotas se maquiando.

- As duas, vazam. - Falei com um tom autoritário.

Elas me olharam e não se moveram.

- VAMOS. SAIAM LOGO, ANTES QUE EU QUEBRE A CARA DAS DUAS. - Ordenei gritando.

Elas arrumaram as coisas delas rapidamente e saíram. Eu estava com tanto ódio que juro qualquer coisa que alguém dissesse eu iria pra cima, e descontar toda a minha raiva.

Eu me olhei no espelho e veio uma lembrança que eu havia esquecido a anos da minha infância. Eu só tinha 7 anos. Mas Rafael não queria saber.

-- Ela é uma pequena vadia! - Gritava Rafael para minha mãe.

-- Não fale assim dela, ela é apenas uma criança. - Disse minha mãe com voz de choro.

Eu não sei o que eu fiz, eu recebi um bombom de um garoto da escola, ele é meu amigo, Rafael nem é meu pai e me bateu, ele achou que eu havia dado algo em troca, mas o que eu poderia dar?

Eu estou em meu quarto chorando de novo, estou abraçada em meus joelhos e com minha cabeça abaixada. Meu corpo está doendo, ele me bateu, me bateu muito, e eu não sei o que fiz. Minha mãe tentou me defender e agora ela está apanhando. Ouço ela implorar pra que ele pare, mas ele não escuta, ninguém escuta!

Ouço a porta do meu quarto sendo aberta.

-- Agora você não será mais uma criança. Será uma mulher de verdade. UMA MULHER. - Fala apertando meu braço.

Ela me joga em minha cama e começa a desabotoar a calça. Eu não sei o que está acontecendo. Grito pela minha mãe,mas ela não aparece, começo a chorar ainda mais e fecho os meus olhos, sinto ele levantar meu vestido, sinto uma dor enorme. Tento lutar pra que ele saía de cima de mim. Ele bate em meu rosto, e depois me dá um soco...

Soquei o espelho com raiva. E começo a chorar. Eu havia tentando esquecer essas lembranças, e o Gabriel me fez lembrar novamente, e eu o odeio por isso. O odeio!

- Mel? Você está bem?- Pergunta Larissa entrando no banheiro. Olho pra ela e sinto que não conseguirei mentir.

- Não. - Falo e desabo na mesma hora.

¥. ¥. ¥.

Estou na sala e a maioria das pessoas não param de me olhar e cochichar. O que o Gabriel fez não tem nem explicação. Ele contou tudo, e a todos.

Depois que a Lari me encontrou no banheiro, contei tudo a ela, desde do dia da festa até ontem. Ela ficou meio chateada por eu não ter contado tudo antes. Mas ela entendeu.

Acabamos chegando na segunda aula. A Amanda está com o Alec no fundo da sala. Estão namorando, e pelo o que a Lari disse eles são meio grudentos. O Fernando esta com a Lari na frente. E eu estou aqui com as líderes e alguns jogadores como sempre, só que pela primeira vez, sinto que estou no grupo errado.

- E ai Mel, quanto cobra pelos seus serviços? - Perguntou Aline invadindo nosso grupo.

Todos da sala riram, eu me levantei.

- O mesmo preço que você cobra para dormir com o professor de Química. - A provoquei, fazendo com que todos da sala gritassem e começassem a rir.

- Sua vadia! Quem te deu o direito de falar assim comigo? - Ela gritou feito uma patricinha.

- Por que você não vai se ferrar? Sua patricinha de quinta categoria. - Ela começou a ficar vermelha de raiva. - Cretina!

Ela começou a se aproximar de mim, e eu fiz o mesmo com ela, até que a professora nos interrompe.

- Ou as duas param agora, ou vão direto pra sala do diretor. - Nós duas nos encaramos - Vocês escolhem. - Disse a professora cruzando os braços, e nos encarando.

Aline se virou e se sentou no lugar dela. E eu fiz o mesmo. Já estava com nota baixa na aula dela, não queria piorar a coisas.

As aulas passaram bem rápido logo tocaram o sinal anunciando a saída. O Fernando me deu uma carona até em casa.

GABRIEL SOUZA.

Não sei o que deu em mim. Mas ver a Melissa com o Richard me deu um ódio que nem sei da onde vinha. Acabei seguindo o embalo da turma do Felipe e falando o que não devia pra Melissa. E estou me odiando por isso.

Já cheguei em casa, depois de uma manhã meio conturbada na escola. Nem bem chego e meu pai me pede pra ir a empresa com ele. Quando chegamos ele disse que havia achado algumas coisas sobre o pai da Mel. Ele está metido em muitas coisas ilegais. Se esse cara entrar na cadeia, só irá sair de lá morto.

Meu pai disse que encontrou uma coisa que pode fazer com que resolvemos tudo bem mais rápido. Ele me dá uma cópia do papel que estava em sua mão, e vejo algo que não entendi muito bem...

Como assim o Rafael não é pai da Melissa?



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