Capítulo 2

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Estou uma pilha de nervos! Minhas mãos soam e minhas pernas estão meio bambas e toda essa gente me deixa nervosa. Mas bastou olhar para o lado e encontrar Charlotte na mesma situação para eu me acalmar, um pouco.

Peguei sua mão gelada na minha e ela me dá um sorriso aliviado. Charlotte era a irmã que eu não tive. Eu a amo.

– Aqui meninas. – Sentamo-nos onde a mãe de Miranda já nos esperava.

Em seguida os times começam a entrar em campo. Futebol. Nosso time era o de camisa vermelha, o campo da escola estava lotado de pais, amigos e namoradas. E isso é só um jogo de escola.

– Vai Jared!

Olho para Miranda que está gritando empolgada tanto o nome da escola quanto o nome de Jared.

– Não se preocupe. Miranda está de conversa com um garoto do outro time. Mas ela não abandona o meu irmão que ela já adotou e nossa escola.

Sorri.

– E você? Quer dizer, vocês são novas, mas conheci seu irmão um pouco antes, então...

– Eu sou eu. Tenho muito a estudar.

Por alguma razão acho que isso tem não só o dedo de Jared, mas a mão inteira!

– Seu irmão fica em qual posição?

– Ele é atacante.

Claro que é.

O jogo começa e mais parece um ringue de luta. Eu me esqueci como a rivalidade entre essas duas escolas é acirrada.

Jared recebe duas entradas duras e isso só faz Miranda gritar mais. O Senhor Evans chegou quando o jogo já esta nos vinte minutos do primeiro tempo.

– Como nosso time está indo Ana?

– Apesar do zero a zero muito bem, afinal de contas temos um Evans no time!

– É esse o espírito do jogo! – Ele sorri e voltamos nossa atenção ao campo.

Vinte e cinco minutos e nenhum gol, Jared esta o tempo todo animando o grupo de jogadores e eu não sabia quem gritava mais o treinador ou Miranda. Charlotte permanece em silêncio como eu, já que os outros motivados por Miranda logo começam a gritar incentivos também.

Quando vou fazer uma pergunta a Charlotte, vejo que ela esta olhando fixamente para trás e acompanho seu olhar e em meio a todo o barulho tento apurar os ouvidos.

– Veja senão não é a garota da mãe suicida e a maluca da sala. – E dito isso as meninas atrás de nós começam a rir. E é então que penso no que elas dizem "a maluca da sala".

– Char, aconteceu alguma coisa?

Ela me olha assustada e então noto duas coisas, primeira sim aconteceu alguma coisa e segunda ninguém de sua família sabe. Mas Charlotte não tem tempo para responder por que no momento seguinte um copo de refrigerante voa nas meninas.

– Miranda. – Char diz em tom de reprimenda.

– Não sei o que aconteceu e você não quer me contar, mas não é por isso que elas irão falar de você eu estando perto ou não.

Miranda volta a gritar e vejo Charlotte segurar sua mão e ela apertar de volta. Estas duas eram incríveis. E eu tinha a sorte de tê-las como amigas.

– Foi por você também Ana.

– Obrigado Mi. – Ela pisca para mim e volta a gritar indignada.

Quarenta e três minutos... E Jared fez o primeiro gol. É tanta gente gritando e berrando que eu e Char tapamos os ouvidos.

– É sempre assim? –Pergunto a Charlotte.

Lembranças da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora