O que eu faria se tivesse uma máquina do tempo?

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Quando Valentina se aproximou das portas do shopping, estas se abriram para ela, o que a deixou desconfiada. Júlio lhe dissera que a espada mágica seria encontrada ali, mas não mencionara que alguém habitava o shopping havia muito abandonado, e fazia anos que ela não ia para aqueles lados. Se soubesse, teria se preparado melhor.

Mas não adiantava se lamentar pelos ses, por isso adentrou o edifício, grata por finalmente sair de baixo do sol escaldante.

Lamentando um pouco por terem decidido abdicar do ar condicionado, observou o pátio amplo, coberto por uma leve camada de poeira, praticamente imaculado exceto por algumas vitrines quebradas e pelo silêncio vazio e absoluto que, em um shopping, soava de forma ainda mais estranha e agourenta. Da última vez que estivera ali, São Paulo ainda era uma cidade habitada.

Último andar, Júlio havia dito. Na livraria. Valentina segurou o coldre da arma presa à cintura, colocou-se diante das escadas rolantes estáticas e suspirou. Seria uma longa jornada.

Andou por todo o shopping, reparando em alguns detalhes interessantes. Diversas vitrines estavam quebradas e havia marcas de rituais mágicos ou de pichações pelo piso ou pelas paredes. Porém alguém recolhera do chão os cacos de vidro e das runas mágicas viam-se apenas vestígios, como se o local tivesse sido encontrado e restaurado depois de anos de depredação. Além disso, quem quer que o habitasse estava sendo discreto: utilizavam o mínimo necessário de eletricidade, apenas para manter as portas e algumas luzes nos corredores; na cozinha de um dos restaurantes, havia indícios de que estava sendo utilizada com certa frequência. Ela tinha certeza de que quem habitava o local eram magos, e estava quase certa de que utilizavam um gerador mágico, que passava despercebido pelo governo.

Diante de tudo isso, Valentina estranhou não ter topado com ninguém. Mesmo que tivessem saído para o que quer que fosse, certamente deixariam alguém para proteger o local; não havia nem mesmo feitiços de proteção rodeando o shopping.

Terminou na livraria sem ter detectado nenhum indício de que guardavam objetos mágicos, fosse ali ou em qualquer outra parte do shopping. Diante de uma das estantes, conjecturou fazer uma busca mais detalhada. Na livraria era uma instrução bastante específica, ela agora percebia. Ninguém deixaria escapar uma informação como aquela, a menos que a espada estivesse muito bem escondida... Ou aquilo fosse uma armadilha.

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⏰ Última atualização: Oct 11, 2016 ⏰

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