Alma líquida

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Foi numa noite quieta, calma e cálida. O grupo não estava junto na taverna ou na capela e muito menos em suas casa. Estavam a frente da cova recém aberta. Cheirava a orvalho e a fria morte.

A terra vermelha era a extensão do corpo já deitado. O sangue negro em suas veias havia parado, e qualquer expressão em seu rosto foi trocada pela sombra no fim do buraco.

Estavam tristes por fora , mas apáticos por dentro. Sabiam que o presente do pobre diabo, virá há ser seu futuro. E por que cá estavam ? , Não estavam residiam já. Todos se viam deitados na frívola caixa, contudo não queriam acreditar. Como são inocentes.

- A como era bom esse homem, sua família o amava, dizia o homem com medo do escuro.

- Deverás, contudo o que com a viúva ?, Indagou aquele que não foi convidado.

-Enlouquecida se mudou antes do enterro do amado, falou pela última vez a única mulher que amou o pobre diabo.

E por fim iam embora para suas casas, deixando na pobre terra do cemitério todos os signos da ilusão. Indo sem emoção para suas casas, enquanto o homem que agora é verme apodrecia. Este que fôra pai de três filhos, viveu uma vida de ilusões e morreu por uma bala de verdades.

Ensaio sobre a madrugada Onde histórias criam vida. Descubra agora