Estou uma pilha de nervos! Minhas mãos soam e minhas pernas estão meio bambas e toda essa gente me deixa nervosa. Mas bastou olhar para o lado e encontrar Charlotte na mesma situação para eu me acalmar, um pouco.
Peguei sua mão gelada na minha e ela me dá um sorriso aliviado. Charlotte era a irmã que eu não tive. Eu a amo.
– Aqui meninas. – Sentamo-nos onde a mãe de Miranda já nos esperava.
Em seguida os times começam a entrar em campo. Futebol. Nosso time era o de camisa vermelha, o campo da escola estava lotado de pais, amigos e namoradas. E isso é só um jogo de escola.
– Vai Jared!
Olho para Miranda que está gritando empolgada tanto o nome da escola quanto o nome de Jared.
– Não se preocupe. Miranda está de conversa com um garoto do outro time. Mas ela não abandona o meu irmão que ela já adotou e nossa escola.
Sorri.
– E você? Quer dizer, vocês são novas, mas conheci seu irmão um pouco antes, então...
– Eu sou eu. Tenho muito a estudar.
Por alguma razão acho que isso tem não só o dedo de Jared, mas a mão inteira!
– Seu irmão fica em qual posição?
– Ele é atacante.
Claro que é.
O jogo começa e mais parece um ringue de luta. Eu me esqueci como a rivalidade entre essas duas escolas é acirrada.
Jared recebe duas entradas duras e isso só faz Miranda gritar mais. O Senhor Evans chegou quando o jogo já esta nos vinte minutos do primeiro tempo.
– Como nosso time está indo Ana?
– Apesar do zero a zero muito bem, afinal de contas temos um Evans no time!
– É esse o espírito do jogo! – Ele sorri e voltamos nossa atenção ao campo.
Vinte e cinco minutos e nenhum gol, Jared esta o tempo todo animando o grupo de jogadores e eu não sabia quem gritava mais o treinador ou Miranda. Charlotte permanece em silêncio como eu, já que os outros motivados por Miranda logo começam a gritar incentivos também.
Quando vou fazer uma pergunta a Charlotte, vejo que ela esta olhando fixamente para trás e acompanho seu olhar e em meio a todo o barulho tento apurar os ouvidos.
– Veja senão não é a garota da mãe suicida e a maluca da sala. – E dito isso as meninas atrás de nós começam a rir. E é então que penso no que elas dizem "a maluca da sala".
– Char, aconteceu alguma coisa?
Ela me olha assustada e então noto duas coisas, primeira sim aconteceu alguma coisa e segunda ninguém de sua família sabe. Mas Charlotte não tem tempo para responder por que no momento seguinte um copo de refrigerante voa nas meninas.
– Miranda. – Char diz em tom de reprimenda.
– Não sei o que aconteceu e você não quer me contar, mas não é por isso que elas irão falar de você eu estando perto ou não.
Miranda volta a gritar e vejo Charlotte segurar sua mão e ela apertar de volta. Estas duas eram incríveis. E eu tinha a sorte de tê-las como amigas.
– Foi por você também Ana.
– Obrigado Mi. – Ela pisca para mim e volta a gritar indignada.
Quarenta e três minutos... E Jared fez o primeiro gol. É tanta gente gritando e berrando que eu e Char tapamos os ouvidos.
– É sempre assim? –Pergunto a Charlotte.
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Lembranças da Lua
ספרות נוערFui embora há seis anos e agora aqui estou eu de novo. Minha mãe se suicidou há alguns meses e então resolvemos voltar para cá, de onde segundo meu pai nunca deveríamos ter saído. Deixei muito para trás quando fui embora, e a família Evans foi min...