Prólogo

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Meu nome é Ana Mason e hoje estou a caminho da escola nova. Meu irmão mais velho saiu mais cedo, bem ele chegou antes de mim e papai, então já estava enturmado. Além do fato é claro de já termos morado nessa cidade.

Gostaria de dizer que não reconheço esse caminho, mas eu estaria mentindo. Eu o conheço muito bem, pois já o fiz e refiz muitas vezes no passado.

O passado me lembra minha mãe e sinto um aperto no coração. Mas não quero pensar nisso, não agora pelo menos. Este é meu último ano de escola e já está quase no meio do ano.

Sinto o olhar preocupado de meu pai as minhas costas.

– Eu estou bem pai.

– Tem certeza? Se quiser ficar mais uns dias em casa tudo bem.

– É melhor não adiar mais pai.

Ele assenti com a cabeça em acordo, mas no fim nós dois sabíamos que eu estava mentindo.

Assim que chegamos ao portão da escola, meu pai parou o carro e olhou para mim.

– Última chance.

Sorrio e dou-lhe um beijo na bochecha.

– Sim pai, eu tenho certeza.

Desço do carro e caminho em direção a enorme escola. Quando chego à entrada cumprimento o guarda e peço ajuda para achar minha sala.

Entro na escola e dois corredores depois eu encontro a única pessoa que achei que não teria que ver hoje, a única pessoa que eu não queria ver ainda, a única pessoa que ainda faz minhas mãos soarem. Jared Evans, com seus ridículos e belos olhos cinza e cabelo ruivo. E ao lado dele sua irmã Charlotte.

Viro de costas e penso seriamente em voltar pelo caminho que vim, acho que se passou muito tempo até eu tomar uma decisão porque assim que comecei a caminhar alguém disse:

– Ana Mason?

Vir0-me para ver Charlotte Evans parada a minha frente. Linda e igual seu irmão o que era meio estranho já que eles não eram gêmeos.

– Oi Char. –Cumprimento meio sem jeito.

– Senti sua falta. – Ela diz me abraçando com força e retribuo o abraço. O abraço mais verdadeiro que recebi em semanas.

– Também senti a sua.

– Você vai continuar sendo uma das minhas vizinhas não é?

– Sim, estou morando na minha antiga casa e... Espero ainda ter minha amiga.

Ela sorri confiante.

– Você tem! E terá Miranda também! Ana! Jared está na sua sala. – Essa menina sempre foi esperta, mas ela está se superando.

Quase gemi de frustração. Isso só podia ser brincadeira.

– É mesmo? Que... Legal. – Tento soar empolgada.

– Sinto muito pela sua mãe. Quero que saiba que o quê você precisar estarei aqui, embora eu saiba que você vai preferir a companhia das meninas da sua sala. – Ela diz com compreensão.

– Não, com certeza não. –Eu garanto a ela.

– Então nós vamos vir te buscar para almoçar conosco! – Diz Miranda me abraçando ainda mais apertado que Charlotte.

–Ótimo. Não me esqueçam! – Eu tento soar brincalhona, mas é um apelo bem sério.

– Jamais esqueceremos Ana Mason! – E assim Miranda nos arrasta com ela.

– Jared! – Jared dá um pulo e se vira para ver o porquê de Miranda estar gritando com ele.

– O que foi Mi? – Ele pergunta sem me notar atrás dela.

– Lembra da Ana? Ela será da sua turma. Seja um bom menino e faça companhia a ela. –Eu estou dizendo! De boba essas duas não tem nada!

Jared me olha e sinto como se ele estivesse vendo minha alma através e não gostei nenhum pouco.

– Oi Ana. É bom saber que você voltou. Sei que já dever ter escutado muito isso, mas não sei o que dizer no lugar então... Sinto muito pela sua perda.

Ele lembrou que odeio clichês.

– Eu também sinto. Meninas eu vou entrar, vejo vocês depois. – Sorrio para elas e faço meu caminho para dentro da sala.

– Não duvide disso. – Fala Miranda enquanto manda um beijo e saiu levando Charlotte com ela.

Sento-me na primeira carteira da fila da parede em frente à mesa do professor.

– Eu agradeço por Lottie ter a Miranda. – Jared diz por cima do meu ombro.

Isso é piada! Só pode.

– Você senta na segunda carteira? –Pergunto incrédula.

– Na verdade não, eu sento na primeira carteira onde você está. – Ele dá de ombros.

– Quer que eu saia? –Não acredito que sentei na carteira que é dele, talvez eu devesse ter perguntado para alguém se podia sentar aqui, mas o nervosismo me impediu de pensar nisso.

– Claro que não Ana, esse lugar sempre foi seu. – Suas palavras carinhosas fazem meu coração parar boca. Sinto meu rosto esquentar e viro para frente.

É eu definitivamente deveria ter ficado em casa. Porque esse será um longo dia.

Lembranças da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora