Capítulo 7

483 41 0
                                    

"Quarta dica: se a coisa esquentar, olhe para os lábios dele e, caso aconteça um beijo, dê um sorriso o mais feliz que conseguir – mesmo se ele beijar mal – e, se ele não puxar um assunto em seguida, seja delicada e tente sair dessa com classe..."

— Eu acho que você nunca mais vai dormir.

Porra! — eu gritei no salão do prédio e recebi um olhar maligno de duas senhoras que estavam sentadas no sofá, conversando... Mas eu nem liguei, estava ocupada demais olhando para a minha camisa autografada, para o meu boné autografado, para a minha mão de espuma autografada, para a minha bandeira autografada e para o meu braço autografado para ligar para elas. Um beijo. — Nem se eu quisesse conseguiria dormir! Esse foi o melhor dia da minha vida! Porra! — escapuliu outra vez. — Christopher, eu estou em êxtase! Além de ter assistido uma partida e ver os Yankees ganharem, eu ainda conversei com eles! — comecei a pular, entrando no elevador daquela forma toda saltitante. — Yankees! Yankees! — e fiquei cantando o nome do meu time até a porta do elevador fechar. — Mas vou lhe dizer, parceiro, ninguém da minha família tem um estádio ou coisa do tipo... O máximo que posso lhe levar é para o consultório de dentista da minha irmã e lhe dar consultas grátis ou para o escritório do papai, que é advogado, para caso você se meta em alguma encrenca...

Ele deu uma risada sonora e negou com a cabeça, enquanto os nossos braços se encostavam outra vez e eu continuava a pular que nem criança em dia de festa.

— Dulce...

— Sim...? — perguntei sem parar de sorrir.

E o meu sorriso sumiu na hora que a boca dele encontrou com a minha e o meu corpo foi prensado contra uma parede fria do elevador. Minhas mãos caíram nas minhas pernas, fazendo com que assim a bandeira (autografada) e a mão de espuma (autografada) ficassem inertes, enquanto os meus lábios se mexiam junto aos dele.

A boca dele era doce. Naquele momento, em especial, tinha gosto de amendoim e coca-cola, mas também tinha algo único... Delicioso. O corpo dele continuou empurrando o meu e a minha boca continuou junto à dele... Nossas línguas se encontraram no meio tempo em que ele ergueu ambas as mãos para segurar o meu rosto com cuidado, dedilhando as minhas bochechas e colocando os meus cabelos para trás. Eu arfei durante o beijo porque perdera o controle do meu corpo. Eu arfei, eu suspirei, e por pouco não gemi. Por muito pouco... Porque a língua dele... A boca dele... O corpo dele...

E o elevador parou, fazendo com que tudo parasse. Christopher demorou alguns segundos para se afastar e me arrastou para o meio-fio do elevador, travando assim a porta para ela não fechar, e voltou a me beijar. Daquela forma, com o elevador parado, com a porta aberta e com a língua contra a minha.

O botão vermelho começou a apitar, avisando que o elevador estava a muito tempo parado naquele andar e que nós estávamos o prendendo... E por isso ele se afastou, sorrindo para mim de uma forma tão linda que eu nunca vira igual... E o que eu disse? Algo nada delicado ou nada de classe.

Porra! — falei outra vez, retornando a sorrir de orelha a orelha, vendo a porta do elevador se fechar e uma risada alta dele. — Agora só falta alguém me dizer que eu ganhei um milhão de dólares para a minha vida ficar completa.

10 Dicas de AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora