Capítulo 8

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— E agora? — perguntei para Anahí, que estava mudando de canal raivosamente, no sofá da minha sala. Ela estava nervosa porque tinham resolvido não passar a novela dela para passar um documentário.

— E agora que eu vou processar essa merda de emissora! — os dentes dela começaram a ranger.

— Não, Ana... E agora o que eu faço com o Christopher?

— Ainda é cedo para fazer filhos, por isso faça primeiro sexo, depois amor, e por último filhos.

— Não, Anahí! — revirei os olhos e enfiei uma almofada na cara dela. — Qual é a próxima dica?

— Ah... Onde paramos?

— Na quinta.

— Quinta dica... Quinta dica... — ela desviou os olhos azuis da televisão e colocou um dedo no queixo, indicando que estava pensando. — Ah, sim, a quinta dica...

"Depois do primeiro beijo, se faça de indiferente por uns três dias... Assim o homem perceberá que você não é tão fácil e, se ele não desistir, finque as unhas nele e nunca mais o deixe sair de perto!"

— Você está me devendo um jantar de macarrão com queijo no seu apartamento. — Christopher me disse dois dias depois, aos quais eu passei sem dar sinal de vida e evitando o elevador, quando me encontrou na entrada do prédio.

— Ah... — poucas palavras! Use poucas palavras! — É. — devo ter ficado roxa de vergonha por estar sendo tão chata. — Pode ser.

— Pode ser? — ele me empurrou contra a porta de vidro e olhou em meus olhos. — Dulce, você está bem?

— Sim. — sussurrei. — E você?

— Você tem certeza de que está bem?

— Ótima. — mordi o lábio e senti todo o meu corpo pegando fogo pelo contato singelo que ele estabelecera nos meus braços. — E você? — perguntei outra vez e não ganhei resposta.

— O que eu fiz de errado?

— Nada. — ah, mais que bebê mais lindo!

— Porque pelo que eu entendi, você gostou daquele beijo tanto quanto eu!

— Gostei. — merda de dica nº 5!

— Então porque você está assim, toda indiferente comigo? — ah, quer saber? Vai para a merda, dica nº 5!

— Porque a minha melhor amiga me disse para ser indiferente com você pelos três dias seguintes aos beijos, para ver se você ia ter paciência ou coisa do tipo e blá blá blá. — coloquei a língua entre os dentes e fui que fui. — Ai ela falou que os homens gostam disso, sei lá, dessa espera, desse jogo e eu não sei mais o que! Eu tenho que escutá-la, afinal, ela é bem mais experiente do que eu em qualquer coisa relacionada a... Não sei, ao sexo oposto? — e minhas bochechas ficavam mais quentes, e mais quentes... — E por isso eu resolvi ignorá-lo durante dois dias, mesmo estando com vontade de ir bater na sua porta, mas eu tive que ignorá-lo! Então eu desci pelas escadas... E subi pelas escadas... Esses dois dias! A academia do prédio está abandonada tem dois dias por culpa sua! — enfiei um dedo no peito dele, como se o acusasse, e tentei sorrir depois. — E por culpa da minha melhor amiga estúpida e a dica dela de evitá-lo. — respirei fundo e sorri de lado. — E eu gostei daquele beijo tanto quanto você. Pronto, falei.

Amém senhor.

— Não seja indiferente comigo. — a boca dele pousou sobre a minha novamente, em um beijo tão leve quanto uma pluma. — Você feriu o meu ego.

— Feri? — murmurei, ainda de olhos fechados, buscando os lábios dele outra vez.

— Feriu. — senti o sorriso dele em minha bochecha. O roçar dos dentes em minha pele foi o suficiente para um suspiro alto e longo escapar de minha boca. — Achei que você não tinha gostado do meu beijo.

— Hum, eu gostei... — segui procurando os lábios dele. — Gostei...

— Então você vai me convidar para jantar amanhã no seu apartamento?

— Sim... — o que mais eu podia dizer? Estava seduzida, caramba! — Amanhã...

— Às oito?

— Sim... — e abri os olhos para localizar a boca dele e seguir para ela, ganhando outro beijo que poderia me tirar do chão.

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Mais tarde vou postar outro, já que ontem não postei nenhum.

10 Dicas de AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora